(…)
Que anuncia a toda a gente que vive na zona do seu ataque
mais intenso que serão tratados como terroristas, ou seja, mortos.
(…)
Que se refere aos seus inimigos como animais a liquidar.
(…)
Que assassinou mais de três mil crianças, 40% das vítimas dos
seus ataques, e assim continuará.
(…)
Que condena atos terroristas contra vítimas civis ou a tomada
de reféns e responde aumentando a escalada desses crimes.
(…)
Que faz depender a segurança do seu povo do sucesso de um
genocídio.
(…)
Que foi previamente informado do ataque do Hamas e que não
agiu.
(…)
Que denuncia o secretário-geral da ONU como “amigo dos
terroristas” por ter querido comida e água às populações cercadas.
(…)
Que recusa o direito internacional, incluindo o dever de
assistência a populações civis em perigo, porque são o inimigo.
(…)
Que nunca aplicou as resoluções do Conselho de Segurança ou
da Assembleia Geral da ONU sobre o território que ocupa ilegalmente.
(…)
Que autoriza que cidadãos israelitas em colonatos ilegais
ataquem aldeias vizinhas cujas terras estão a ocupar, porque querem exterminar
os sobreviventes dos ataques anteriores.
(…)
Nem é preciso perguntar, sabe qual é este governo e que
nenhum outro se atreveria a estas formas de ação com a certeza da impunidade.
(…)
…
Francisco Louçã, “Expresso” online
Há
neste momento milhares de famílias a enfrentar a violência do despejo,
desesperadas porque não encontram soluções alternativas de habitação nem no
mercado privado, nem no sistema público.
(…)
Enquanto
o Estado continuar sem conseguir tomar medidas que solucionem a crise de
habitação deve ser adotada uma verdadeira solução de emergência: parem-se todos
os despejos!
Ana Gago, Ativista na Associação Habita, “Público” (sem link)
O genocídio do povo palestiniano prossegue. O Estado
de Israel já matou mais de oito mil civis e cerca de metade são crianças.
(…)
Enquanto
isso, ainda se ouve o coro daqueles que advogam o direito de Israel a
defender-se, ignorando que os limites desse direito legítimo à defesa já foram
ultrapassados.
(…)
E,
claro, é um coro que ficou cristalizado no sofrimento das vítimas dos ataques
do Hamas e que não valoriza tanto o sofrimento dos palestinianos.
(…)
Eu não acredito que a maioria dos portugueses confunda este
massacre com o exercício de um direito de defesa e sobretudo não
acredito que essa maioria se reveja no apoio à atuação de Israel.
(…)
Nunca
a falta de coerência das lideranças ocidentais esteve tão à vista. Desta vez,
só não vê quem não quer.
(…)
Ocupa terras que não lhe pertencem e oprime o povo
palestiniano.
(…)
É absolutamente vergonhoso como a situação se manteve ao
longo de décadas com a tolerância da comunidade internacional.
(…)
É verdade que nada disso justifica os ataques de 7 de outubro
e ainda bem que todos concordámos nisso.
(…)
Matar civis não é legítimo e isto tem de valer para os dois
lados.
(…)
Ao
apoiarem um país que está a cometer um genocídio, as democracias do ocidente
põem em causa o seu próprio posicionamento em toda a linha.
(…)
Esses valores [ocidentais] já foram usados para justificar
toda a espécie de intromissões na governação de outros países.
(…)
Há um
momento em que as nossas opiniões deixam de ser sobre política ou ideologia e
passam a ser sobre humanidade.
(…)
Ninguém estava preparado para tanto sangue e serão muitos os
que não querem ficar com ele nas mãos.
(…)
É neste contexto que Portugal tem mesmo muito a agradecer a
António Guterres.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
Vivemos dia a dia consequências muito mais
violentas induzidas pelas alterações
climáticas do que as bolas de tinta ou similares.
(…)
Há estimativas que apontam para mil milhões de mortos
induzidos pelas alterações climáticas durante este século. Isso, sim, é
violento.
(…)
A
sociedade tem de integrar que precisamos de um modo de emergência. Mas mudar
atitudes à escala planetária é difícil.
(…)
As
táticas antigas, inventadas por tabaqueiras, para criar dúvidas sobre os
malefícios do tabaco, foram depois adaptadas para criar dúvidas sobre temas tão
díspares como os benefícios das vacinas ou a emergência climática.
(…)
Existem factos mais ou menos consensuais do
ponto de vista científico sobre alterações climáticas e aquecimento
global.
(…)
Estimativas
recentes sugerem que 99% dos estudos publicados o assumam. Cerca de um milhão
de espécies pode desaparecer em consequência destas alterações.
(…)
Há
ainda vários pontos de equilíbrio instável, conhecidos como tipping points, que
se ultrapassados terão consequências graves [algumas catastróficas, mas nenhumas inócuas]
mas altamente imprevisíveis à escala global.
(…)
Ou seja, as consequências podem ser piores do
que as previstas.
(…)
O que
nos espera é drástico e, se soubéssemos quais e conseguíssemos pensar para além
do amanhã, estaríamos todos a mandar bolas de tinta a decisores políticos.
(…)
Se
ensinássemos aos alunos o estado em que o planeta estará quando tiverem filhos,
certamente veríamos mais ações de protesto. E mais violentas do que bolas de
tinta.
(…)
Porque
é que não estamos todos na rua a protestar, todos os dias, porque os nossos
filhos não vão ter uma vida tão boa como a nossa?
(…)
É
muito difícil transmitir ao público a noção de emergência num contexto de
incerteza, em que as consequências surgirão seguramente, mas não amanhã.
(…)
Não é catastrofismo, é realismo. Não é
fatalista, sabemos o que fazer.
(…)
Não podemos iludir-nos.
(…)
No que
diz respeito a fontes de informação (e desinformação), é importante perceber
quem são, e que motivos tem para dizerem o que dizem.
(…)
Há discursos de
atraso climático bem montados.
(…)
Seria
importante criar mecanismos legais para punir aqueles que, tendo acesso a
informação científica, a negam ou deturpam, para atingir objetivos
irresponsáveis.
(…)
Vivemos um momento crucial da história da humanidade, e não
podemos continuar a viver em business as usual.
(…)
Por
isso vemos cada vez mais ativistas e cientistas a pôr em risco a sua vida e a
sua liberdade para nos alertar.
(…)
Eles estão do lado certo da história.
Tiago A. Marques, “Público”
(sem link)
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