sexta-feira, 26 de maio de 2023

CITAÇÕES

 
Está a chegar o filme das nossas vidas, serão rios de abundância que vão iluminar de alegria os lares dos pacatos portugueses. 

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Vem aí um crescimento da economia como nunca se viu, até as agências internacionais se atropelam nas subidas das suas perspetivas.

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Não há agora pão, mas amanhã os brioches serão saborosos, o fruto do nosso trabalho, o merecimento pela nossa paciência.

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[O anuncio de Cavaco] foi um delírio, não tanto para Montenegro, que não é capaz daquilo mesmo que tenha sido ungido. 

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O milagre que Cavaco pede — só faltam 9% e as contas estão mal feitas — tem pelo meio uma coisa que se chama Chega.

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[Costa chamou a Cavaco] “um dos destacados especialistas internacionais em ciclos económicos”, o que só pode ser piada. 

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[Cavaco não se dedicou a uma carreira científica o que terá como consequência] confiar no BES e noutros amigos que deixaram má memória.

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[Costa alega] que, se Cavaco intervém agora, é pelo pânico do tal rio de abundância cuja evidência daria ao PS a devoção eterna de um povo agradecido. 

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Cavaco acredita tanto como cada uma das pessoas que lê esta prosa naquela promessa de abundância e não é isso que o move.

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O problema, mais uma vez, é que na substância o primeiro-ministro ou não conhece o país ou conhece-o bem demais e já não quer perceber os problemas.

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De há dois anos, toda a sua política é o PRR. Foi um fartote nas autárquicas, com algum descaramento que roçou o jardinismo madeirense.

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Costa entende, suponho que sinceramente, que a obra da sua vida e o seu lugar na história serão dados pelos monumentos do PRR.

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A obra do Metro de Lisboa, ainda no início, já tem mais de 30% de desvio, coisa normal.

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A operação [da vinda do Papa] custa o dobro da de Madrid, o dinheiro para algum lado irá.

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Para as pessoas, o que conta é a impossibilidade de terem uma consulta médica, o medo de que as pensões sejam comidas pela inflação e o peso dos juros.

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O crescimento económico real, anémico desde há 20 anos, continua e continuará fora do bolso das pessoas.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Na União Europeia, em 2021, predomina o tráfico para fins de exploração sexual – mais de metade das pessoas traficadas na Europa! 87% das vítimas traficadas para fins de exploração sexual são mulheres e raparigas.

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94% das mulheres relataram ter sido vítimas de violência enquanto se prostituíam.

89% das mulheres deseja sair do sistema da prostituição, sendo a falta de alternativas económicas o motivo pelo qual 88% das mulheres não conseguiu sair.

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Também, cerca de 70% das pessoas no sistema da prostituição são migrantes e 75% têm entre 13 e 25 anos de idade.

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A idade média de entrada na prostituição é de 14 anos, sendo que a grande maioria das mulheres que entram no sistema da prostituição foram vítimas de abuso sexual, violência doméstica e/ou viveram em situação de sem-abrigo.

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A maioria das mulheres eram mães (86,5%) e tinham abandonado a escola antes dos 16 anos (70%).

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94% destas mulheres tinha sido vítimas de algum tipo de violência, 55% tinham sido vítimas de violência física e 51% de violência sexual.

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Quase metade (44%) já se tinha tentado suicidar.

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Um proxeneta aufere, anualmente, cerca de 110.000 euros por cada mulher que mantém na prostituição.

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Estes números revelam que o sistema da prostituição agrava, perigosamente, as desigualdades estruturais de género, de classe, de poder, e de raça, pondo em causa os mais elementares direitos humanos, a começar pela dignidade da pessoa humana.

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O Tribunal Constitucional parece defender que o comportamento de todo aquele que "profissionalmente ou com intenção lucrativa, fomentar, favorecer ou facilitar o exercício por outra pessoa de prostituição", pondo em causa a sua dignidade e submetendo-a a tratamentos desumanos, não constitui um crime.

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Sacrificar-se a dignidade da pessoa humana em prol de uma alegada liberdade – que não é, e os números demonstram-no, a de quem se prostitui – é incompatível com um Estado de Direito baseado na dignidade da pessoa humana.

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Portugal ratificou, e muito bem, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, bem como a Convenção para a Supressão do Tráfico de Pessoas e de Exploração da Prostituição de Outrem.

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[Portugal integra] uma União Europeia que tem uma Carta dos Direitos Fundamentais que declara que a dignidade da pessoa humana é inviolável.

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Um Estado de Direito Social que coloca a dignidade da pessoa humana no seu centro, não pode deixar de punir quem põe em causa a dignidade de outrem.

Mariana de Sousa e Alvim, “Público” (sem link)

 

Desde que o Presidente [haitiano] Jovenel Moïse foi assassinado, a 7 de Julho de 2021, os gangs já mataram cerca de três mil pessoas, sequestraram duas mil e ao número de violações já se lhes perdeu a contabilidade.

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Ariel Henry, o primeiro-ministro interino que se recusa a convocar novas eleições, dirige um governo ilegítimo com pouco para governar.

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Tudo se passa nas Caraíbas, paraíso do turismo, a três horas e quarenta e cinco minutos de voo de Nova Iorque.

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O Canadá, a quem a ONU falou sobre a possibilidade de enviar uma força militar para tentar pôr alguma ordem no caos, teme meter a mão num ninho de vespas.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

As notícias que dão conta de um pacto entre PSD e PS para a manutenção do poder previamente estabelecido em algumas freguesias em Lisboa não podem espantar todo o país como se de um caso regional se tratasse. 

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Assemelham-se a rotinas.

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O facto de não haver acusação formulada após seis anos de investigação faz com que tudo se acabe por colocar no campo das hipóteses de mais um limbo central, directo ao esquecimento, prescrição ou dissipação.

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Para Fernando Medina, a fragilidade de mais um caso a arder em lume brando é tudo o que António Costa não precisa.

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Mas a fractura existente no grupo parlamentar do PSD está agora mais exposta do que nunca.

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O caso Tutti Frutti, como muitos outros acordos nupciais sem casamento, joga-se a dois e não com todo o espectro do sistema.

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Mas, ainda assim, coloca em causa a sustentabilidade e confiança de todo o regime democrático.

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Os alegados acordos políticos entre figuras do PSD e PS [relativos às autárquicas de 2017] (…) são um retrato do que o bloqueio central continua a fazer ao país. 

Miguel Guedes, JN


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