quarta-feira, 29 de novembro de 2023

CITAÇÕES À QUARTA (79)

 
Montenegro falou num aumento do “rendimento mínimo garantido dos pensionistas" para 820 euros, deixando no ar a sugestão de uma promessa de aumento de pensões.

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Montenegro apoiou todos os cortes de pensões quando a direita governava.

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O crédito do PSD, que desfalcou os reformados da última vez que esteve no poder, não é grande no que toca a pensões.

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A proposta não era o que, a alguns, pareceu; muito menos o que tantos comentadores comentaram.

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A medida diz respeito a uma prestação de combate à pobreza de que beneficiam apenas 134 mil pessoas (dados de outubro de 2023).

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Na verdade, [Montenegro] está a falar de bem menos de uma décima parte desse universo [de 2 milhões de pensionistas].

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As regras do Complemento Solidário para Idosos e o PSD já disse que não quer alterá-las.

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Na passada quinta-feira, o Parlamento votou uma proposta do Bloco de Esquerda para a eliminar o rendimento dos filhos dos cálculos para exclusão do acesso ao Complemento Solidário para Idosos. Mais uma vez rejeitada pelo PS, também não teve o voto do PSD.

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Mantém-se, pois, um critério injusto que não só priva idosos pobres do acesso ao complemento como os humilha, colocando-os sob a tutela simbólica do rendimento dos filhos.

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Um outro truque do PSD foi anunciar um valor de referência para daqui a mais de quatro anos. Montenegro apregoa uma proposta sobre o CSI para 2028.

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A manter-se o ritmo do aumento atual, em 2028 [o Complemento Solidário para Idosos] chegaria aos 800 euros, um valor quase igual à grande medida de Montenegro... 

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Em 2028, os 820€ deverão estar muito aquém do salário mínimo nacional.

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Só truques baratos. 

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É tudo fumo de campanha para tentar apagar da cabeça dos pensionistas a má memória da direita no poder.

José Soeiro, “Expresso” online

 

Essa reivindicação [do PSD de partido moderado] faz parte dos discursos das grandes figuras do partido, com destaque para Luís Montenegro e Carlos Moedas.

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Ao mesmo tempo assistimos à radicalização do partido através da aproximação do seu discurso ao da extrema-direita.

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Com o crescimento da extrema-direita e a previsão de que sem essa força política a direita não chegaria ao poder, verificámos uma estratégia, por parte do PSD, de estender a classificação de extremistas às forças políticas de esquerda.

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Estabeleceu-se uma igualdade e um paralelismo, puramente inventados, entre o Chega, à direita, e Bloco e PCP à esquerda.

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O objetivo era claro: legitimar um possível entendimento à direita que viesse a integrar o Chega e banalizar a existência de um partido racista e xenófobo no sistema democrático.

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Está normalizado na comunicação política que existe uma extrema-esquerda em Portugal com representação parlamentar e que essas forças políticas são tão antidemocráticas como o Chega.

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Os partidos mais à esquerda passaram a ter de se defender de uma acusação de extremismo, que não lhes assenta.

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O PSD faz parte deste delírio e este fim de semana Luís Montenegro ainda o agudizou.

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O Governo de António Costa seguiu algumas políticas que eram tipicamente do centro-direita, como a apologia das “contas certas.” 

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As propostas que o PSD naturalmente apresentaria já foram concretizadas pelo PS.

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Por um lado, [o PSD] está cada vez mais radicalizado à direita, mas, ao mesmo tempo, faz promessas dignas de um partido de esquerda.

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A moderação do PSD parece assentar numa média que se pode estabelecer entre a radicalização do partido à direita e a apresentação de propostas tipicamente de esquerda.

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O desespero pelo poder não é bom conselheiro.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

[Na corrida interna para a liderança do PS], Pedro Nuno Santos concentra-se em Luís Montenegro, ignorando o seu adversário interno.

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 [A direita tem] a forte suspeita de que (o)vai enfrentar [Pedro Nuno Santos] e quer, até com a ajuda do adversário interno, aproveitar este momento para lhe colar o rótulo de “radical”.

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Num país onde um partido de centro-direita filiado no PPE se chama “social democrata” (…), é natural que um legitimo social democrata seja considerado radical.

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Se fosse radical bem sabemos que nunca venceria as eleições internas do PS, um partido firmemente ancorado, para o bem e para o mal, no regime.

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Todos os socialistas sabem que devem a esses entendimentos [com Bloco e PCP] o regresso ao poder, em 2015, e poucos têm falta de vergonha que chegue para cuspir no prato onde comeram.

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Além da geringonça ter sido o governo mais bem avaliado pela população neste século, a maioria dos portugueses interiorizou (…) que os dois partidos não representam qualquer risco para a democracia.

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Estas coisas fazem-se de experiência, não de palavras.

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É mais provável que os problemas de Pedro Nuno Santos venham de alguns traços de personalidade.

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Partindo do princípio (sempre arriscado) que Pedro Nuno Santos vence as diretas, o seu maior problema é mesmo se vencer as legislativas.

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Mas não estou a ver como um PSD que não fique em primeiro fará uma geringonça de direita com o Chega, depois de tudo o que Montenegro disse.

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Repito que considero uma solução de bloco central, mesmo informal – um governo do PSD sustentado pelo PS ou vice-versa –, uma catástrofe política.

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Afastaria o Chega do poder por uns meses, mas dar-lhe-ia a liderança da oposição.

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Pedro Nuno Santos a sustentar um governo de Montenegro com ou sem a IL é tão absurdo como Luís Montenegro a sustentar um governo de Pedro Nuno Santos com ou sem o resto da esquerda.

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Podemos chegar ao absurdo do melhor para Pedro Nuno Santos ser perder por pouco, ficar a liderar a oposição.

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A não ser que aconteça qualquer coisa extraordinária, viveremos alguns anos de instabilidade.

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Ao contrário do que pensávamos, não temos um Presidente à altura destes tempos. 

Daniel Oliveira, “Expresso” online (sem link)


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