sábado, 13 de maio de 2023

MAIS CITAÇÕES (232)

 
No início deste ano, a Packers Sanitation Services, um dos maio­res fornecedores de serviços de saneamento de alimentos dos EUA, pagou 1,5 milhões de dólares em multas por empregar ilegalmente 102 menores.

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Três das crianças sofreram acidentes laborais, uma com queimaduras com produtos químicos.

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Há miúdos de 14 anos a trabalhar na construção civil e adolescentes com 15 a fazer turnos de 14 horas ou horários de 12 horas diárias. 

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O número de crianças empregadas nos EUA, em violação da lei, aumentou 37% só no último ano e 69% desde 2018.

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Em dois anos, dez estados introduziram ou aprovaram legislação para aumentar o horário de trabalho das crianças.

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O discurso para rasgar legislação de proteção infantil de 1938 vem da cartilha trumpista.

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Só que esta libertação do jugo estatal cai sempre (…) nas costas de crianças negras e hispânicas dos estados do Sul.

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A campanha pelo trabalho infantil, promovida por republicanos, seus financiadores e grupos ligados à indústria, não vem do nada.

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Para manter os salários baixos é preciso manter a imigração ilegal (sem direitos) e empregar crianças.

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Para as famílias aceitarem o regresso ao passado têm de viver num limiar abaixo dos mínimos de sobrevivência. A fome é um regulador de mercado.

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Cá, para obrigar desempregados a aceitarem trabalhar pelo mínimo.

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Nos EUA, que vão sempre à frente, para obrigar a prole dos mais pobres a produzir. 

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Como há menos de 6 milhões de desempregados [nos EUA] e 42 milhões só conseguem uma alimentação condigna com estes cupões [de apoio do Estado], a maioria são trabalhadores para quem o salário não chega nem para comer.

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Lá, como cá, faz-se o discurso da fraude. Mas a percentagem que não chega aos destinatários ou é alvo de fraude está nos 1,5%, uma das taxas mais baixas envolvendo dinheiros públicos.

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Ao mesmo tempo que tememos pelos empregos que a inteligência artificial roubará, o trabalho infantil regressa a uma das economias mais prósperas do mundo.

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Entre 1929 e 2000, o PIB per capita no Ocidente multiplicou-se entre quatro a seis vezes, mas o número de horas de trabalho semanal caiu apenas de 47 para 42 para os homens e para 39 para as mulheres.

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Quando o medo desaparece, não há imperativo moral que ponha travão à exploração.

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Não há capitalismo generoso, há capitalismo temeroso.

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[O fim da crueldade humana] nasce dos limites ao poder do mais forte. 

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Tirámos os limites ao capitalismo. Esperemos a barbárie.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Tenho um considerável mal-estar com o vezo autoritário, liberticida e controlador da vida individual que ela [nova legislação sobre o consumo de tabaco] revela.

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Se o “tabaco mata”, mais valia então proibi-lo, do que ter um pé na liberdade de fumar e outro na prevenção dos malefícios do tabaco.

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O grande argumento que se pode aceitar como socialmente útil e necessário é a protecção do fumador passivo, que não escolhe fumar, mas que os outros obrigam a fumar.

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Compreendo que se possa considerar que, por exemplo, o SNS não tenha que suportar os custos dos vícios que “matam”, embora esses vícios vão muito para além do tabaco e haja sobre essa matéria muita hipocrisia.

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Mas ir para além disso [encontrar equilíbrios, sempre protegendo os mais fracos]  é “fascismo higiénico”, que é muito pouco higiénico, mas é “fascismo” para as sociedades democráticas e liberais.

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Existe acaso algum dado científico que mostre que numa esplanada coberta exista algum risco efectivo de se ser um fumador passivo com impacto na saúde?

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O que esta nova legislação pretende é moldar os comportamentos através de proibições muito para além da sua utilidade médica.

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O Estado é bastante tolerante com muitos vícios e muito hipócrita face a vários deles. O exemplo mais flagrante é o álcool.

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Ou, pior ainda, o jogo, que sob directo patrocínio do Estado tem crescido exponencialmente. 

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As sociedades perfeitas não são livres.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Os trabalhadores e o povo português estão prisioneiros de mecanismos de exploração que agravam a pobreza, enfraquecem o país no plano demográfico e inviabilizam o desenvolvimento.

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 Estamos a ser explorados por perda do valor real dos salários, pelo agravamento das taxas de juros e baixa remuneração de depósitos e, ainda, porque os lucros obtidos com essas explorações não ficam no país.

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Poderá dizer-se que o setor privado está a propiciar, apenas por efeitos de mercado, uma ligeira melhoria salarial em termos médios.

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O perfil da nossa economia não está a melhorar.

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Ora, quanto mais frágeis são os serviços públicos [por via da imposição de baixos salários] mais se recorre aos privados, agravando a exploração a que ficamos sujeitos.

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Quem centra as suas esperanças no impacto do crescimento económico que se vai registando esquece-se de que sem melhoria na distribuição da riqueza os resultados do crescimento não chegam às pessoas.

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No novo cenário, os bancos obtêm chorudos lucros à custa de taxas de juros elevadas sobre créditos à habitação e outros.

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Temos a segunda taxa de remuneração [de depósitos] mais baixa de toda a Zona Euro.

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E, como a banca pertence em cerca de 80% ao capital estrangeiro, os "muito bons resultados" do setor nem sequer ficam em Portugal.

Carvalho da Silva, JN

 

Todos os anos, pelo menos, 55 milhões de crianças na Europa sofrem alguma forma de violência física, sexual, emocional ou psicológica, diz-nos a OMS.

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Quanto mais conscientizarmos os nossos filhos de que o abusador pode ser qualquer um, mais os salvaguardamos para que possam livrar-se com unhas e dentes.

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Hoje escrevo como alerta. Um toque indiscreto é invasão. Não descrevo o horror, a dor que as vítimas sentem.

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Precisamos de todos, de um povo que se ergue para cessar o abuso, um povo que denuncia; chega de fazer das crianças objectos e fonte de prazer.

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Filhos, contem o que se passa e não tenham vergonha. Escrevem, desenhem, se não conseguirem falar. Até serem escutados.

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Ajudemos as crianças a estar atentas, a perceber os lugares de abuso.

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Note-se que o fim do abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura contra crianças também faz parte dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Andrea Ramos, “Público” (sem link)


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