Na última edição do semanário “O Algarve” que é distribuída com o “Expresso”, a páginas 4 pode ler-se numa notícia com o título “Autarcas querem explicações do Governo sobre obras na EN 125” que “a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve vai pedir uma reunião urgente com o ministro da Economia e do Emprego, na expectativa de resolver o impasse que levou à suspensão das obras na Estrada Nacional (EN) 125”. Como se sabe, “as obras de requalificação daquela estrada foram suspensas em Março, devido a dificuldades financeiras do consórcio construtor” tendo em atenção o que foi alegado na altura.
Recorde-se que a maioria PS/PSD, que domina a AMAL, tem vindo sucessivamente a assobiar para o lado perante os protestos desenvolvidos pela Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) no sentido de chamar a atenção para a criminosa manutenção das portagens na A22. Desde que se iniciou o pagamento de portagens já sucedeu um sem número de acidentes que ceifaram várias vidas na 125, como tem vindo a ser denunciado com oportunidade. A única explicação plausível para a inacção dos autarcas do bloco central tem a ver com interesses exclusivamente partidários. Por muitas lágrimas de crocodilo que vertam perante os prejuízos de toda a ordem que a actual situação acarreta, a verdade é que, tanto PS como PSD, a única coisa que pretendem é que as populações se vão resignando a mais estas dificuldades que lhes são impostas.
Desta vez, tanto Macário Correia como os seus comparsas na AMAL sentem que as suas intenções não estão a ter o êxito pretendido porque tanto residentes como visitantes já fizeram sentir que a actual situação não se pode manter. É completamente caricato o recente comunicado do Presidente do Conselho Executivo da AMAL numa tentativa de atirar areia aos olhos dos portugueses. Afirma ele que “estamos em pleno Verão, a circulação é mais lenta e com mais riscos de acidentes, com tanto cruzamento, entroncamento e áreas urbanas a atravessar”. Santa ingenuidade vir agora reconhecer, em plena época alta do turismo, que a situação que se criou com o pagamento de portagens a que se juntou a suspensão das obras de requalificação da 125 “irá ter consequências a todos os níveis de actividade económica” do Algarve.
Mas não nos deixemos enredar nesta conversa mole que nada diz de palpável para a solução de um problema tão premente. Com a aproximação das eleições autárquicas há que ir iludindo o povo. Por isso, cada vez mais se justificam as acções de protesto que a CUVI vem promovendo no sentido da abolição das portagens na Via do Infante. A 125, que se transformou numa rua, requalificada ou não, nunca vai ser alternativa á A22. Governo e autarcas sabem-no bem e é preciso que estejam cientes que as populações não vão deixar-se enganar.
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