Uma recente publicação do Instituto Nacional de Estatística (INE) veio revelar dados que nos mostram, com clareza, que as grandes empresas estão a beneficiar com a crise, em detrimento das pequenas. Curiosamente estes dados pouco foram mostrados e, ainda menos, comentados perante a opinião pública, não se sabe bem porquê mas imagina-se… Como afirma o economista Eugénio Rosa (*) em recente artigo de opinião, “é evidente que a taxa de exploração dos trabalhadores, que tem como base a mais-valia criada pelo trabalho não pago, é muito maior nas grandes empresas”.
Veja-se, então, o que ele escreveu:
“O INE acabou de divulgar uma publicação importante com o título “Evolução do Sector Empresarial em Portugal 2004/2010”. E os dados constantes dessa publicação revelam que as grandes empresas (empresas com mais de 250 trabalhadores e com um volume de negócios superior a 50 milhões €/ano) estão a obter elevados lucros; por outras palavras, nem todas as empresas estão a perder com a crise.
Comecemos por analisar a variação dos lucros totais das empresas não financeiras segundo a sua dimensão (as PME subdividem-se em Micro, Pequenas e Médias empresas) no período 2006/2010, ou seja, os lucros de todas as empresas antes da crise (2006) e depois da crise (2007/2010). E a conclusão que se tira é a seguinte: entre 2006 e 2010, os lucros totais líquidos das empresas não financeiras aumentaram em 33,4%, pois passaram de 15.058,8 milhões € para 20.082,6 milhões €. No entanto, o aumento não foi igual para todas as empresas, pois as micro e pequenas empresas até registaram diminuição. Segundo o INE, entre 2006/2010, os lucros das grandes empresas (1082 empresas em 2010 ) aumentaram em +83,3%; os lucros líquidos obtidos pelas médias empresas (6281 empresas) subiram em 39,2%, mas os lucros das pequenas empresas (42662 empresas) diminuíram em -22,2%, e os lucros das micro empresas (1094215 empresas) reduziram-se em -12,5%”.
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(*) Diário As beiras, 10/8/2012
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