O
Expresso de ontem (20/3/2014) publica uma entrevista a Marisa Matias, cabeça de
lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias. A candidata bloquista define
como eixo da campanha a palavra de ordem “desobedecer
à austeridade”. Outra ideia forte é a proposta de referendar o Tratado Orçamental e reestruturar a dívida.
De
toda a entrevista recolhemos aquelas que consideramos as ideias fortes nela
contidas:
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As sondagens indicam que a maioria das pessoas está contra as medidas de
austeridade e a questão de fundo destas eleições é precisamente estas medidas.
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A austeridade está a destruir as economias dos países do Sul e irá destruir a
zona euro, se continuar a lógica. Romper com este círculo implica desobedecer
às instituições europeias.
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É preciso resgatar a política, que tem estado raptada pelos mercados.
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A destruição do Estado social – imagem de marca do projeto europeu – é o
principal foco de ataque das políticas de austeridade.
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O país não aguenta mais 20 anos de austeridade.
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O crescimento que se espera de 1,2% far-se-á em cima de uma economia que
encolheu. Continuamos mais pobres.
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A criação de emprego é uma prioridade para sair da crise.
- [A
UE] trata o desemprego como uma espécie de efeito secundário, quando ele é o
problema central.
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Tem de haver uma reestruturação completa, envolvendo os credores privados, mas
também institucionais.
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Reestruturando a dívida, estamos a libertar recursos para políticas de
crescimento e emprego.
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Não há saída limpa nem programa cautelar, pode dar-se-lhe o nome que se quiser.
Enquanto houver Tratado Orçamental, não se quebra a austeridade.
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Enquanto Portugal tiver um Governo refém da chantagem dos mercados, não se pode
esperar muito.
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[O relatório do Parlamento Europeu sobre a troika] não põe em causa as
políticas de austeridade praticadas.
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Se chegarmos a um ponto de escolha entre o euro e o Estado social, não tenho
dúvidas que temos de escolher o Estado social.
- As pessoas que estão nesta
lista [do BE às eleições europeias] estiveram na linha da frente da luta contra
a austeridade, desde os movimentos de reformados, aos precários inflexíveis,
deficientes, imigrantes.