Quanto melhor se capturar o discurso do
ódio e criar um senso comum de desprezo pelos professores para um efeito
eleitoral, melhor serviço terá sido prestado à sede partidária.
(…)
As “contas certas” do Governo são como
os interruptores, umas vezes para cima e outras para baixo.
(…)
Conclusão de contas certas: cumprir a
lei não põe em causa o défice zero de Centeno nem do próximo ministro das
Finanças.
(…)
Foi o seu menu de contas variáveis que
foi invocado pelo primeiro-ministro para anunciar uma demissão espampanante.
(…)
Há que desculpá-lo, a ambição de uma
maioria absoluta justifica todas as tropelias.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
A opacidade é sempre uma má prática
democrática. sendo o propósito confundir e assustar, a opacidade é uma arma
poderosa.
(…)
Porque é que o Governo altera agora as
suas próprias regras, deturpando os custos, indo ao ponto de recusar fornecer o
valor líquido da atualização das carreiras dos professore?
(…)
Ao contrário das pensões ou do IRS, a
despesa associada à atualização das carreiras dos professores não é permanente.
(…)
Um esquema de reformas antecipadas teria
sido, como propôs o Bloco, uma forma sensata de negociação.
(…)
Nos Açores e na Madeira, o PS aprovou 7
anos, que era também a proposta dos sindicatos.
(…)
O PS estava disposto a demitir-se por
uma medida que a UTAO garante não colocaria em causa as regras orçamentais
europeias, nem o superávite estrutural.
(…)
No recuo, a direita insiste numa
proposta cujas condicionantes atirariam a reposição para daqui a 50 anos.
Mariana
Mortágua, “Expresso” (sem link)
Se o problema de António Costa fosse
mesmo a sustentabilidade da carreira, o PS não teria aprovado em 2017, uma
resolução que se comprometia com uma reposição integral do tempo de serviço [dos
professores].
(…)
Quem enche a boca com o rigor das contas
públicas, tem o dever de não mentir.
(…)
O BE e o PCP não fizeram o Governo cair
quando ele salvou o Banif ou vendeu o Novo Banco, com brutais impactos
financeiros.
(…)
Mal se viu aflito com as sondagens, e
lhe pareceu que podia ter grandes ganhos, António Costa anunciou, sem sequer
avisar os parceiros, uma demissão para antecipar eleições.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
Toda a discussão sobre a
contagem do tempo de trabalho dos professores decorreu sob o domínio do império
orçamental dos algarismos e foi inquinada por isso.
(…)
Os algarismos são
"O" argumento ou a arma que se aponta ao dissidente, nesta ocasião os
professores.
(…)
[Os professores] como
todos os outros trabalhadores dos setores público e privado perderam parte dos
seus salários, vários subsídios de férias e de Natal, e cerca de 20 mil ficaram
sem emprego.
(…)
Que preço vai o país pagar
quando não tiver professores qualificados para garantir a qualidade da formação
das futuras gerações?
(…)
Em 2019, apenas 0,2% dos
docentes têm menos de 30 anos de idade.
(…)
Durante quatro anos o
Governo nada fez para encontrar soluções e termina, desgraçadamente, a tratar
os professores como grupo privilegiado e gastador.
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