sexta-feira, 2 de maio de 2025

CITAÇÕES

 
O apagão pode servir para debatermos dependências energéticas.

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Se há coisa que o apagão nos mostrou foi a impotência do Estado perante a centralidade da rede de distribuição elétrica.

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É por isso que o RASI nos avisa para o risco de termos alguns atores económicos e políticos estrangeiros a controlar infraestruturas críticas e sectores estratégicos.

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É extraordinário estarmos dispostos a gastar 4,4 mil milhões de euros anuais para nos defendermos de um exército na outra ponta da Europa, mas acharmos uma aventura gastar muito menos do que isso, de uma só vez e com retorno total em dividendos em menos de duas décadas, para resgatar uma infraestrutura que pode fazer colapsar o país e que tem como maior acionista da concessão o regime chinês. 

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Ao Governo português só cabia, nestas circunstâncias, gerir as consequências do apagão. 

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Em princípio, as autoridades de emergência deveriam estar preparadas para responder ao inesperado. Ficou evidente que não estão.

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O INEM falhou, o SIRESP falhou, a Proteção Civil falhou e, para os bombeiros, o alerta laranja só chegou ao fim do dia.

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O Governo quis ser o centro operacional.

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A ministra da Administração Interna é um peso morto.

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Percebemos o nível de improviso de um Governo que não deixou a coordenação operacional a quem sabe, para tratar da coordenação política.

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Tudo desmoronaria com mais 12 horas sem eletricidade.

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O Governo centralizou decisões que não lhe competem, e só falou a sério depois da crise terminada, porque, como sempre, evita dar más notícias para colher os louros. 

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Estranho que não perceba que a desinformação se alimenta do vazio.

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E os portugueses mostraram uma espécie de ordem espontânea.

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A única coisa positiva a dizer da gestão de crise e da comunicação é ter sido curta. E isso deveu-se à REN.

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No que cabia ao Governo, o amadorismo, evidente em vários episódios, só não foi trágico por ter durado pouco tempo.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Ao invés de os ricos pagarem a crise do capitalismo, os multimilionários optaram por outra coisa: financiar soluções políticas que os isentem de pagar a crise que eles próprios ajudaram a criar, a da profunda desigualdade.

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Em França, Pierre-Edouard Stérin e Vincent Bolloré são dois exemplos.

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[O projeto político de Stérin tinha] com o único objectivo de unir as direitas de modo a conseguir que Marine Le Pen chegue finalmente ao poder em França.

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É a etapa mais recente de um processo que começou com o surgimento, em 2021, da Fundação do Bem Comum, cuja filantropia pretende apenas disfarçar o seu objectivo: financiar escolas segregadoras, jornalistas reaccionários e campanhas hostis aos direitos das mulheres e das minorias.

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Na semana passada, o multimilionário que vive na Bélgica para pagar menos impostos (…) recusou uma convocatória da Assembleia Nacional francesa (…) para explicar aos deputados da comissão de organização das eleições de França o que é o Périclès [nome do seu projeto político]

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Porquê recusar se o Périclès tem apenas como objectivo formar uma elite política para restaurar “a grandeza da França”?

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

O sindicalismo nasceu para impedir aquela manipulação da liberdade individual, contrapondo-lhe a noção de que cada cidadão só tem os seus diretos individuais garantidos quando há compromissos coletivos sólidos que os ancoram. 

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É assim com os direitos laborais, mas também com os direitos sociais fundamentais.

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As pessoas podem ficar com mais dinheiro no início do mês e com saldos negativos maiores no seu final.

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Só haverá mais “dinheiro no bolso” quando os trabalhadores e os reformados tiverem acesso a uma parte maior da riqueza produzida.

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A atual campanha eleitoral mostra-nos que corremos o risco de aquele liberalismo se instalar fortemente no governo.

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O Estado Social e os direitos no trabalho podem estar debaixo de um fogo violento, por agora escondido.

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O sindicalismo foi e é instrumento fundamental para a conquista da dignidade no trabalho e obreiro relevante na construção e defesa de pilares fundamentais da Democracia. 

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Uma das matérias a ter em conta será a clarificação do que são instrumentos de trabalho e formas da sua prestação e organização.

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Os sindicatos podem ser instrumento para os jovens concretizarem o sonho de ter mais vida para além do trabalho, objetivo que só conquistarão com melhores salários e reduções de tempo de trabalho.

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No imediato, é primordial reforçar o combate pela valorização das qualificações, das profissões (novas e velhas) e das carreiras profissionais. 

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Ao longo da sua história, os sindicatos foram capazes de agir, com eficácia, no plano nacional (são contemporâneos do Estado Moderno) e de praticar a solidariedade internacional.

Carvalho da Silva, “emCausa”

 

Mais de metade dos espectadores com a televisão ligada na hora do debate entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos ficaram para o ver, na antecipação do processo eleitoral que conduzirá à escolha do próximo primeiro-ministro. 

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A ideia que começa a ganhar forma é a de que os debates são apenas uma parte importante do “freak show” de campanha, que nada muda, nada altera, nada acrescenta. Nem ao discernimento nem ao voto. 

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Se as boas prestações em debate ganhassem votos, teríamos certamente um Parlamento radicalmente distinto.

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A crise instalada na política, onde todos se acusam da maior poluição, não permite que a corrupção e os conflitos de interesse saiam do radar dos debates, ocupando-os como se de um jornal do crime se tratasse.

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Vemos, finalmente, políticos preocupados com a fuga de informação particular como se um segredo de Estado se tratasse.

Miguel Guedes, JN


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