De tudo o que se conhece [do caso Cláudia
Simões], choca desde logo o nível de violência.
(…)
E há perguntas que têm sido feitas como
lanças, sobre o que aconteceria noutras carreiras de autocarro, noutras zonas
ou com outras cores de pele.
(…)
A lógica corporativa de encobrimento tem
sido, infelizmente, o padrão da própria instituição [PSP].
(…)
Se querem inimigos da polícia, olhem
para este sindicato [SUP] e para as alarvidades que escreve.
(…)
A Polícia não pode autorizar que a
selvajaria se instale no seu seio.
(…)
Por várias vezes, a esquerda tem-se
batido por carreiras justas e remunerações dignas para todos os funcionários
públicos, incluindo as forças de segurança.
José Soeiro, “Expresso”
Diário
As suspeitas eram muitas e as certezas
já não deixavam dúvidas, mas o que aconteceu agora foi a queda da máscara da
empresária de sucesso, da meritocracia.
(…)
Os amigos portugueses de Isabel dos
Santos assobiam para o lado e muitos fingem até espanto com o que vem a
público.
(…)
os mesmos que suspiravam pelos milhões
de Isabel dos Santos querem agora continuar sentados à mesa dos petrodólares e
nas boas graças de quem agora governa.
(…)
Do Banco de Portugal à CMVM, ninguém
sabia de nada, mesmo quando noutros países os capitais de Isabel dos Santos
começavam a ser questionados sobre esquemas de lavagem de dinheiro e benefício
próprio.
(…)
As empresas de consultadoria mostram
como o dinheiro tudo compra e os códigos deontológicos servem apenas para propaganda.
(…)
António Costa abriu, pessoalmente, a
porta do BCP à entrada do capital de Isabel dos Santos e Caldeira Cabral,
Ministro da Economia, agradeceu-lhe os investimentos no país.
(…)
Nunca [no Bloco de Esquerda] calámos
perante o saque ao povo angolano, a sua miséria e a sua falta de liberdade.
Pedro Filipe
Soares, “Público” (sem link)
No senso comum manifesta-se a ideia de
que a burocracia está a aumentar e a tornar-se insuportável em alguns setores.
(…)
O escrutínio, inclusive o da avaliação
de desempenho, é entregue a entidades pretensamente independentes, que opinam
quase sempre a favor do mais forte, gerando constrangimentos a níveis
intermédios.
(…)
O austeritarismo do Governo PSD/CDS
depauperou, em quadros e meios materiais, a AP, tornou-a menos capaz, e
acrescentou disfunções nos procedimentos.
Ao contrário do que afirma o deputado
socialista, quem anda a diabolizar o eucalipto são as próprias celuloses, com
uma política de epidemia de eucaliptos, que lhes garantiu um excesso de oferta
para manutenção de preços baixos na produção.
Paulo Pimenta de
Castro, “Público” (sem link)
A poderose é uma doença cujos sintomas
são atitudes e comportamentos poderóticos.
(…)
O exercício de poderes de autoridade
como instrumento de interesse e serviço público, se passar de algum modo ao
abuso desses poderes, degenera numa variante da poderose: o autoritarismo.
(…)
Um dos factores de agravamento da
poderose é o de esta, eventualmente, ser alimentada por subserviência(s).
(…)
O tratamento básico da poderose é
elementar: prolongado descanso, fora do... poder.
João Fraga de
Oliveira, “Público” (sem link)
Se na década que agora terminou
assistimos ao aparecimento dos movimentos populistas associados à
extrema-direita, na nova década vamos assistir à concretização daquilo que
defendem.
(…)
De espécies exóticas que pela sua
barbaridade e falta de preparação eram motivo generalizado de chacota, passam a
actores tão legítimos como quaisquer outros do espaço público.
(…)
Para evitar, ou pelo menos conter, tal
retrocesso civilizacional e cultural, a democracia tem de se defender a si
própria.
(…)
Porque o que a democracia representa não
é o livre debate de ideias sem mais, é o livre debate de ideias democráticas.
Micael
Alves, “Público” (sem link)
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