sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

CITAÇÕES

 
Todas as crianças até cinco anos em Gaza não estão a receber nutrição suficiente, e correm o risco de danos físicos e mentais.

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Todas as crianças até cinco anos. Que em Gaza são 335 mil. O equivalente a mais de metade das crianças dessa idade em Portugal

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E que, ao contrário das outras guerras, de tudo o que conhecemos, não têm para onde fugir. Além de esfomeadas, foram amontoadas à bomba em tendas molhadas, sujas, focos de doença.

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Cesarianas sem anestésicos, sem hospital, sem cama. Aleitamentos sem água, sem comida.

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Mais as 50 mil mulheres que continuam grávidas em Gaza, agora. Realmente nunca vistas, além das estatísticas.

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E porque toda a gente lá é palestiniana, e não europeia, americana, israelita, também há outro sem precedente em Gaza desde 7 de Outubro: não entram repórteres (fora os inseridos nas tropas israelitas, mediante censura), e os locais têm estado a ser mortos.

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Portanto, se Gaza é o nunca visto, imaginem se víssemos.

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Quanto ao que está a acontecer desde então [7 outubro 2023] em Gaza, o jornalismo pôde captar só uma pequena parte. 

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Por outras palavras, a vida segue à custa da morte em Gaza. Ver, teme-se, seria insuportável.

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O trauma do ataque do Hamas, também ele sem precedentes no Estado judaico. Os lutos de 1200 mortos, as famílias de 240 sequestrados.

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Qualquer jornalista que aterrou em Israel no pós-7 de Outubro terá recebido em inglês, no seu email ou WhatsApp, muitas possibilidades de reportagem.

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Uma gigantesca rede de assessoria de imprensa.

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O repórter podia só pôr o despertador para a hora do autocarro em que as autoridades israelitas levariam os jornalistas num tour pela destruição do lugar tal, e os devolveriam ao fim do dia a Telavive ou Jerusalém.

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Entretanto, algumas dezenas de palestinianos cobriam uma catástrofe sem precedentes em Gaza, sendo eles mesmo alvos. E na Cisjordânia disparava a guerra na sombra há muito.

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Ao longo de mais de 20 anos, vi multiplicarem-se centenas de milhares de colonos na Cisjordânia, com todas as estruturas que apoiam a ocupação.

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Israel nunca parou de transferir população para o território que ocupa, violando as convenções internacionais.

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Cada colono é ilegal, e todos os colonos são Israel.

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Sempre foram o bulldozer do Estado, a sua carne para canhão, a sua milícia, e no actual Governo de Netanyahu a sua ala terrorista, cada vez mais armada.

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A violência dos colonos de Israel não é o que escapa ao controlo do Governo, ao contrário do que os EUA tentam vender, para dar um ar de que pressionam Israel em algo. Os colonos são a política de Israel. São o Estado.

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Assim, enquanto os EUA e a Europa debatem a solução Dois Estados, há muito por contar na Cisjordânia.

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Se em Gaza a vida está a ser extinta, qualquer povoação da Cisjordânia, neste momento, teme pela vida.

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Teoricamente, não é só Israel a travar a entrada de jornalistas em Gaza. O Egipto contribui para isso na fronteira de Rafah. Mas na prática é Israel, porque o Egipto não está interessado em fazer frente a Israel.

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Cobrir Gaza não rivaliza com cobrir a Ucrânia.

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Se o 7 de Outubro tomou o espaço mediático, isso não significa que a vida e morte em Gaza estejam a ser cobertas, para além do esforço heroico dos repórteres palestinianos (os Gigantes do Ano de 2023).

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Nunca precisámos tanto de jornalismo, além das redes sociais (que, no caso da Palestina, têm sido muitas vezes as únicas janelas).

Alexandra Lucas Coelho, “Público” (sem link)

 

Segundo dados do Observatório [da Mobilidade Social], cerca de 65% da população activa dos 31 Estados que fazem parte da OCDE teme não ter a mesma estabilidade financeira dos seus pais.

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As crianças que nascem hoje nas famílias mais pobres terão salários 20% mais baixos que as que têm sorte de vir ao mundo entre os agregados mais abastados; na próxima geração, o fosso será ainda maior.

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E se hoje já seriam precisas quase cinco gerações para o rendimento das famílias mais pobres chegar à média, imagine-se o que virá a seguir.

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Quando questionados, quase 80% dos inquiridos dos 31 países acreditam que se deveria reduzir a desigualdade económica e que mais deveria ser feito para nivelar as oportunidades.

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Diz a OCDE que os portugueses, quando lhes pediram para classificar, de 0 a 10, o seu nível de satisfação geral em relação à vida, acabaram com 5,8 de média, abaixo dos 6,7 da média geral dos países da organização.

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No sábado, os Trabalhistas britânicos apresentaram um estudo que demonstra que o país se tornou “menos produtivo e menos igualitário” depois de 14 anos com os conservadores no poder.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

A percepção de que a nova AD não consegue implantar-se no eleitorado começa a formar uma evidência.

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Não são apenas as sondagens que o indicam, é também o potencial crescimento da extrema-direita a reforçar a ideia de que a nova coligação não conseguiu qualquer sinal de retoma de um eleitorado que lhe foge entre os dedos.

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 Nenhuma linha laranja foi traçada quando o alerta era mais do que vermelho. 

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A incapacidade de comunicar positivamente pode ser a gota de água que empurre o PSD para o empate técnico com a extrema-direita, como já se augura nas últimas sondagens, se levarmos em linha de conta a distribuição de indecisos. 

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Poderá chegar o tempo em que Passos Coelho volte, não para liderar um projecto na Direita, mas para levar o PSD como apêndice.

Miguel Guedes, JN


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