sábado, 4 de novembro de 2023

MAIS CITAÇÕES (256)

 
Toda a gente sabe que Scholz [líder da Alemanha] mente, a começar por ele próprio [quando afirma que Israel é um estado democrático que respeitará as regras do direito internacional e os princípios humanitários]

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Aquele foi o momento em que a UE decidia não apelar ao cessar-fogo (salvé Irlanda, brava).

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Que credibilidade tem a Alemanha, a UE depois disto? Tal como os EUA não têm credibilidade para falar de barbárie. E tudo isto corre o risco de lhes rebentar na cara.

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Os governos não ouvem a rua.

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A Europa tem uma bomba nas mãos. Um 7 de outubro multiplicado há 27 dias, entre anúncios de publicidade e a frivolidade das vidas, tudo a misturar-se como se fosse ficção. Como se fossem trailers. Trailers de crianças a serem arrancados de escombros.

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Mais crianças morreram agora do que em todos os conflitos do mundo em três anos. 

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E quantas vezes será preciso lembrar que o Hamas é um movimento religioso nacionalista que recorre a terrorismo? É essa a fasquia da democracia? Contrapor o Hamas a Israel é dizer que as (supostas) democracias têm o direito de ser terroristas.

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[Que Israel] pode ser bárbaro porque o Hamas foi bárbaro. De cada vez que se repete isto é a humanidade que se afunda.

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E os milhares de trabalhadores de Gaza agora reféns de Israel? (…) Valem menos, estas vidas de Gaza?

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E as da Cisjordânia? O terror a que três milhões estão sujeitos com 700 mil colonos que viraram milícias, e os atacam em contínuo.

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E que a Europa se pergunte, também: porque a impressiona mais a morte em Israel do que a morte em Gaza?

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Enquanto Israel plantava 700 mil colonos, a Europa repetia o mantra dos Dois Estados.

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A ocupação deveria ter bastado à Europa para agir, e nunca bastou. E só ficou pior. A Europa e o mundo também armaram este paiol.

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Israel é um fruto da Europa. Dos pogroms da Europa, dos acordos da Europa

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O secretário-geral [da ONU] foi até onde podia no lugar em que está.

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Nunca conheci ninguém — uma única pessoa — que conhecesse Gaza e não a sentisse como um escândalo.

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Toda uma nova geração não entende. Já estamos a legar-lhes um planeta em colapso. Agora um genocídio em directo para milhões.

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Deixarmos isto acontecer é dizer que é ok acontecer.

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Israel tem de ser isolado como Estado de apartheid, investigado por crimes de guerra, à luz do direito internacional e humanitário.

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As pessoas estão a protestar como podem. E quem as representa?

Alexandra Lucas Coelho, “Público” (sem link)

 

Os profissionais de saúde lutam em nome de Portugal para salvar o Serviço Nacional de Saúde – e têm o nosso apoio.

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Uma das conquistas essenciais do 25 de Abril, o acesso à saúde, é cada vez menos real para 1,5 milhões de utentes.

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O bloqueio à contratação de profissionais e a degradação salarial que empurra muitos deles para fora do SNS ou para a emigração, aliados ao desinvestimento ao longo de décadas na formação de novos profissionais, agravaram a desorganização dos serviços.

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Estes profissionais estão a defender os utentes do SNS.

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A responsabilidade pelo colapso deste sistema é toda de quem impede a solução evidente: proporcionar condições de trabalho aceitáveis e motivadoras que sejam atrativas.

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A luta de médicos, como a de enfermeiros, farmacêuticos e de todos os profissionais do SNS é um serviço a Portugal.

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Se os profissionais, com a sua razão, impuserem o que é justo, a democracia ganhará.

Ana Drago, Ana Gomes, Arménio Carlos, Carmo Afonso, Carvalho da Silva, Catarina Oliveira, Francisco George, Francisco Louçã, Isabel do Carmo, José Manuel Boavida, Maria do Rosário Gama, Paulo Pedroso, Pedro Lamares, Pézarat Correia, Pilar del Rio, Ricardo Paes Mamede, Sérgio Godinho, Tânia Graça, “Público” (sem link)

 

A minha primeira reação à vitória de uma mulher trans [como miss Portugal] foi, mesmo assim, de satisfação. 

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Marina Machete assumiu que ser mulher implica corresponder aos estereótipos de género que, na realidade, estiveram na base dos ataques à comunidade trans.

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Se é verdade que a normalização da homossexualidade abalou alguns estereótipos de género, também foi integrando parte desses estereótipos.

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Se, como escreveu Simone de Beauvoir, ninguém nasce mulher, torna-se mulher, talvez valha a pena questionar o que é isso de ser mulher no século XXI. 

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Sinto falta de “desorientados sexuais” que resgatem a cultura subversiva que se vai perdendo e a luta pela autodeterminação do indivíduo.

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Com recuos, avanços e resistências mais ou menos agressivas, o movimento LGBTQIA+ está, pelo menos no Ocidente, a vencer as suas batalhas.

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O mundo não caminha para o eterno progresso, mas para o permanente conflito que leva a mudanças não lineares.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

[O Vale Eficiência destina-se] às mais de 700 mil pessoas em situação de pobreza energética extrema entre os mais de 2,5 milhões de portugueses que vivem nalguma forma de pobreza energética

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As casas onde uma grande parte dos portugueses vivem têm um péssimo desempenho energético: são uma ‘arca frigorífica’ de inverno e um ‘forno’ de verão. 

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É revoltante pensar que um país que tanto se orgulha das suas glórias da construção civil se salde na armadilha insalubre em que habita um terço dos portugueses. 

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[Em relação ao Vale Eficiência anterior] quase ninguém deu conta dele; quem deu conta não percebeu como fazer.

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Por uma vez a consulta pública da nova Estratégia de Combate à Pobreza Energética, e os pareceres resultantes dessa consulta, foram ouvidos e integrados na decisão. 

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Todo o processo de inevitável transição energética não conseguirá avançar se for exclusivamente feito de aplicativos tecnológicos e decisões de gabinete.

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Sem escuta e envolvimento das comunidades, de forma transparente, a tecnologia não passa de tralha inútil e até pode ser contraproducente.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

O Sistema de Justiça Português não trata os cidadãos em pé de igualdade: nem nas condições de acesso; nem na constituição de provas e decisões dos tribunais; nem na comunicação dos seus atores com a sociedade; nem sequer na forma como são tratados os réus em tribunal.

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Entretanto, os ricos podem contratar advogados cotados no sistema para estudar os processos profundamente. 

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A tolerância dos portugueses perante a fragilidade, as incongruências e os erros da Justiça constitui-se como fator de corrosão da democracia.

Carvalho da Silva, JN


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