Se
é certo que há responsabilidades recentes e outras antigas, o mais importante é
que não sejam cometidos novos erros que favoreçam os inimigos da democracia. Eles
estão alerta e vão aproveitar todas as ocasiões para lançarem as suas farpas
envenenadas sobre tantas conquistas, só possíveis em regime de liberdade, após
abril de 1974.
Este
domingo, mais de 1 milhão de eleitores portugueses votou num partido de extrema-direita
que não esconde a sua vontade de, sob os mais diversos pretextos, subverter o
regime democrático em que vivemos, há perto de 50 anos. Na realidade, estamos
em crer que, não há em Portugal 1 milhão de simpatizantes de ideias fascistas,
mas, a verdade, é que passaram um cheque em branco a uma organização sem
escrúpulos que não olha a meios para atingir os seus perversos fins.
É
hora de todos os democratas de sempre, com todas as diferenças que os
caracterizam, darem as mãos para impedirem que a liberdade, tão arduamente
conquistada, seja banida ou amordaçada na sociedade portuguesa.
Está
em vias de acontecer que, no ano em que se comemora o 50º aniversário da
revolução que nos restituiu a liberdade, vejamos instalados no poder aqueles que
de lá foram expulsos pelo povo, na sequencia do dia 25 de abril de 1974. Seria
uma tragédia, mas bem passível de se converter em realidade.
A
recente campanha eleitoral pode ter-nos fornecido uma amostra daquilo que, num
futuro, mais ou menos próximo, pode vir a acontecer. É bom que tenhamos em
atenção que os inimigos da democracia, no seu significado mais amplo, se sirvam
dela, para a subverterem sem apelo nem agravo. Aí chegados, não haverá mais hipóteses
de retorno.
Este ano,
em particular, as comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974 devem estar
muito mais centradas do que é costume, no alarme que soou este domingo, porque
já andámos distraídos demasiado tempo.
Luís
Moleiro Santos
P.S.
O texto acima, apesar de publicado neste blog, é da exclusiva responsabilidade de
quem o assina.
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