segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

HÁ CADA VEZ MENOS TEMPO PARA ACUDIR À EMERGÊNCIA CLIMÁTICA


Quando se ouve falar na situação de emergência climática que atualmente se vive à escala do planeta, começa a sentir-se que, para um número cada vez maior de especialistas nesta área, embora eles não o digam diretamente, há casos em que o mal que foi feito já não é possível remediar. No entanto, o que se entende com facilidade é que no sistema capitalista, cujo objetivo é a obtenção do lucro máximo a qualquer preço, não iremos encontrar uma porta de saída para salvar as espécies vivas que ainda coabitam neste planeta. E o tempo vai ser cada vez mais curto para se atingir esse objetivo pois, como afirma João Camargo no “Público” de hoje, “Só uma modificação fundamental no sistema económico pode travar uma degradação ainda maior”. Nesta afirmação transparece um certo desânimo em relação ao nosso futuro climático por parte daquele investigador em alterações climáticas, que não devemos deixar de ter em conta. Os interesses poderosíssimos, que têm todos os trunfos na mão ainda que não tenham a razão, podem travar todas as decisões políticas que acudissem à emergência climática. O que se vislumbra neste momento é a necessidade de uma mobilização maciça das populações, à escala mundial, com o objetivo de travar a catástrofe que já se vislumbra no horizonte.
Dada a extensão do artigo de João Camargo, aqui ficam alguns excertos do texto que assina no “Público” de hoje.

Não há resposta à crise climática de mão dada com o capitalismo extractivista que só procura oportunidades para fazer mais dinheiro. 
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Só uma modificação fundamental no sistema económico pode travar uma degradação ainda maior [da atual realidade climática].
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Os actuais incêndios têm tanto calor e tanto vento que toda a matéria orgânica arde, atravessando as paisagens quer tenha ou não havido acções como fogos controlados, quer haja espécies mais combustíveis quer não.
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Em Portugal, a influência que as celuloses continuam a exercer manieta a possibilidade de se travar a desertificação do nosso país.
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Apesar das várias opções técnicas e políticas questionáveis, como escolher uma vez mais alguém das celuloses para controlar a política florestal, a verdadeira política pública é observável a olho nu.
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Percorrendo as estradas e auto-estradas do país, caminhando pelas serras e montes, vemos um barril de pólvora, uma densidade arbórea multiplicada várias vezes e uma expansão invasiva de eucalipto até nos terrenos mais secos.
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Nas escolas primárias, as celuloses distribuem gratuitamente livros a dizer que “Juntos vamos parar o aquecimento global”, plantando eucaliptos, “uma árvore cheirosa e que ajuda a combater o aquecimento global”. Não há limites para a desfaçatez da Navigator Company.
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Quando há estabilidade do clima, as florestas regeneram e reabsorvem carbono, mas quando há incêndios catastróficos há libertação massiva de gases com efeito de estufa.
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Já vivemos num novo clima em que os incêndios catastróficos não podem ser evitados.

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