sábado, 6 de abril de 2024

MAIS CITAÇÕES (277)

 
Quando é preciso cobrir buracos no sistema financeiro ou na gestão de grandes grupos empresariais, mesmo privados, os trabalhadores e o povo pagam: os acionistas já amealharam, mas as suas fortunas não são tocadas.

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Quando se prega a necessidade de crescimento económico e de aumento da produtividade, diz-se que é por essa via que se pode aumentar salários.

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A criação líquida de emprego em Portugal tem sido, em maior grau, em setores de baixa produtividade e baixo valor acrescentado.

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“Desde 2013, o ganho médio real dos trabalhadores evoluiu abaixo da produtividade média real, com exceção do verificado em 2020

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“O ganho médio real aumentou 10,6% entre 2013 e 2022, enquanto a produtividade real apreciou-se 18,7%”.

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[Por exemplo], quanto à evolução da produtividade e dos salários no período 2012-2019, a produtividade real do trabalho na agricultura, pescas e extração subiu 33%, os salários médios reais cresceram apenas 8%; na construção tivemos 74% na produtividade e somente 17% nos salários (…)

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Como pode haver evolução qualitativa do emprego, ou diminuição da emigração?

Carvalho da Silva, JN

 

As últimas legislativas trouxeram alguns resultados poucos animadores para os amantes da Democracia mas também alguns sinais de esperança.

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[Anabela Rodrigues, uma ativista] de 47 anos, vai substituir Marisa Matias – que passa a estar, agora, na Assembleia da República –, tornando-se na primeira mulher negra portuguesa eurodeputada.

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Numa altura em que as políticas de imigração e antirracistas são cada vez mais ameaçadas pela força crescente da extrema-direita, ver Anabela Rodrigues na Europa é um sinal de esperança.

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Anabela é uma lisboeta, filha de pais cabo-verdianos, que cresceu na Cova da Moura, na Amadora, onde continua a viver.

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Cedo, tomou consciência dos problemas sociais da sua comunidade.

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Anabela chega a dirigente da Associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes Solim, envolvendo-se também no movimento “Por outra Lei da Nacionalidade”, que reivindicava a atribuição da nacionalidade portuguesa a todos os que nascem em Portugal.

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Não foi eleita para a Assembleia da República mas, por substituição, chega agora ao Parlamento Europeu.

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Ter uma mulher com este perfil como eurodeputada é algo que honra o projeto europeu e algo que nos devia encher de orgulho.

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Às vezes, é preciso que as dores sejam contadas na primeira pessoa, que as injustiças e as dificuldades sejam relatadas por quem as sentiu na pele. 

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Numa altura em que o mundo se mostra cada vez mais aberto a um discurso anti-imigração, e as fronteiras são cada vez mais fechadas ao acolhimento, à diferença e à diversidade, sentar Anabela Rodrigues no Parlamento Europeu tem algo de algo simbólico e comovente, algo que tem a ver com a nossa representatividade enquanto país. 

Martha Mendes, “diário as beiras”

 

Vivemos numa era de múltiplas crises climáticas sem precedentes e uma pressão crescente sobre o equilíbrio dos nossos sistemas socioecológicos.

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O cerne da nossa visão assenta no reconhecimento de que a interação entre as ações humanas e o mundo natural transcende as fronteiras temporais e geográficas

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A nível nacional e internacional, as discussões sobre alterações climáticas estão cada vez mais a exigir uma (re)imaginação fundamental da relação da humanidade com o mundo mais-do-que-humano.

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Ao contrário das populações marginalizadas, as gerações futuras e representantes da natureza enfrentam um obstáculo ontológico – muitas vezes são negligenciadas nos processos deliberativos, levando a uma falha em reconhecer a sua agência e considerar os seus interesses.

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A ação climática, neste contexto de transição ecológica, exige uma expansão dos horizontes participativos nas decisões. 

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Em última análise, o sucesso na luta contra as alterações climáticas e na promoção de uma transição ecológica justa e sustentável dependerá da nossa capacidade de ouvir e agir em harmonia com todas as vozes afetadas.

Fátima Alves, “diário as beiras”

 

 Alguns, mais afoitos ou embalados por um clima de impunidade sobre quem se declara contra a democracia, têm falado até de “enterrar o 25 de Abril”.

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Questionado recentemente, durante um debate, sobre o que considerava ter corrido mal nos anos de democracia, respondi que existiam, obviamente, problemas estruturais por resolver. Desde logo a persistência de desigualdades sociais, mas também a falta de um modelo de desenvolvimento sustentado e solidário que não dependa apenas de cada ciclo político.

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[Em 1974, o programa do MFA projetou] progressivamente um país que não pode ser comparado àquele que viveu longas décadas de ditadura, subdesenvolvimento, pobreza e guerra.

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A degradação da memória positiva do tempo fundador da nossa democracia, da qual falei no início, ocorre porque nestes cinquenta anos tem sido feito um trabalho em regra insuficiente, por vezes ineficaz.

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De facto, se podemos falar de um “fim de ciclo” de Abril é porque, nesta viragem do cinquentenário, podemos entrar num tempo dedicado à sua renovação e aperfeiçoamento.

Rui Bebiano, “diário as beiras”

 

[Foi notório que no resultado eleitoral de 10 de março] influiu uma campanha eleitoral em que preponderou a demagogia, a incongruência, a incoerência e a inconsistência económica, social e política das propostas desse partido [Chega]

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Dir-se-á, com razão, que o resultado eleitoral que induz tal arrogância política [de Ventura] também resulta do quanto lhe esteve na base o aproveitamento político-eleitoral do descontentamento de muitos eleitores.

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E é certo que, ainda que se argumente poder haver muito de subjectivo (…) nesse descontentamento, não pode deixar de se lhe reconhecer objectividade e fundamento em muitos domínios das condições de trabalho e de vida das pessoas.

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Sim, é certo que falta mais igualdade social em geral, em especial, com discriminação positiva apoiada em justiça e segurança social, a quem, por condição física, mental, etária, familiar, cultural, étnica, migratória, social ou económica, mais vulnerável é.

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Importa registar (para repudiar) a opinião de um líder partidário ao considerar o resultado de umas eleições livres (que são a essência da democracia que o dealbar desse meio século, em 25 de Abril de 1974, nos garantiu) como “um ajuste de contas com a história”.

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Tendo em conta o quanto o que humana, social e politicamente critica ou propõe o seu partido colide com muito do essencial dos princípios e valores subjacentes à Revolução de Abril de 1974 e à democracia instituída-

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O que está em causa, sobretudo neste mês dos 50 anos do 25 de Abril, é uma reafirmação do que é a essência desta história mais recente: a democracia.

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Passados estes cinquenta anos (…) o que está em causa não é o “ajuste de contas” com essa vivência e expectativas sociais e políticas mas o seu aprofundamento, desenvolvimento e alargamento.

João Fraga de Oliveira, “Público” (sem link)


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