(…)
Mas um passado assim não se consegue varrer para debaixo do
tapete.
(…)
Sei o que fizeste num governo passado, começaram logo a dizer
os pensionistas.
(…)
A ferida aberta permanece e a desconfiança cavou ainda mais
fundo - o PSD é mesmo o partido que corta pensões e reformas.
(…)
Passos Coelho mostrou que sabe navegar os novos ventos, o
mesmo caldo em que a extrema direita medra.
(…)
Mas Passos não usou só linha política emprestada da extrema
direita, pegou também nos seus truques.
(…)
Os dados refutam a ideia, a realidade desmente Passos Coelho,
as contas da Segurança Social (as mesmas que servem para pagar as pensões)
comprovam a integração e o sucesso da imigração.
(…)
Os comentadores já vieram normalizar as declarações do antigo
primeiro-ministro.
(…)
O PSD e a dita direita tradicional está disponível para
apadrinhar discursos de extrema direita e que incitam ao ódio contra imigrantes.
(…)
A imigração só tem sido tema em Portugal pelas más políticas
do Governo e da sua maioria absoluta.
(…)
A imigração não é um problema no nosso país, não devia sequer
ser tema de campanha eleitoral.
(…)
O PSD quis piscar o olho ao eleitorado do Chega e com isso
fomentou o ódio contra imigrantes.
Pedro Filipe Soares, “Expresso” online
Lucília Gago, procuradora-geral da República, afirma que o
Ministério Público vive uma “presunção de culpa” e é mesmo real esse
descrédito, gravíssimo para a democracia, que parece ter invertido o ónus da
culpa.
(…)
Enquanto o Ministério Público e o sistema judicial lidarem em
surdina e complacência com os seus delatores internos, nenhuma acusação ou
decisão poderá ser assumida como certa.
(…)
Dentro ou fora da solução governativa que uma vitória da AD
poderia proporcionar, a extrema-direita será uma parte da equação de governo
até ao momento em que, tacticamente, lhe seja vantajoso romper.
(…)
O PSD irá compreender, talvez tarde demais, que o discurso
que alimenta a semelhança entre o argumentário de Passos Coelho e André Ventura
é o mesmo que fará com o que o Diabo acabe mesmo por chegar.
(…)
Para o PS de Pedro Nuno Santos, algo indeciso entre ser ou
parecer, o melhor que poderia acontecer seria contar com a permanente ajuda de
Pedro Passos Coelho, Cavaco Silva ou Durão Barroso na campanha.
Embora
não caiba – e bem – na esfera de influência de nenhum partido político, [o
movimento climático] não confunde aliados com adversários e não se revê na
lógica demagógica que pretende falar pelas “pessoas” e contra os “políticos”.
(…)
Ora,
as propostas dos partidos de esquerda, ainda
que sempre passíveis de melhorias e aprofundamentos, são parte da luta por uma
transição energética justa.
(…)
Precisamos
de um movimento climático forte e independente, mas não apolítico, nem
antipartidário. Esse movimento existe, ainda que deva crescer e muito. Existe e
não se revê nestas ações [a que assistimos na campanha eleitoral, por exemplo].
(…)
A
direita ganha um pretexto para se vitimizar; a esquerda, tipicamente associada
à causa climática, é desacreditada ou até acusada de orquestrar as ações.
(…)
É
imperativo salientar que a ação sobre Luís Montenegro foi usada como desculpa
para evitar responder à polémica sobre
a interrupção voluntária da gravidez, que estava a prejudicar a AD, após um
dos seus candidatos ter defendido a reversão da lei do aborto.
Manuel Afonso e Vera Ferreira, “Público” (sem link)
Os
congoleses estão convencidos de que há poderes ocidentais por trás do acirrar
do conflito no Leste da República Democrática do Congo.
(…)
[O país possui] uma riqueza de que a população
nunca usufruiu em tantos anos de guerras.
(…)
O
terrível colonialismo belga do território, que começou como feudo do monarca
Leopoldo II, terminou em 1960, mas o jogo político congolês nunca deixou de
contar com participação e interferência estrangeira.
(…)
Corrupto,
despótico e megalómano, Mobutu tentou transformar-se em Presidente vitalício e
falhou e, quando as nacionalizações afundaram o país numa grave crise
económica.
(…)
O que
as populações leste-congolesas ainda hoje enfrentam são as marcas do caos que
se seguiu ao fim da ditadura de Mobutu.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Rui
Tavares anunciou que o
Livre está disponível para dialogar com a direita desde que esta não conte com
o Chega.
(…)
Rui Tavares tem trabalhado a sua imagem de
político moderado.
(…)
Há uma faceta do Rui que parece acreditar que é
possível juntar Deus e o Diabo num brunch vegetariano.
(…)
Surpreende
sobretudo que Rui Tavares anuncie esta ponte numa semana particularmente
perturbadora – esclarecedora também, é certo – na campanha da AD.
(…)
Depois
da xenofobia estratégica de Passos Coelho ouvimos Paulo Núncio, destacado
candidato da coligação de direita, anunciar a vontade de tomar iniciativas no
sentido de limitar o acesso ao aborto.
(…)
E
claro que tudo isto fez lembrar o que aconteceu em 2015 quando Montenegro era
líder parlamentar da bancada do PSD. Nessa altura, a lei foi alterada e no
sentido de dificultar o acesso ao aborto.
(…)
Temos
boas razões para desconfiar da AD no que diz respeito ao aborto e aos direitos
das mulheres. Nem vou falar outra vez do Gonçalo da Câmara Pereira. Não é
preciso.
(…)
Sucede
que, no dia seguinte ao de sabermos da intervenção de Paulo Núncio no debate
organizado pela Federação Portuguesa pela Vida, Rui Tavares achou que era um
bom momento para anunciar a sua disponibilidade para dialogar com a AD.
(…)
Ao
anunciar diálogos com a direita coloca o Livre numa posição estranha: a de
pequeno partido de esquerda que afinal é de centro-esquerda na sua vertente
mais aproximada da direita.
(…)
O PS tem dirigentes e militantes mais radicais.
(…)
Estar em cima do muro é muito simpático e
apreciado. Mas nunca vi ninguém lutar verdadeiramente por nada nesse sítio.
(…)
Em cima do muro não teríamos legalizado o
aborto e nem teríamos feito o 25 de abril.
Carmo Afonso, “Público”
(sem link)
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