Antes, durante e depois
deste processo [de contagem do tempo de serviço], a vaga de hostilidade aos
professores atingiu níveis elevados, com a comunicação social a escavar fundo a
ferida, com sondagens orientadas e uma miríade de artigos de opinião e
editoriais.
(…)
Valia a pena parar para
pensar, porque este movimento de hostilidade é mais anómalo do que se pensa, e
acompanha outros, como o ataque aos velhos como sendo um “fardo” dos novos.
(…)
Como a democracia é uma
fina película contra a barbárie e é apenas defendida pela vontade dos homens e
não por nenhuma lei da natureza, mais vale prevenir com todos os megafones
possíveis.
(…)
Por fim, e o mais
importante, há uma desvalorização do papel do professor, de ensinar, de
transmitir um saber.
(…)
[Os professores] têm hoje
uma das mais difíceis profissões que existe.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
Há uma espécie de casta
que gira entre os partidos chamados do arco do governo, bancos e empresas e
cuja missão é enriquecer de qualquer modo.
(…)
Tal como Berardo a nata de
outros tantos da mesma igualha e até de dirigentes desportivos (pelo menos um)
do alto do seu esplendor foi deitando a mão a tudo o que podia abocanhar para
subirem mais alto neste nosso reino mais ou menos apodrecido.
(…)
Os donos disto tudo
precisavam e precisam de ter os seus políticos e levá-los para a boa vida. Eram
precisas parcerias com o dinheiro público. Era preciso privatizar.
(…)
Face a este vendaval de
gente sem escrúpulos, faltam sair à liça as mulheres e os homens escrupulosos,
dedicados à causa pública, que querem servir as instituições e a República.
Domingos
Lopes, “Público” (sem
link)
[Centeno] jura que ceder
aos professores essa coisa tão objetiva quanto um tempo efetivamente trabalhado
seria “hipotecar” o futuro de todos, usando números que (…) são puro patinanço
aritmético e que fazem de Centeno e do seu gabinete puros fakers.
(…)
O que Centeno pede a
milhões de portugueses com salário e reformas mínimas é que não tentem perceber
sequer a enormidade das injeções na banca, mas que se escandalizem com os
“privilégios” dos professores.
Manuel
Loff, “Público” (sem
link)
Quais são as “causas” que
poderão agitar uma juventude a que chamam millenials
mas para quem uma década é já tão longínqua como um milénio?
Elísio Estanque,
“Público” (sem link)
Todos os fascismos tiveram, aliás, este
denominador comum: o repudio da razão e da sabedoria por troca com a força do
instinto e as certezas fundadas em ideias muito básicas.
(…)
No pós-guerra, a consciência desta
situação manteve-se muito presente e por isso, os Estados democráticos viram na
expansão da educação e do conhecimento uma forma de impedir o regresso da ignorância
e da barbárie.
(…)
Este é, de facto, um dos problemas do
mundo presente: um recuo do conhecimento que não seja iminentemente prático, o
desinteresse por uma formação sustentada e até a desvalorização de quem a
procura.
(…)
Saber não dá prestígio, por estes dias.
Pelo contrário, é muitas vezes confinado a margens e a vielas.
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