Com o primarismo que o caracteriza, Bolsonaro
defendeu cortes em cursos de ciências sociais e humanidades e que o dinheiro
dos contribuintes deve ir para a “leitura, escrita e fazer conta”.
(…)
Sejamos justos e rigorosos: o primarismo
de Bolsonaro é apenas a versão bruta de uma aspiração partilhada por muito mais
direita que brada publicamente contra os populismos e até gosta de se dizer
civilizada.
(…)
Uma escola que ensine a pensar criticamente,
que tenha a preocupação de desvelar com rigor e solidez de que é que se faz o
poder, a hierarquia social, a prevalência de umas ideias em detrimento de
outras, essa escola é uma ameaça para os interesses que se protegem
politicamente com os trampismos de todos os matizes.
Medicamentos que são
essenciais para salvar vidas e vendidos a preços exorbitantes estão a ser
racionados devido à pressão financeira nos sistemas de saúde.
(…)
Os preços astronómicos
[dos medicamentos] provêm, sobretudo, dos monopólios das patentes pelas
empresas farmacêuticas e da falta de concorrência.
(…)
Os preços exorbitantes dos
fármacos minam a prestação de cuidados de saúde acessíveis e, assim, corroem o
direito à saúde na Europa e no mundo.
(…)
Fármacos considerados
menos rentáveis como os antibióticos, medicamentos para o Ébola ou antídotos
para as mordidas de cobra não têm investimento da indústria farmacêutica.
(…)
Medicamentos desenvolvidos
por parcerias multisetorais, incluindo o setor público, continuam a ser
“propriedade” exclusiva da farmacêutica detentora do monopólio e permanecem
demasiado caros para muitas pessoas.
(…)
É chegada a hora de pôr a
saúde das pessoas acima dos lucros desmedidos da indústria farmacêutica.
Marta
Cañas, Directora-geral Médicos Sem Fronteiras, “Público” (sem link)
É a tal limitação de uma
incapacidade física que é a condição de vida de muitas pessoas com paralisia
cerebral.
Abílio
Cunha, “Público” (sem
link)
Quiçá afogada na soberba,
o grande tiro no pé de Theresa May foi a convocação de eleições antecipadas em
2017.
João
André Costa, “Publico” (sem
link)
O debate acerca da
emergência climática chega [agora] pela primeira vez ao país, fruto talvez do
enorme burburinho que se fez sentir nos tempos que sucederam a 15 de Março e
que agitava gradualmente a sociedade civil e os meios de comunicação.
(…)
A verdade é que o
simbolismo da declaração de emergência climática é o mínimo que se pode fazer.
(…)
Já o termo “emergência
climática” desperta para a ideia de que, realmente, estamos em contra-relógio.
(…)
[O termo “emergência
climática] deixa no ar o apelo à mobilização extraordinária de recursos e
esforços governamentais no sentido de mitigar as alterações climáticas.
(…)
Os estudantes são
absolutamente cruciais para manter acesa a massa crítica da sociedade,
pressionando activamente e acelerando o processo da transição energética, nunca
permitindo que a luta contra as alterações climáticas ganhe pó.
Matilde
Alvim, “Público” (sem
link)
Abstenção essa que nos
deveria chocar a todos e recordar todos aqueles que pereceram para que hoje, e
de forma livre, homens e mulheres possam exercer o seu direito ao voto.
(…)
Quem não vota deve ter
sempre presente que é cúmplice da hipotética má democracia e da hipotética
governação danosa.
Mafalda
G. Moutinho, “Público” (sem
link)
[Em 15 Março] foram os
jovens, muitos dos quais a quem nem sequer foi concedido ainda o direito de
voto, que vieram para a rua, exigindo a protecção de um bem comum: o planeta e
os delicados ecossistemas que mantêm a vida, inclusive, a vida humana.
(…)
Falhamos em protestar face
à negligência ambiental das empresas ou a permissividade dos sucessivos
governos.
(…)
O facto de muitos jovens
terem Greta Thunberg
como um ídolo de parede, é um sinal auspicioso de consciencialização e mudança
positiva.
Nuno Alvim, “Público” (sem link)