Foi no último dia, 6 de janeiro, que o
governo publicou a primeira portaria, que apenas inicia o processo de
reconhecimento [do cuidador informal].
(…)
Esperar até ao último dia previsto por
lei poderia ser justificável num quadro de medidas que exigissem mais tempo de
preparação, mas o governo esgotou os quatro meses previstos e os avanços são
menos que poucos.
(…)
Dizer que são medidas insuficientes e
frustrantes para quem há tanto tempo espera uma solução é pouco: o país tem 308
municípios e a realidade está há muito identificada.
(…)
[Cuidadores informais] são pessoas que
não veem os seus direitos reconhecidos, nem pelo serviço que prestam nem, nos casos
em que trabalham, têm legislação laboral adequada.
Mexam-se, diz ele [Draghi], façam
orçamentos que aumentem o investimento, que expandam a procura agregada, que
subam os salários e pensões.
(…)
A exibição de um superávite, só porque é
música que encanta os mercados, é expressão de vaidade, mas não é ação
económica.
(…)
Em nome do superávite, foi rejeitada a
redução do IVA da eletricidade.
(…)
A esquerda impôs no Orçamento algumas
medidas que ajudam a criar uma economia melhor (e uma sociedade um pouco mais
decente).
(…)
O Governo mostrou também não mexer nas
grandes questões estruturais como a habitação.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
[O assassinato do general
iraquiano] não foi obra de um homem só por muito louco e marginal que ele seja.
(…)
As razões para as ações do
Estado norte-americano são mais plausíveis do que a demência do indivíduo que
ocupa a cadeira da sala oval.
(…)
Mais uma vez, os poderes
dominantes nos EUA assumiram-se ostensivamente como senhores de uma jurisdição
universal ao serviço dos seus interesses e borrifaram-se para a Organização das
Nações Unidas.
(…)
O nosso suposto protetor é
cada vez mais para o resto do Mundo - incluindo para a Europa da NATO - uma
fonte de riscos e uma ameaça.
A Bush sobrava em táctica
o que a mini-Bush sobejava em interesses. Já a Trump só a agenda interessa,
ressuscitando o lado cowboy de Reagan com upgrade em "odds".
(…)
Quando só cerca de 25% dos
norte-americanos conseguem apontar a localização do Irão no mapa, muito fica
dito sobre o sentimento de orfandade de um bom inimigo externo após a queda da
União Soviética.
(…)
Donald Trump deitou mão ao
derradeiro excitador de política interna ao serviço da sua agenda presidencial
anti-impeachment.
PCP e BE continuam a poder
inviabilizar qualquer orçamento.
(…)
[António Costa] tenta
enfiar no bolso os seus interlocutores à esquerda, não percebendo que eles são
a única barreira ao crescimento de um descontentamento antidemocrático.
(…)
Quatro anos de orçamentos
viabilizados de cruz, sem conquistas nem oposição, atirarão o país para um
pântano.
Daniel
Oliveira, “Expresso” (sem
link)
Já ninguém diz “somos
todos Centeno”.
(…)
É verdade que a direita
não tem grande imaginação para criticar o Orçamento do Estado senão quanto à
carga fiscal.
Pedro
Santos Guerreiro, “Expresso” (sem
link)
Tem sido travada a
progressiva redução dos horários que o exercício da negociação coletiva, agora
enfraquecido, garantia.
(…)
O tempo de trabalho pode
ser reduzido de formas diferente: considerando os horários diários, semanais,
anuais e até o tempo todo da vida ativa.
(…)
O trabalho no futuro deve
permitir mais realização pessoal e uma cidadania efetiva. A sua penosidade e
duração podem e devem ser reduzidas.
Carvalho
da Silva, “Expresso” (sem
link)
São bons os ventos que
sopram de Espanha. Pela primeira vez desde a transição democrática de 1978, os dois principais partidos de esquerda
unem-se para formar governo.
(…)
Mostrou ainda que as
políticas da União Europeia, apesar de conservadoras, permitiam alguma
capacidade de manobra e permitiam-no tanto mais quanto a burocracia de Bruxelas
não se sentisse ameaçada ou questionada
(…)
Ao contrário de Portugal,
a Espanha tinha dois problemas potencialmente muito fracturantes: a questão do regime,
dado o desgaste da monarquia nos tempos mais recentes, e a questão das
nacionalidades
(…)
É importante destacar que
este acordo constitui uma articulação inédita entre as esquerdas espanholas.
(…)
O acordo é mais englobante
e ambicioso que o acordo de 2015 entre as esquerdas portuguesas.
(…)
A violência quase golpista
com que a ultra-direita (a direita mais tradicional aliada à nova
extrema-direita) procurou bloquear a investidura não tem precedentes na Europa
(…)
O governo progressista
espanhol vai precisar do apoio de todos os democratas do mundo, em particular,
dos seus vizinhos, nós os portugueses.
(…)
Infelizmente, o PS achou
dispensável reduzir a escrito o compromisso com o BE.
(…)
Todos sabemos que a doença
infantil dos partidos socialistas europeus é terem mais medo dos partidos à sua
esquerda do que dos partidos à sua direita.
Boaventura Sousa Santos, “Público” (sem link)
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