sábado, 20 de abril de 2024

MAIS CITAÇÕES (279)

 
Um dos instrumentos que o Estado Novo utilizou para desenvolver as suas políticas foi o Estatuto do Trabalho Nacional, criado em 1933, inspirado na Carta del Lavoro de Mussolini.

(…)

Salazar e Caetano recorreram a esse golpe [de substituir elementos eleitos para as direções dos “Sindicatos Nacionais”] várias vezes e, muito em particular, entre 1968 e 1974.

(…)

Na segunda metade da década de 60 e depois, dezenas de direções sindicais foram conquistadas por trabalhadores que não aceitavam o corporativismo. 

(…)

Logo em fevereiro de 1971, a PIDE/DGS via essas reuniões como “embrião de central sindical”.

(…)

Esse avanço organizacional trouxe uma agenda sindical nova e transformadora. 

(…)

Propostas de criação do salário mínimo nacional.

(…)

Este sindicalismo foi decisivo para moldar o contexto social e político em que surgiu o 25 de Abril e produziu excelentes contributos para a nossa democracia.

(…)

A luta laboral e social refletiu-se no trabalho dos deputados constituintes, que deram relevante dignidade aos direitos e deveres dos trabalhadores na CR.

(…)

A vida sindical intensa que passou a existir, quer no setor privado quer no público, colocou os sindicatos como construtores de pilares fundamentais do Estado social de direito democrático, ao longo dos 50 anos da democracia.

(…)

A pluralidade [do movimento sindical] favorece a construção de boas agendas e o seu sucesso.

(…)

A democracia não dispensa os sindicatos. Defendê-los e reforçá-los é responsabilidade de todos os democratas.

Carvalho da Silva, JN

 

Nos seus estudos de Geografia [Kant] menciona a orografia portuguesa, e outros territórios, na altura colonizados por Lisboa. Muitos anos antes das Invasões Francesas, Kant previu que tal iria suceder, numa impecável análise geoestratégica.

(…)

Kant foi o filósofo da paz, (…) como tarefa e objetivo central da História Europeia e Mundial. 

(…)

As guerras do século XVIII já eram suficientemente sangrentas para ele antecipar a possibilidade de carnificinas muito maiores. 

(…)

Kant apostava na tese de que a paz só seria possível se os Estados retirassem a faculdade de fazer a guerra aos monarcas, ou a uma elite que dela tirasse proveito próprio.

(…)

[Defendia] regimes representativos com separação de poderes, que dessem ao povo, de onde saem sempre os solados e as vítimas da guerra, uma voz na decisão de seguir o caminho da diplomacia ou das armas.

(…)

Mas era preciso ir mais longe. Os Estados deveriam constituir-se numa organização internacional, que Kant batizou de vários modos.

(…)

O que Kant propunha aproxima-se das duas organizações internacionais para prevenir a guerra, criadas no século XX

(…)

A NATO foi criada para defesa contra a URSS. Depois desta se ter dissolvido pacificamente, em 1991, a NATO não só permaneceu como se alargou e globalizou.

(…)

A Ucrânia começou a arder em 2014, com o derrube de um Governo legítimo.

(…)

EUA apoiam incondicionalmente o regime brutal de Telavive.

(…)

Kant ensinou-nos que só a força da razão edifica e constrói a paz.

Viriato Soromenho Marques, DN

 

Imagino a alegria e emoção da redacção [do jornal República] após 48 anos de censura, a mais longa experiência de censura na Europa do século XX.

(…)

Foram coisas como esta que, na tarde de 25 de Abril, transformaram um golpe de Estado numa revolução.

(…)

Mas esta “festa” da liberdade, (…), não caracteriza a actual situação da liberdade de expressão, bem pelo contrário, há uma crescente ascensão da censura, de atitudes censórias.

(…)

Mas a luta contra a democracia e a sua usura começa sempre com a liberdade de expressão, seja por mecanismos formais, seja por pressões informais que incluem a autocensura.

(…)

Nos EUA, nos estados de maioria republicana e onde hoje manda Trump, o banimento de livros nas bibliotecas, por falarem de sexo, identidade e género, assim como o afastamento de professores por valorizarem as questões de raça, ou, na Guerra da Secessão, a questão da escravatura, ou ensinarem a chamada “teoria crítica”, é cada vez mais comum.

(…)

Na Europa, a guerra de Gaza tem sido pretexto para cancelamento de conferências, anulação de convites, e interdição de seminários, por ser “proibido” ser pró-palestiniano e crítico de Israel.

(…)

A única limitação à liberdade de expressão não é à própria liberdade de se dizer ou escrever o que se entende, por muito que me indigne o que lá está, mas sim saber se é crime ou não.

(…)

A liberdade de expressão não é em primeiro lugar a minha, mas a do “outro”.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Na terra verde dos povos nuba, no Sul do Sudão, morre-se à fome.

(…)

A seca e a guerra civil no país estão a obrigar as várias etnias dos montes Nuba a improvisar uma dieta de folhas de árvores e gafanhotos.

(…)

A situação “piora a cada dia que passa”, explica o representante para a região da Agência de Reabilitação e Ajuda do Sudão à rádio Tamazuj

(…)

A economia do país encolheu 40% em 2023 e continuará a encolher este ano. A inflação chegou aos 256%.

(…)

A fome aguda nos montes Nuba mimetiza situações em muitas partes do país – 4,9 milhões de sudaneses estão em risco de fome por causa da guerra civil que esta semana completou um ano, entre eles 730 mil crianças que padecem de malnutrição aguda.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Dez anos depois da tragédia do Meco, o Supremo Tribunal de Justiça ilibou a Universidade Lusófona e o Dux João Gouveia pela morte dos seis estudantes, recusando o pedido das famílias dos universitários: uma indemnização de cerca de 225 mil euros, por vítima.

(…)

O episódio da praxe no Meco foi uma tragédia terrível, que tem como único ponto positivo ter havido, ao menos, um sobrevivente. 

(…)

Como acredito no Estado de Direito, acredito que o Tribunal decidiu de acordo com a Justiça – nem podia ser de outra forma.

(…)

Está mais do que na hora de assumirmos que a praxe académica é um terreno de risco, que não poucas vezes coloca em causa a segurança e a liberdade individual. 

(…)

Todos sabemos que a praxe é, tendencialmente, uma manifestação de bullying, com ações de coação física e psicológica, ofensa, discriminação e assédio. 

(…)

Quando estamos no campo da submissão, nunca sabemos quão consciente é uma tomada de decisão.

(…)

 É preciso que as instituições de ensino superior e a sua tutela definam, de uma vez por todas, limites claros em relação às praxes e à defesa dos seus estudantes.

Martha Mendes, “diário as beiras”


Sem comentários:

Enviar um comentário