(…)
Não sendo assim, essa escolha aparece
simplesmente como o resultado de azedume pessoal, depois de anos de
cumplicidade declarada e festejada.
(…)
É portanto irrisório, se não ridículo, que a
“crise” seja desde então gerida por meias-verdades acerca de irrelevâncias.
(…)
Prender o debate político em futilidades que
são inverificáveis só alimenta a perceção da inutilidade da política e da
inconsistência da democracia.
(…)
O Presidente declarara na tomada de posse que não
aceitaria um outro primeiro-ministro sem eleições.
(…)
Ao atribuir ao Presidente “falta de bom senso”
por ter aceitado a sua demissão ou por não o ter substituído por Centeno
(…) o PS entra ainda mais uma vez em contradição, o que se revelou pela votação
do Conselho de Estado.
(…)
De facto, os mesmos que acharam que a não
aprovação de um Orçamento em 2021 (....) arrastava inexoravelmente
a dissolução e convocação de novas eleições vieram agora concluir que a
demissão irreversível do primeiro-ministro dessa maioria absoluta não devia dar
lugar, de forma alguma, a novas eleições.
(…)
O PS está a apresentar o seu medo das eleições.
(…)
Talvez fosse melhor chamar desorientação,
atacar os alvos errados, confundir a opinião pública e disparar em todas as
direções.
(…)
Escreveu ainda este jornal, no direto sobre
aquela reunião, que um destacado membro da direção teria mesmo dito que se
deveria exigir a quem levou Costa a demitir-se que o levasse até um cargo
europeu.
(…)
É um sinal de uma ideia degradante que
demonstraria a que ponto pode descer uma maioria absoluta.
(…)
Se perguntou alguma vez a alguém o que é um
pântano, aqui o tem a afundar-se à sua frente.
Francisco Louçã, “Expresso” online
Javier Milei, que fala com o seu cão morto, é o novo
presidente da Argentina.
(…)
Um mercado de
órgãos ou a venda de
bebés são algumas das suas
propostas.
(…)
A desregulação da posse de armas, como nos EUA, faz parte da
distopia que anuncia.
(…)
Na distopia liberal que anuncia não há cidadãos, mas
consumidores e vendedores.
(…)
Num dos seus vídeos mais virais mostra, furiosamente, como
pretende acabar com quase todos os ministérios, deixando ao governo apenas
funções de soberania.
(…)
O peronismo, sincrético, populista e caudilhista, é um bicho
político estranho e tem, não isoladamente, responsabilidades pesadas neste
resultado.
(…)
A sua [de Milei] promessa em acabar com o banco central
e dolarizar a economia parece ter sido a chave da vitória.
(…)
Há quem diga que a Argentina não pode ficar pior, mas pior,
muito pior, é sempre possível.
(…)
Fazer a transição para uma economia dolarizada (…) já
foi experimentado nos anos 90, numa situação muito mais dramática.
(…)
Acabou por ser uma tragédia social, económica e política, com
efeitos devastadores no inicio deste século.
(…)
Perante as promessas de privatização de tudo o que mexe, o
dia ontem foi de euforia [para os mercados financeiros].
(…)
Mais alegria, só na Iniciativa Liberal.
(…)
Há muito que tínhamos percebido que a sua suposta
neutralidade entre Lula nem Bolsonaro era, na verdade, um apoio envergonhado ao
populista de direita.
(…)
Há, já o disse várias vezes, um equívoco sobre a cultura
política dominante na IL que, apesar das juras de asco, está tantas vezes ao
lado do Chega.
(…)
“Que continuemos, pela liberdade”, foi a mensagem de Mayan
para quem promete acabar com o ensino obrigatório.
(…)
Ter como vice-presidente uma apologista da ditadura militar,
que anda há anos a reescrever a história dessa tragédia, e ter merecido o apoio efusivo
de André Ventura.
(…)
[Está] claro como as simpatias comuns entre liberais e o
Chega começam a ser.
(…)
A economia e o posicionamento sobre o mercado é a única
bitola de avaliação que interessa à IL.
(…)
A desregulação liberal de todo e qualquer mecanismo de
intervenção estatal acaba na distopia libertária da posse de armas sem controlo.
(…)
Cotrim, afável, ponderado e com boa argumentação, foi
escondendo a verdadeira cultura política da Iniciativa Liberal.
(…)
O partido está cheio de negacionistas das alterações
climáticas e libertários que rescusavam a autoridade do Estado e limites a
atividades económicas durante a Covid.
(…)
[O seu padrão é a] amoralidade de um mundo onde não há
cidadãos mas consumidores e vendedores.
(…)
A aliança entre o ultraliberalismo económico e o
autoritarismo político vem de longe e está a renascer na Europa e na América
Latina.
Daniel Oliveira, “Expresso” online
(sem link)
Por
que razão instituições economicamente poderosas, cuja actividade está nos
antípodas da Educação, dão tanto palco a gurus que fazem carreira a dizer mal
da escola pública, a única a que os pobres podem ter acesso?
(…)
Uma
patusca Amapola Alama, especialista da UNESCO, afirmou, pasme-se, que o nosso
sistema educativo era “o Rolls-Royce dos sistemas de educação”.
(…)
Parece, assim, natural que o motorista do
Rolls-Royce, [João Costa] militante mercantilista e neoliberal, tenha sido
eleito para o cargo em análise [presidente do Comité de Políticas Educativas da
OCDE].
(…)
A
embrulhada política que domina o país tem a forma de um pantanoso e fétido
lodaçal e a substância de um verdadeiro desastre de mentiras,
irresponsabilidades, traições e comportamentos indecorosos, em que são actores
os mais altos representantes do Estado.
(…)
[E se
Costa] simplesmente aproveitou o fatídico parágrafo de Lucília Gago para
escapar ao atoleiro em que mergulhou o Governo, outorgando-se, do mesmo passo e
habilmente, o estatuto de vítima da justiça, que regressará ilibado, daqui a
pouco, para novos lances de apropriação do poder?
Santana Castilho, “Público” (sem link)
A
preservação e restauro da natureza não é algo desnecessário, supérfluo ou um
entrave ao desenvolvimento económico, é pedra basilar de um desenvolvimento
sustentável.
(…)
Esta é
uma crítica de alguém que acredita na missão original do ICNF [Instituto para a
Conservação da Natureza e Florestas] de restaurar e preservar a natureza em
Portugal, admira o trabalho dos vigilantes da natureza no terreno e, que sonha
com um Portugal mais selvagem para benefício de pessoas e natureza.
Daniel Veríssimo, “Público” (sem link)
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