quarta-feira, 6 de março de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (93)

 
Um dos sentimentos mais fortes na democracia, infelizmente, é negativo.

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Quem se sente abandonado ou traído [não vai votar e] tende a afastar-se das eleições ou a ficar indeciso até à última hora.

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[Nos] números [de indecisos] não estão os privilegiados do nosso país.

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[Os privilegiados] têm os seus interesses e privilégios protegidos e instalados desde que nasceram. Não os deixes sozinhos!

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Em particular o povo de esquerda, que votou no PS nas últimas eleições com medo da direita, tem muitos motivos para estar zangado.

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Onde a direita ameaça, o PS não protegeu.

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Mas a direita que te ameaça e o PS que não te protege irá votar.

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Sabemos que os banqueiros agiotas irão votar, que os especuladores irão votar, que a elite corrupta irá votar, que os privilegiados do país irão votar.

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Muitas vezes a vida quotidiana é injusta e funciona a favor dos mesmos.

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A democracia é o poder da gente sem privilégios, os 99% da sociedade, e há que levar essa vida até às urnas.

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Que votem as gerações que exigem medidas para combater o caos climático e faremos a diferença.

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No próximo domingo, é a força do teu voto que pode derrotar o medo, derrotar a resignação, derrotar a desconfiança e derrotar o cinismo.

Pedro Filipe Soares, “Expresso” online

 

Uns lidam mal como o pluralismo, outros queixam-se, com razão, da falta dele. Uns não aguentam o escrutínio, outros lamentam a decadência (real) do jornalismo livre e independente.

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[O jornalismo] é feito por estruturas e a sua qualidade depende de como elas funcionam e para aquilo para que foram pensadas.

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[A mercantilização da informação é] tão antiga como o jornalismo. 

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Nova é a incapacidade de os jornalistas manterem a autonomia em relação à lógica estritamente mercantil.

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Hoje, os diretores de informação são diretores de vendas e os jornalistas produtores de conteúdos.

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[A situação da Global Media] sofre, como toda a imprensa, com uma crise de modelo de negócio trazida pelas redes sociais.

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[A situação da Global Media] sofre com o preconceito de quem vê o apoio cego do Estado a um bem essencial para a sobrevivência da democracia como mais perigoso para a independência do jornalismo do que o mecenato ideológico privado.

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Os cortes de pessoal e de meios têm levado à insustentabilidade de um jornalismo com mínimos de exigência e qualidade em todos os grupos de comunicação social.

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O que aconteceu na Global Media vai acontecer a grande parte das empresas de comunicação social.

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O Inquérito Nacional às Condições de Vida e de Trabalho dos Jornalistas em Portugal, encomendado pelo Sindicato dos Jornalistas, diz-nos que o salário médio da classe está nos 1250 euros líquidos.

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É possível escrutinar os poderes públicos e privados com este nível de proletarização?

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Hoje, muito menos jornalistas que recebem muito menos fazem muitíssimo mais.

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As redações deixaram de ser intergeracionais, porque o os jornalistas mais novos, mais baratos, substituem quase todos os mais velhos, mais caros.

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O “jornalismo mil euros” não pode cumprir a função de informar.

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Resolver a insustentabilidade do modelo de negócio com a proletarização total do jornalismo pode resolver o problema aos empresários, não resolve os problemas do jornalismo e do seu papel para a democracia.

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O que os jornalistas exigem é quase o regresso ao início do mais básico das relações laborais.

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Tudo o que qualquer operário exige numa fábrica.

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[Estamos perante] uma atividade que, sendo económica, é indispensável à sobrevivência da democracia e tem proteção constitucional. 

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[Esta greve dos jornalistas, em 14 de março] está alinhada com uma luta global em quase todas as democracias de que os jornalistas portugueses não se devem alhear.

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Pelo menos por agora, os cortes brutais, mesmo nos órgãos de comunicação social mais globalizados, não resultam de uma modernização que permite fazer o mesmo com menos.

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A economia sobrevive sem imprensa livre. A democracia é que não.

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A greve de dia 14 é dos jornalistas. Mas está muito mais em jogo do que eles.

Daniel Oliveira, “Expresso” online (sem link)

 

André Ventura revelou finalmente quais “as forças vivas” do PSD que lhe tinham garantido que haveria acordo com o Chega, depois das eleições, se houver uma maioria à direita.

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O líder do Chega precisa de dizer aos eleitores que o voto no partido vai servir para formar governo e que não será um voto perdido.

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Não há desmentidos na calha.

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Mas o que acontecerá se Luís Montenegro não ganhar as eleições? Bom, nesse caso tudo é possível e refiro-me à própria saída de cena de Luís Montenegro.

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Quer com uma vitória de Luís Montenegro, quer com a sua derrota – a AD pretende formar governo.

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Os eleitores que votam AD não sabem para que servirá o seu voto e têm boas razões para admitir que servirá para fazer uma coligação com o Chega.

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O voto útil na AD poderá vir a ser útil ao próprio Ventura.

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Os barões do PSD e pesos-pesados da AD estão muito à vontade. Se a coisa não for lá de uma maneira, acreditam que irá de outra. Fazem declarações inconvenientes e até bizarras.

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Sobra a fé no desejo de mudança. E vai valer mesmo tudo para chegar ao poder.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)


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