sábado, 2 de março de 2024

MAIS CITAÇÕES (272)

 
A chegada de Passos Coelho à campanha da AD animou as hostes da direita. 

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Nenhum contexto histórico afasta Passos do “para lá da troika”, dos apelos à emigração, do braço de ferro com o Tribunal Constitucional para ir mais longe do que o memorando, da afirmação, em 2014, de que não era possível voltar aos níveis de remuneração de antes da crise.

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Se todos aceitam que a AD tem um problema com os mais velhos por causa do período de Passos, como pode Passos ser um ativo para a AD?

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A associação entre imigração e insegurança é fácil de desmentir: numa década, a imigração subiu 80%, os reclusos estrangeiros diminuíram 27% e a criminalidade grave e violenta caiu 24%.

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Em Portugal, o problema é de respeito pelos direitos humanos dos imigrantes, não da segurança dos nacionais. 

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[Passos] associou os imigrantes ao “sentimento” de insegurança, que é a base da xenofobia.

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Passos Coelho já [associara imigração a insegurança] em 2016, quando não havia Chega ou dissolução do SEF.

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E é nesse lugar que a direita está, sustentada por um espaço mediático cada vez mais afunilado.

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A extrema-direita não vence quando chega ao poder, mas quando o seu discurso é normalizado pelo mainstream.

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Ainda esta polémica estava ao lume e veio a do aborto, imediatamente interrompida pelos imbecis que atiraram tinta verde à democracia, salvando a direita dos seus problemas e condenando a causa climática ao isolamento.

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O choque fiscal, que já tinha sido prometido por Durão Barroso, deixaria um rombo orçamental de 5 mil milhões anuais. 

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O que Costa deixa são serviços públicos em rutura, incapazes de reter profissionais motivados.

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Montenegro desdobra-se em promessas de aumentos aos funcionários públicos, mas propõe-se diminuir radicalmente a receita [fica aqui o “mas” já referido por Mariana Mortágua].

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Do sentimento de insegurança de Passos com a imigração à vontade de Núncio recuar na IVG, passando por um programa fiscal irresponsável, nada permite falar de moderação na AD. 

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O que facilita a vida a Montenegro, além da tinta verde de uns imbecis, é o plano inclinado televisivo que vai tentando passar o sentimento de recentramento de quem há muito tempo se desviou do centro.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Os factos não vão a votos e infelizmente desde há mais de uma década eles têm vindo a alinhar-se sucessivamente de forma muito negativa.

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A degradação ambiental tem crescido exponencialmente no mundo e as causas que a produzem também.

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As causas ambientais e da sustentabilidade têm ganhado no plano da ciência e na dinâmica de cidadania.

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As políticas ambientais, essas têm vindo em recuo crescente até à lamentável situação em que nos encontramos hoje.

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[O] Ambiente [encontra-se] em trajetória de recuo por toda a parte.

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[Uma parte do mundo] parece esperar com impaciência o fim deste para começar o futuro de uma forma humana, ecológica, inteligente e em paz com o sistema Terra.

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[Em Portugal] os debates eleitorais praticamente omitiram a questão ambiental e particularmente a das alterações climáticas (AC).

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Porque é que Portugal tem hoje os problemas ambientais que tem no litoral, na água, no solo, na floresta, na biodiversidade, na energia, etc.?

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Em todos os programas há capítulos sobre os principais problemas ambientais do país, mas, em geral, falta-lhes agenda e compromisso.

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A nova condição climática em que o mundo e nós todos vivemos não se compadece com promessas vagas ou tornadas vagas.

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Precisamos de compromissos e não da repetida promessa das mesmas vagas ilusões.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

Nas cinco décadas de democracia, Portugal podia e devia ter conseguido um maior desenvolvimento humano e social, económico, cultural e político.

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Em 2012, em nome de que vivíamos acima das nossas possibilidades, foram feitos cortes nas retribuições e direitos dos trabalhadores correspondentes a três mil milhões de euros por ano. Quem assume reparar este roubo?

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Entretanto, os novos protagonistas relevantes no processo eleitoral em curso são velharias ultraconservadoras e fascistas que aproveitam contradições e tensões geradas pelo ultraliberalismo e pelo belicismo, hoje em marcha, para imporem retrocessos.

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Quanta memória se perdeu para haver quem esteja a dar crédito aos que acham que Portugal podia continuar a ser um país colonizador, com total ausência de direitos, liberdades e garantias.

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[As centenas de milhares de portugueses que emigraram nos anos 60 e 70 do século XX] teriam sido “recambiados” para Portugal (muitos para as prisões), se os países que os acolheram adotassem as políticas que Ventura propõe agora para a imigração.

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A Iniciativa Liberal e de forma mais moderada a AD fazem uma berraria contra o Estado, o culpado de todos os males, até de maus comportamentos de privados. 

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[Sem o Estado] alguma vez se teria criado o Serviço Nacional de Saúde de acesso para todos, ou a Escola universalizada, por investimento da iniciativa privada?

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Talvez seja bom dar o voto a forças que têm lastro consistente em áreas como a do trabalho e dos direitos fundamentais, que estão muito debaixo de fogo. 

Carvalho da Silva, JN

 

Nas próximas eleições legislativas, as mulheres grisalhas vão desempenhar em Portugal o mesmo papel que as mulheres negras do Nordeste desempenharam nas eleições presidenciais brasileiras: votando à esquerda, vão salvar o Estado de Direito Democrático e Social, derrotando as direitas cada vez mais extremadas.

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Os trabalhadores que auferem o Salário Mínimo Nacional (SMN) lembram-se do ataque a esta instituição de decência laboral mínima durante esses anos de chumbo (2011-2015).

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[A teoria económica neoliberal] vê no SMN uma interferência malsã, destruidora de emprego, no “mercado de trabalho”, como se as relações laborais fossem uma ordem espontânea, onde tudo corre bem para todos, no melhor dos mundos.

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Não é aliás por acaso que o aumento do poder de compra do SMN esteve associado à criação de tanto emprego.

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Desde o final do século passado até 2024, segundo cálculos do economista Paulo Coimbra, a produtividade terá crescido 23,9% e os salários reais apenas 11,9%.

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O último refúgio das direitas é a desmemória em relação ao contexto que gerou a troika.

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As elites do poder optaram por aceitar uma reestruturação liderada pelo credor, com austeridade destrutiva associada.

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A austeridade imposta a partir de 2010-2011, com centenas de milhares de postos de trabalho destruídos e com centenas de milhares de portugueses compelidos a emigrar, a par do aumento da pobreza, foi um evitável desperdício, feito em nome da consolidação de um modelo neoliberal.

João Rodrigues, “Público” (sem link)


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