sexta-feira, 5 de abril de 2024

CITAÇÕES

 
O seu [de Montenegro] paupérrimo discurso, em que se limitou a repetir umas frases soltas sobre o programa da AD, revelou que a tática do silêncio serve para lhe garantir a gravitas que as suas palavras lhe negariam.

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Quando falou, Montenegro tinha duas coisas para dizer: que o festival de promessas e o seu fantasioso cenário macroeconómico não eram para levar a sério e que pretendia governar como se tivesse maioria absoluta.

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Se a AD quer governar com o programa da AD, tem apenas os deputados da AD. Se quer mais, aproxima posições às dos deputados de que precisa.

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Nas questões económicas e sociais, onde existe, de facto, um bloco de direita, não faz sentido exigir o voto do PS.

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basta conhecer as posições do Chega sobre SNS, leis laborais ou política fiscal para perceber que a AD está muito mais próxima dele do que do PS.

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Este governo não foi construído para pensar em convergências programáticas com o PS.

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Se um governo de direita tem um programa de direita e há uma maioria de direita, que sentido faz ser sustentado pela esquerda?

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Depois de Pedro Nuno Santos ter assumido que não inviabilizaria a entrada em funções do Governo, Montenegro defendeu que isso implicava viabilizar Orçamentos.

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Cada sinal de boa vontade do PS é transformado numa armadilha para o neutralizar e entrgar a oposição ao Chega.

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Na posse, Montenegro disse que tem um programa e exige os deputados que lhe faltam para o aplicar.

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Montenegro quer ter, com a vitória mais curta da democracia, uma maioria parlamentar que não lhe pertence, uma oposição neutralizada e um Governo que não tem de lidar com limites parlamentares.

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Com apenas 29%, quer cumprir o sonho de Sá Carneiro, mas aditivado: um Presidente do seu campo político, uma maioria que não tem, um Governo que não negoceia e uma oposição que não se opõe.

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Se a única consequência óbvia do chumbo do OE forem eleições antecipadas, a AD não tem incentivos para negociar.

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Não haverá responsabilidade, mas vitimização. Não haverá diálogo, mas chantagem.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Os riscos climáticos e o impacto das alterações climáticas (AC) não podem ser abordados como uma coleção de episódios, mas, pelo contrário, impõem a consideração integrada de todos os aspetos da vida, da natureza e das sociedades.

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Os riscos já atingiram níveis críticos e podem tornar-se catastróficos se não implementarmos políticas de adaptação integradas.

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A Europa do Sul será afetada por riscos múltiplos, com destaque para os incêndios florestais, as ondas de calor. a escassez de água para a produção agrícola, as inundações das zonas costeiras, incluindo várias cidades, e a saúde humana.

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A lei [Lei de bases do Clima] explicita os direitos e deveres climáticos, a participação e a mobilização públicas para a ação climática e as políticas nacionais, regionais e locais em todos os setores face à condição climática presente e futura.

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Contudo, ao cabo de dois anos a aplicação da Lei do Clima anda a passo de caracol e tardam medidas básicas essenciais.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

A primeira certeza [que saiu o comunicado do primeiro Conselho de Ministros do novo governo] é que vamos regressar ao carrossel dos debates da criminalização do enriquecimento ilícito, que consta do programa da AD e que os deputados da AR andam a mastigar há muitos anos. 

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Sobre transparência e confiança nas instituições, é bom notar que o governo criou um enorme problema para si mesmo. 

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Esse problema chama-se Miguel Pinto Luz, o novo ministro das infraestruturas que ficou agora encarregado dos dossiers da TAP e do novo aeroporto.

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[Pinto Luz] teve responsabilidades políticas diretas na privatização da TAP. Um processo que primou pela opacidade e por decisões que, objetivamente, prejudicaram o Estado.

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Enquanto governante assinou uma “carta de conforto” aos credores da TAP em que o Estado Português garantia o pagamento da dívida em caso de incumprimento, mesmo depois da privatização.

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Ela estabelecia que se a atividade da TAP corresse bem, todo o lucro seria para o privado; se corresse mal, todo o risco era assumido pelo Estado

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Pinto Luz fez com Neelman um negócio inexplicável: sem riscos para o comprador; sem necessidade de investimento próprio; e com todo o risco a ser assumido pelo Estado português.

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Agora, Pinto Luz vai ter de decidir sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, numa negociação com a VINCI, cuja concessão resultou de um negócio do governo de Passos Coelho que foi arrasado na recente auditoria do Tribunal de Contas. 

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Acresce que a representar o concessionário privado no processo do novo aeroporto temos, curiosamente, um ex-ministro do PSD – José Luís Arnaut – notório apoiante de Luís Montenegro. 

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Podemos ter agora o acalento da esfera armilar, das quinas e castelos, mas sinto que a pátria não está segura.

Ana Drago, DN


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