Na semana em que o novo governo espanhol
entrou em funções, a realidade mostra como a
política do medo é sempre construída em cima de propaganda.
(…)
Durante meses faltou bom
senso e sobrou taticismo partidário [em Espanha], reduzindo a política ao que
tem de pior.
(…)
O taticismo favoreceu
apenas a extrema direita.
(…)
Tal como aconteceu em 2015
em Portugal, foi a pressão das urnas que obrigou o PSOE a abrir as portas a um
verdadeiro diálogo.
(…)
No entanto, outra grande
mudança a registar no PSOE é
a abertura ao diálogo com os diversos nacionalismos.
(…)
O novo governo é um
terramoto político para as direitas que apostaram tudo na sua impossibilidade.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
A História, a sociedade e
a política pouparam-nos, até às últimas eleições, deste fenómeno [da nova
extrema-direita] que, sendo global, deve ser visto e combatido na sua dimensão
doméstica.
(…)
A “geringonça”, a pressão
dos direitos do trabalho, a convocação da política como negociação constante
foram preventivas.
(…)
Os avanços do trabalho com
direitos, das lutas com todos os seus nomes, do estado social, ditarão muito do
que pode ser feito no combate ao crescimento desta direita radical populista.
(…)
Não se deve entrar em histeria
e não se deve ficar em silêncio; não se deve dar a dimensão que [a
extrema-direita] não têm, nem ignorá-los.
(…)
Não é fácil encontrar
alguém mais filho do sistema do que André Ventura.
(…)
O caso Tutti Frutti, a pensão
vitalícia do seu porta-voz da segurança, as faturas falsas, o
neoliberalismo radical do programa que prometia a destruição do estado social,
tudo isto conta [para definir o partido de Ventura]
Cecília
Honório, “Público” (sem
link)
O que fizer ou não fizer
Trump, e o que nós lhe permitimos, vai decidir as próximas décadas.
(…)
Vejo com espanto a
facilidade com que o discurso trumpista se interioriza [em Portugal], e como o
caos e as contradições resultam em discursos salomónicos, e em benefício da
dúvida.
(…)
O discurso de Trump é
simples: há vitórias e vitoriosos e derrotados.
(…)
Agora que não têm as peias
do acordo é o que os iranianos vão fazer [armas nucleares] a toda a velocidade.
(…)
Não houve por isso vitória
nenhuma [de Trump], só encurralamento cada vez maior no caminho de uma guerra
generalizada.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
Durante séculos, brancos
escravizaram, torturaram e mataram negros e violaram inúmeras mulheres negras e
“mulatas”.
(…)
A brutalidade racista
continua ainda hoje com a violência policial e os ataques terroristas da
extrema-direita.
(…)
Racismo é terrorismo e
traumatismo.
(…)
A motivação racial pode
estar tanto na origem do ato como na intensidade do golpe desferido [contra
Luís Geovani].
(…)
Ainda não conseguimos,
enquanto espécie, fazer coincidir o “somos todos seres humanos” biológico com o
social.
Luísa Semedo, “Público”
(sem link)
[Portugal] não é um país
para pessoas negras e não somos bem-vindos.
(…)
Há mais de cinco décadas
que os meus pais vieram para cá e cedo comecei a combater algo que dizem não
existir.
(…)
Os europeus não deixam os
seus a morrer em alto mar.
(…)
Os europeus não chamam os
seus de “ilegais”.
(…)
Os europeus não espancam
os seus em esquadras de polícia e saem impunes.
(…)
Sem qualquer poesia: sem
justiça não há paz.
Nina
Vigon Manso, “Público” (sem
link)
Os líderes que pugnam por
uma nova ordem mundial são exatamente os mesmos que, no plano interno dos seus
países, prosseguem políticas de apoio ao armamento dos cidadãos.
(…)
O assassinato do general iraniano constitui uma ação de guerra contra outro país, com a
agravante de ter sido cometido noutro país…
(…)
Portugal ficou em silêncio
face ao assassinato do general iraniano, mas foi rápido a condenar o ataque
militar iraniano aos EUA.
(…)
São precisos Estados
coerentes na defesa da paz no meio deste mundo caótico.
(…)
O terrorismo deve ser
banido, seja ele qual for, incluindo o de Israel e da Arábia Saudita.
(…)
Trump já se apropriou da
linguagem do Daesh e das suas mensagens
de destruição dos símbolos civilizacionais.
(…)
Vale sempre a pena ter
presente que o Iraque tem hoje esta influência iraniana graças a George W.
Bush.
(…)
Só a melhor consciência
dos povos e de cada cidadão aliada a todos os Estados vinculados aos princípios
da paz mundial poderá impedir o rumo para a barbárie.
Domingos
Lopes, “Público” (sem
link)
Quem
ouviu nestes dias Pablo Casado no Congresso espanhol, percebe facilmente o tom
guerracivilista que por ali vai.
(…)
O que ela [direita]
pretende (e durante muitos anos conseguiu) é intimidar as esquerdas, e
particularmente os setores mais tíbios do PSOE, que rejeitaram repetidamente esta solução à esquerda.
(…)
O que pretende hoje a
esquerda espanhola é, justamente, recentrar o debate no campo do social e, ao
mesmo tempo, tentar abordar o da diversidade nacional no interior do Estado.
(…)
Desde 2015, em quatro eleições
consecutivas, as [esquerdas], bem mais diversificadas que antes, venceram
sempre.
Manuel Loff, “Público” (sem link)
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