terça-feira, 31 de março de 2020

OS TRABALHADORES PRECÁRIOS ESTÃO PARTICULARMENTE VULNERÁVEIS




“Os trabalhadores a recibo verde não podem esperar até maio.
Os trabalhadores precários estão particularmente vulneráveis e, em alturas de crise, o problema agrava-se. Não os podemos esquecer.”
Nesta declaração, Catarina Martins fala-nos dos trabalhadores independentes, ou trabalhadores a recibo verde, por duas razões que expõe a seguir.

FRASE DO DIA (1325)


Para além da violação dos direitos laborais em contexto de crise, há outras práticas que devem ser impedidas. É o caso da distribuição de lucros, seja de que forma for.

ASSIM VÃO ANDANDO AS COISAS NA UNIÃO EUROPEIA




Em tempos de distância social temos de manter a proximidade possível. A partir de hoje publicarei alguns vídeos pequenos sobre como vão andando as coisas na União Europeia. Hoje começo por falar das dificuldades dos cidadãos europeus no Reino Unido, na sequência do encerramento dos serviços que permitem tratar do processo para permanecer no país, sobre a Hungria, a Polónia e a inspiradora luta das mulheres de limpeza no Luxemburgo. Vejam se for essa a vontade. (Marisa Matias)

segunda-feira, 30 de março de 2020

É COM RESPONSABILIDADE E SOLIDARIEDADE QUE RESPONDEMOS À CRISE




Peço-vos 4 minutos de atenção, um pouco menos de 4 minutos.
A crise que estamos a viver precisa de uma resposta europeia que não está a ter; uma União Europeia incapaz, não nos serve.
Mas precisa também - e sobretudo - de um país solidário. Que somos.
Saibamos responder pelo emprego e pelo salário, proteger os mais vulneráveis, reforçar o Serviço Nacional de Saúde. Convocando todos: do apoio social à indústria, sem esquecer a banca.
Reconheçamos o enorme esforço de quem continua a trabalhar e garante os bens e os serviços essenciais. E saibamos protegê-los.
Sejamos gratos aos profissionais de saúde, a todo s todas sem exceção, e façamos a nossa parte para aliviar o seu fardo. Ficando em casa.
É com responsabilidade e solidariedade que respondemos à crise.
(Catarina Martins)
inua a trabalhar e garante os bens e os serviços essenciais. E saibamos protegê-los.
Sejamos gratos aos profissionais de saúde, a todos e todas sem exceção, e façamos a nossa parte para aliviar o seu fardo. Ficando em casa.
É com responsabilidade e solidariedade que respondemos à crise.

30 MARÇO DIA DA TERRA PELESTINA



FRASE DO DIA (1324)


[A UE] conseguiu fazer numa semana o que, na crise última financeira, demorou dois anos a fazer: mandar gastar e insultar quem gasta. Parabéns pelo cinismo simplex.

MONOLIS GLEZOS. MORREU O GREGO QUE TIROU A BANDEIRA NAZI DA ACRÓPOLE



Manolis Glezos é nome de gigante. Perdemo-lo hoje aos 97 anos. Lutou contra todas ocupações, em jovem contra os nazis e mais tarde contra a Ditadura dos Coronéis e a troika.
Foi sempre a encarnação da certeza de que só é derrotado quem desiste de lutar.
Manolis Glezos é considerado um herói nacional pela sua participação na resistência grega à ocupação nazi durante a 2ª Guerra Mundial. Ele também foi uma das mais ativas figuras públicas contra a Ditadura dos Coronéis. Ao todo passou mais de onze anos na prisão e mais quatro no exílio.

HOJE: CONFERÊNCIA DE IMPRENSA COM PEDRO FILIPE SOARES



Há dificuldades no som durante os dois primeiros minutos. 

Propostas do Bloco para responder á crise provocada pela pandemia
Entre outras medidas, propomos a injeção de capital nas micro e pequenas empresas que empregam 2 milhões e meio de portugueses, para permitir o pagamento dos salários dos meses de março e abril ou a inclusão dos sócios gerentes das empresas no universo de beneficiários do apoio extraordinário à manutenção de contrato de trabalho assim como a proibição dos despedimentos para todos os trabalhadores incluindo os precários.
Mas também propomos o impedimento de cortes de água, luz e gás, isenção de propinas, gratuitidade dos transportes públicos e suspensão do pagamento das compensações às concessionárias das autoestradas.
Na saúde insistimos na necessidade de reforçar o SNS através da requisição de profissionais, infraestruturas e materiais aos privados.
Continuamos a trabalhar para responder à crise sanitária protegendo a economia e defendendo o trabalho! (Sandra Cunha)

domingo, 29 de março de 2020

FÉRIAS DA PÁSCOA: APELO DESESPERADO DE MUITAS FAMÍLIAS



Catarina Martins faz eco do desespero de muitas famílias que não sabem onde deixar os filhos durante as férias (escolares) da Páscoa. Parece mentira que o Governo ainda não tenha arranjado uma solução para esta situação.

MAIS CITAÇÕES (75)


A vaga autoritária que [Trump e Bolsonaro] lideram é a principal ameaça à democracia e estavam a ganhar.
(…)
O que lhes dava a vitória: era simplesmente a capacidade de corporizarem uma sociedade de medo.
(…)
Em todo o mundo, os neoliberais fazem fila para pedir a intervenção do Estado que salve vidas.
(…)
É mesmo (est)a resposta do mercado que demonstra que a segurança só existe no depauperado e corajoso Serviço Nacional de Saúde.
(…)
Se queremos discutir segurança, comecemos pelo essencial, a vida e a saúde.
(…)
Tempos excecionais, medidas excecionais: garantir os salários protege o emprego e mostra que, quando sairmos da emergência, não é aceitável o regresso a uma austeridade de que já tivemos experiência.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

Os líderes políticos que preferiram ignorar os factos científicos sobre o novo coronavírus e apoiar-se em fake news sobre o problema colocaram as suas populações a pagar bem caro a fatura de tamanha negligência.
(…)
[O Bloco já propôs ao Governo a ideia da] mobilização de todos os laboratórios do Sistema Científico e Tecnológico Nacional para reforçar a resposta pública à pandemia.
Luís Monteiro, “Público” (sem link)

O que se passou recentemente no hospital do SAMS é de uma gravidade extrema.
(…)
A administração deste hospital privado decidiu encerrar todas as unidades de saúde depois de ter contribuído (…) para um surto de covid-19 que infetou vários profissionais de saúde e poderá também ter infetado vários doentes.
(…)
Depois disto, decide enviar para lay-off cerca de 1500 profissionais e transferir para o SNS todos os doentes que tinha em internamento, assim como os seus 95 mil utentes.
(…)
Encerram todos os serviços e sobrecarregam o SNS numa altura em que o mesmo SNS se confronta com uma epidemia que levará ao limite a sua capacidade de resposta.
Moisés Ferreira, “Público” (mais aqui)

[Por proposta do PSD e CDS, a AR devia suspender os trabalhos o que] na prática, a Assembleia da República desertava num dos mais difíceis momentos da nossa democracia. Parece que é do sofá que o PSD quer acompanhar a situação do país.
(…)
Como a realidade demonstrou, o funcionamento do Parlamento é necessário neste momento de crise para aprovar as respostas essenciais.
(…)
A nossa batalha segue em duas frentes, a da saúde e a da economia, não podemos descurar nenhuma. É isso que a direita não está a compreender.
(…)
É agora que se tomam as decisões que poderão salvar postos de trabalho e capacidade produtiva.
(…)
As escolhas do Governo português ficam aquém da urgência que enfrentamos.
Pedro Filipe Soares, “Público” (mais aqui)

A globalização do individualismo narcísico está a dar o passo ao espetáculo da morte dos infetados.
(…)
De repente, eis o que o tempo, desde não se sabe quando até aos seus confins, nos mostra a fragilidade de que são feitos os humanos.
(…)
Eis, nestas semanas de chumbo, o valor do esforço dos que arregaçaram as mangas, enquanto as bolsas de valores oscilam, mostrando a sua verdadeira face.
(…)
Os charlatães continuam a discorrer sobre tudo o que a sua ignorância não os envergonha.
(…)
Este é um tempo que nos obriga a pensar, tal como o fazem os prisioneiros, ou os confinados em defesa de todos.
(…)
Todos estes mortos que nos batem às janelas da alma impõem que reflitamos sobre a nossa condição humana, devendo ser mais íntegros, mais solidários e que ultrapassemos o império do dinheiro, das desigualdades e da hipocrisia.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)

É garantindo o rendimento de quem trabalha e não isentando-o da despesa que se socorre a economia.
(…)
Aos oportunistas empresariais juntam-se os oportunistas políticos.
(…)
Com o medo os ateus descobrem Deus e os neoliberais o Estado. Só não pensem que se converteram.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

À medida que a pandemia avance, a erosão dos serviços nacionais de saúde criará contestação social e portanto política.
(…)
À medida que se percam empregos e rendimentos acelerarão as desigualdades e a insegurança.
(…)
A União Europeia está, por enquanto, a mostrar o que verdadeiramente sempre foi e não o que quis (e quer?) ser.
(…)
Ainda estamos no princípio do que não conhecemos o meio, quanto mais o fim.
(…)
A seiva do descontrolo social está alojado na planta que cresce.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

Sem condições políticas para uma resposta europeia, os países que mais vão precisar de recuperar a economia serão também aqueles que menos condições financeiras terão para o fazer.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

A mesma coisa em ambos os lados da crise global está em causa: a sobrevivência do ser humano e de valores tão básicos como a justiça, o conhecimento científico, a democracia e o reconhecimento de pertencermos todos a todos.
Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

NÃO HÁ MEIAS PALAVRAS PARA QUALIFICAR BOLSONARO. ESTAMOS PERANTE UM LOUCO CRIMINOSO


In Revista "Expresso"

sábado, 28 de março de 2020

“DISTANCIAMENTO FÍSICO” EM VEZ DE “DISTANCIAMENTO SOCIAL”. APROVADO!




A OMS passou a usar a expressão “distanciamento físico” em vez de “distanciamento social” porque para travar o vírus é preciso manter a distância física mas não devemos cortar os laços sociais que nos unem. usemos a tecnologia para nos mantermos unidos – as redes sociais, as reuniões remotas, o simples telefonema – ainda que não possamos estar fisicamente presentes. (Moisés Ferreira)

CATARINA MARTINS: "SER SOLIDÁRIO É FICAR EM CASA"



E custa tão pouco ficar em casa. É muito mais fácil do que ficar uma temporada no hospital ou pior ainda...

CITAÇÕES


É agora que se molda o que virá depois da nuvem. E isso passa por, agora, fazer literalmente tudo para que a nuvem não destrua as vidas nem física nem economicamente.
(…)
Agora é mais exigível que nunca que um advogado que exerce a sua profissão para uma entidade empregadora, estando inserido na estrutura organizativa da sociedade, com um rendimento fixo, sujeito a horários de trabalho e ao cumprimento de códigos de conduta, tem que ter um contrato de trabalho.
(…)
Então e os que ficaram sem emprego de um momento para o outro?” E respondo: para a grande maioria dos advogados, foi exatamente isso que se passou.
(…)
Como foi exigido para todos os demais trabalhadores, exige-se também para estes tantos advogados que ficaram subitamente sem fonte de rendimento que sejam acionadas medidas de proteção extraordinária.
(…)
Medida de emergência: atribuir aos advogados, durante este período de exceção, o direito de descontar para a Segurança Social e de receber dela a proteção que recebe qualquer trabalhador independente

[Em Espanha], trabalhadores temporários, estagiários e contratados a prazo mantêm obrigatoriamente o seu vínculo enquanto durar a crise pandémica.
(…)
A Itália, cujo governo não se posiciona de todo à esquerda, tinha aprovado, logo a 17 de março, a proibição dos despedimentos.
(…)
A aprovação desta medida em Portugal tem sido sugerida com vários argumentos.
(…)
Portugal está já a viver uma vaga de dezenas de milhares de despedimentos e de cessações de contratos precários (como se pode ver neste site), que estão a causar um imenso desespero.
(…)
A prioridade deveria ser garantir transferências diretas do Estado às micro e pequenas empresas em dificuldade para pagamento de salários em março e abril, evitando falências e evitando o endividamento junto da banca.
(…)
O que mais estruturalmente permitirá segurar a vida das pessoas no futuro – e, de resto a economia e as empresas – é evitar uma explosão do desemprego.
(…)
Ora, a este nível, o decreto do Governo hoje publicado está muito aquém das expectativas e das necessidades.
(…)
Uma grande empresa pode proceder à “limpeza” de todos os seus trabalhadores precários, dispensar os trabalhadores em outsourcing.
(…)
É que a proibição do despedimento que ficou na lei ignora os despedimentos já havidos e só se aplica a partir do momento em que a empresa requer o apoio.
(…)
O que chamar a esta versão da “proibição de despedimento” se não um indulto a quem já despediu e um convite a que as empresas se desembaracem dos precários.

Ver brancos, pretos e amarelos a lutar pela mesma dita sobrevivência enquanto seres humanos é uma lição só comparável a ver europeus e americanos a disseminarem conscientemente a infecção a uma velocidade bem superior à dos asiáticos. Estes tempos não são fáceis para ninguém, muito menos para estes.
(…)
Um conjunto de opiniões que pretende passar um pano de esquecimento rápido sobre as opções tomadas pela selva financeira em detrimento da preservação dos sectores estratégicos da economia nas mãos do Estado.
(…)
Há um cíclico séquito de gente que vocifera por liberalismo económico para desatar a correr para os cueiros do Estado quando as coisas dão para o torto.
(…)
É aqui, não depois de sairmos de um pesadelo, que devemos deitar contas à vida por muitas decisões políticas passadas que quase desmantelaram o SNS,

Alguns desavergonhados neoliberais vêm reclamando a necessidade de se salvaguardar a economia - tal como eles a encaram -, mesmo que isso implique a morte de milhões de seres humanos.
(…)
Nos últimos anos, os bancos centrais andaram a fabricar dinheiro a rodos e nunca houve tanta riqueza. Porque não se desencadeiam mecanismos para ir buscar dinheiro acumulado nos offshore e em enormes grupos empresariais?
(…)
É uma evidência que o choque provocado pelo vírus é simétrico, atinge todos os países e povos quase de forma igual, mas o egoísmo e a ganância sustentam-se no assimétrico.
(…)
[O Governo] devia ter a coragem de assumir medidas legislativas que assegurem os vínculos laborais, jurídicos e de facto, num período temporal definido.
(…)
A União Europeia pode implodir face à ausência de coerência e coesão, à negação da solidariedade e equidade entre países e povos.

Hoje, com a covid-19, verifica-se que muitos lares de idosos são verdadeiras incubadoras do vírus, mas uma sociedade que vive o mito da juventude na arte, na cultura, no desporto, na vida, permanece bastante indiferente à sorte desses alvos preferenciais do vírus.
(…)
As grandes diferenças entre 1918 e 2020 são duas: a globalização e o tecido comunicacional, no qual são embebidas todas as acções e decisões. E é esse tecido que muda quase tudo nesses cem anos de diferença.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

O PASSADO JUSTIFICA OS RECEIOS DE GUTERRES


In "Expresso"

sexta-feira, 27 de março de 2020

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA DESTA TARDE SOBRE AS MEDIDAS EXCECIONAIS DE RESPOSTA À CRISE COVID-19




Em conferência de imprensa à distância, Catarina Martins defendeu que a resposta à crise económica provocada pelo novo coronavírus "tem de incluir a proibição de despedimentos”.
A Coordenadora do Bloco afirmou também que os apoios às empresas “têm de ter como condição a manutenção dos salários e postos de trabalho incluindo a reintegração dos trabalhadores despedidos no início da crise, tal como fizeram outros países”.
No site do esquerda podem ler as propostas e preocupações.

FRASE DO DIA (1323)


O tempo tem no presente um muito elevado valor tanto no campo da investigação virológica como no campo das políticas económicas. Por conseguinte, o objetivo primeiro para a despesa pública de resposta a esta crise seria assim “comprar” tempo.

PRIMEIRAS MEDIDAS DE EMERGÊNCIA NA RESPOSTA DA UE À COVID-19 SÃO CLARAMENTE INSUFICIENTES




As primeiras medidas de emergência na resposta da UE à Covid-19 foram ontem votadas e aprovadas no Parlamento Europeu. São importantes, mas claramente insuficientes. Precisamos de continuar a insistir para que as instituições europeias façam o que for preciso para proteger toda a gente. (Marisa Matias)

quinta-feira, 26 de março de 2020

FALANDO DE DESIGUALDADES SOCIAIS...



FRASE DO DIA (1322)


O apoio extraordinário de assistência às famílias deve ser prolongado durante as férias da Páscoa. Não basta pedir às pessoas para cumprirem o isolamento social, é preciso dar-lhes condições para ficarem em casa.

EM DEFESA DA ASSISTÊNCIA À FAMÍLIA DURANTE AS FÉRIAS DA PÁSCOA




A deputada bloquista Joana R. Mortágua defende o alargamento do regime especial de assistência à família para as férias da Páscoa, para que os pais possam continuar em casa a cuidar dos seus filhos e possamos cumprir o isolamento social recomendado.

Também e deputada Sandra Cunha se refere ao mesmo assunto nos seguintes termos:
“O Primeiro Ministro diz que o período das ferias não é novo ou inesperado e já estava programado. Certo. Mas os ATL estavam abertos, os centros de atividade das Câmaras e Juntas de Freguesia também e os avós disponíveis para ficar com os netos. Neste momento os avós estão no grupo de maior risco e os ATL fechados. Como é? As crianças ficam em casa sozinhas?
O regime especial de assistência às famílias para cumprir a medida de encerramento das escolas tem de ser prolongado para as férias da Páscoa.”

PROPOSTA DO BLOCO PARA GARANTIR PAGAMENTO DE SALÁRIOS




Mariana Mortágua apresenta a proposta para garantir o pagamento dos próximos dois salários nas micro e pequenas empresas, em conferência de imprensa à distância.

INICIATIVA IMBECIL (01)


Uma crítica oportuna e fortemente mordaz.

quarta-feira, 25 de março de 2020

O ESTADO DE EMERGÊNCIA NÃO PODE SER DESCULPA PARA ABUSOS LABORAIS




A crise que estamos a viver revela um país solidário, que nos orgulha. Mas também há quem não cumpra a sua parte.
Logo primeiros dias da crise, grandes empresas começaram a despedir trabalhadores precários. Contratados a prazo na TAP, em período experimental na FNAC, temporários em grandes empresas industriais. Há uma onda de despedimentos que ameaça sobretudo quem é mais jovem e está precário e que põe em causa a nossa capacidade coletiva de recuperar a economia após a crise.
E não são só os despedimentos. aproveitando a incerteza e o medo que acompanham esta pandemia, há empresas a praticar todo o tipo de abusos: na imposição de férias, na recusa de teletrabalho, no incumprimento de regras de saúde e segurança.
Ao Bloco de esquerda têm chegado muitas denúncias. Queremos dar-lhes visibilidade para lutarmos contra a irresponsabilidade de quem aproveita a crise para abusar dos trabalhadores. Porque cada pessoa isolada se sente muito frágil, criamos rede para juntar forças.
Acede aqui.
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FRASE DO DIA (1321)


A reposta que esta crise exige só é possível porque a preocupação não é o lucro, mas sim salvar o maior número de pessoas da doença. Mesmo que isso tenha custos inevitáveis para as instituições e para os profissionais que as fazem funcionar.
Tânia Russo, Esquerda. net

PORTUGAL TEM CARÊNCIA DE ENFERMEIROS


O gráfico mostra a óbvia carência de enfermeiros que Portugal tem. Repare-se que, em 2017, o número de enfermeiros por 100 mil habitantes seria metade do que se verifica na Alemanha, com as previsíveis consequências. (Gráfico copiado da Revista "Expresso")

PORQUE É QUE O CORONAVÍRUS APARECEU NA CHINA?



Cada um tire as suas ilações.

terça-feira, 24 de março de 2020

FRASE DO DIA (1321)


Os bancos que - não esquecemos - foram salvos com dinheiros públicos, ainda não suspenderam os pagamentos dos créditos à habitação das pessoas que perdem os seus rendimentos e já começam a aproveitar o desespero para cobrar juros e comissões impossíveis às pequenas empresas.

VALHA-NOS O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE



Já é percetível nesta altura que a desgraça que caiu sobre a humanidade vai custar muitos, muitos milhares de mortos e, recorrendo a uma expressão popular, a procissão ainda vai no adro. A pandemia teve início na China e espalhou-se logo de seguida por muitos países do norte desenvolvido, onde é suposto haver sistemas de saúde adequados às necessidades das populações. Mas haverá?  
Não dá para imaginar o morticínio que virá a acontecer nos países pobres do sul, sem estruturas de saúde dignas desse nome e governados por tiranos, para os quais a situação sanitária do povo é o que menos interessa.
No que diz respeito à situação portuguesa, o que se está a passar constitui uma tremenda derrota para os ideólogos do neoliberalismo, “nesta altura em que o SNS constitui a defesa dos portugueses face à pandemia” como afirma Domingos Lopes no artigo de opinião que assina no “Público”, e que reproduzimos a seguir. Os médicos e restantes trabalhadores da saúde do SNS são a primeira linha do combate ao vírus assassino” porque é o Estado o único com capacidade de levar a cabo esta luta que será ciclópica. Já todos percebemos que o setor privado da saúde perdeu por falta de comparência. Em termos futebolísticos apanhou uma monumental cabazada que lhe fez perder a voz. Seria importante que os portugueses conseguissem interpretar em profundidade a falta de argumentos daqueles que defendem a entrega da saúde à iniciativa privada…

É natural que aos ideólogos do neoliberalismo lhes falte a voz nesta altura em que o SNS constitui a defesa dos portugueses face à pandemia.
Os médicos e restantes trabalhadores da saúde do SNS são a primeira linha do combate ao vírus assassino; não porque não haja nos que trabalham no setor privado gente solidária e competente, mas porque é o Estado o único capaz de o fazer. O setor privado não compareceu. Ou compareceu para ganhar mais uns “tostões” com os testes.
Não se trata de qualquer obsessão pelo Estado, mas é evidente que a sua centralidade num Estado de direito democrático e social se revela decisiva.
Portugal, neste tempo de pandemia, depende do SNS. Afirmá-lo em voz alta é tão natural como o oxigénio que se respira.
Quem faz melhor quando o desafio tem esta envergadura? Que fez o sistema de saúde privado?
O SNS, abandonado para salvar os bancos da ganância, não é nenhuma maravilha, nem sequer adequado à missão, mas nesta luta titânica é ele que nos está a salvar.
Ao afirmá-lo não se quer dizer, ao contrário do que por aí se escreve, que os liberais não querem Estado. Querem, querem, ai se querem… A questão é – para quê? E a resposta é simples – para que do alto da sua maquinaria administrativa, securitária e militar se assegure que o essencial da estrutura das sociedades dominadas pelo neoliberalismo se mantenha, isto é, que se assegure que a riqueza produzida seja distribuída de modo a que o setor financeiro se locuplete à fartazana, que os multibilionários engordem à custa dos baixos salários ou dos despedimentos selvagens. Sem Estado, os liberais não conseguiam esta “façanha”.
Sem o Estado a proteger a saúde dos cidadãos seria a corrida às armas, como acontece nos EUA. Nesta conceção de modo de viver os homens são os lobos (sem desprimor para esta espécie) do próprio homem. Veja-se o tipo de Estado e de sociedade com Trump ao comando. O importante é ter armas para se defenderem dos seus compatriotas, não é a saúde pública; cada um que trate de si e, para tal, armas na mão.
É o Estado, através das suas funções na Saúde, Ensino, Segurança Social, Administração Interna, quem pode deitar a mão aos portugueses, mesmo quando há tantas insuficiências e falhas. Essa é que é essa.
Não são gritos nem gritinhos, como alguém escreveu; são clamores de evidência de quem é capaz de tratar da saúde das portuguesas e dos portugueses.
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Em 2008 pagamos a crise provocada pela gula do sistema financeiro, que recuperou à custa do empobrecimento geral e depois se instalou também na Saúde para fazer grandes negócios.
Apesar do empobrecimento que impôs o desinvestimento no SNS, os ideólogos de direita engolem em seco, não gritam porque já muitos mais cidadãos estão a ver que o rei vai nu. Calam-se a ver se passa a pandemia para de novo se atirarem à Saúde à procura do lucro e, quiçá capturando o Estado, fazerem do SNS um lugar impróprio e, em paralelo, reduzindo a Saúde nos privados em belas parcerias pagas pelos impostos dos contribuintes.
Claro que os privados têm todo o direito de terem negócios na saúde, mas que façam à custa exclusiva das suas capacidades e competências. Querem que o Estado que dizem abominar lhes assegure lucros fabulosos e limpos. Sem riscos. A crise pandémica tornou esta evidência mais clara. Por isso ficaram sem voz. Não gritam por parcerias para tratar os doentes covid-19. Assobiam. E acenam com uns tantos ventiladores. E pouco mais. De todos os modos, o que vier, se vier, fará falta. Que venha.

CATARINA MARTINS ABRE DEBATE QUINZENAL COM O PRIMEIRO-MINISTRO




A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, abre o debate quinzenal com o primeiro-ministro sobre a crise do Covid-19
A coordenadora do Bloco questionou o primeiro-ministro sobre a requisição civil para reforçar o SNS: "Esta não seria altura de fazer requisição civil aos privados para garantir todos os meios com a articulação e a hierarquia necessária, com a continuidade de cuidados e com o fornecimento de equipamentos?".
Catarina Martins questionou ainda sobre despedimentos, participação da banca no esforço nacional, extensão de apoio para cuidar de crianças além da Páscoa e apoio para cuidar de idosos e pessoas com deficiência. sobre despedimentos, participação da banca no esforço nacional, extensão de apoio para cuidar de crianças além da Páscoa e apoio para cuidar de idosos e pessoas com deficiência.

segunda-feira, 23 de março de 2020

AJUDAR OS NOSSOS VIZINHOS, FAMILIARES OU AMIGOS IDOSOS




O enfermeiro Mário André Macedo explica que cuidados devemos ter quando ajudamos os nossos vizinhos, familiares ou amigos idosos com as compras.

FRASE DO DIA (1320)


O que importa não é dar mais rendimento a toda a gente, mas sim dá-lo de forma eficaz àqueles que são mais afetados por esta crise.
André Francisquinho, Esquerda. net 

COVID-19: INFORMAÇÃO IMPORTANTE SOBRE OS EFEITOS DO ISOLAMENTO SOCIAL


Muito simples de se perceber.

domingo, 22 de março de 2020

HOJE: ENTREVISTA COMPLETA DE CATARINA MARTINS NO TELEJORNAL DA RTP1




A PROPÓSITO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS QUE ESTAMOS A VIVER





José Tolentino de Mendonça, Revista "Expresso"

MAIS CITAÇÕES (74)


[A bolsa norte-americana] vai continuar a cair e será provavelmente o maior colapso bolsista da história. Se houvesse sensatez as bolsas teriam sido fechadas por vários meses.
(…)
Alguém se lembra do orgulho pomposo dos ministros que anunciavam superávite, a obra culminante das suas carreiras? foi isso que nos tramou.
(…)
Vai ser o salve-se quem puder e, como Lagarde provou ao lançar um ataque pirómano contra a dívida italiana, o BCE está em estado de negação.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

Se então alguma coisa resulta desta crise, é uma nova dimensão que radicaliza a obrigação democrática contra a emergência do novo autoritarismo.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

Os casos do rei [de Espanha] e do banqueiro [Jardim Gonçalves] talvez nos mostrem que o problema é mesmo o cabaz que acolhe, protege e multiplica estes exemplos de como enriquecem e se protegem os poderosos.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

À medida que a curva suba, a capacidade do SNS estará nos limites e muitos ficarão exaustos começando (mas não acabando) pelos profissionais de saúde.
(…)
A recessão será impressionante, como nunca vivemos em mais de 40 anos.
(…)
As contas públicas vão ser um desastre este ano, a União Europeia precisa tomar medidas sem precedentes.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

Um princípio basilar do humanismo [é que] somos na medida em que nos projetamos no outro e cuidamos dele.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

Neste ambiente, a mensagem política é difícil: temos de nos mobilizar para conter os efeitos da epidemia sem destruir todos os alicerces da nossa democracia e da nossa economia.
(…)
Ao decretar um estado de exceção para se der jeito, num momento em que a sociedade olha para a china como modelo, abriu-se um precedente que políticos menos recomendáveis saberão aproveitar no futuro.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

Três coisas contam nesta pandemia: vida, cultura e dinheiro. Infelizmente, estão todas muito mal distribuídas, em particular a última.
(…)
Quem lê, seja por obrigação, por interesse ou por gosto, está mais preparado para olhar para a pandemia, aprendendo sobre ela mais e melhor.
(…)
O problema com a ignorância arrogante dos nossos dias começa logo no bloqueio de toda a informação e a sua substituição pela desinformação.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

[No momento atual] temos de reconhecer a existência de duas crises simultâneas: a emergência sanitária e a emergência económica e social.
(…)
[Nas medidas recentemente aprovadas] parece haver uma enorme omissão na estratégia do Governo, a proteção das pessoas na economia.
(…)
A proteção do emprego é a grande omissão das medidas que têm sido apresentadas.
(…)
Ainda não ultrapassamos a crise de saúde pública (nem teremos chegado ao seu pico), mas tudo indica que a crise económica e social durará muito mais tempo.
(…)
Num contexto próximo em que o turismo não será a nossa galinha dos ovos de ouro, deve ser o momento para finalmente a resposta que tarda: investimento público de qualidade.
(…)
A dor de uma crise económica é evitável se tivermos a coragem de defender o investimento público que nos proteja e prepare.
Pedro Filipe Soares, “Público” aqui

Pode ser que esta crise provocada pelo coronavírus nos leve a todos a uma profunda reflexão sobre a sociedade global e que nos faça entender o que de facto é essencial para a nossa sobrevivência em comunidade.
Alberto Veronesi, “Público” (sem link)

Explorou-se até ao limite o que a Terra tem para dar e nas relações humanas, sobretudo ao nível do sistema educativo mundial, cai pela base a concepção de um ensino centrado na formação para o mercado de trabalho.
(…)
Se, com o passar dos meses, o estado de alarme global se mantiver não haverá hipótese alguma de confinar milhões de seres humanos nos seus “teletrabalhos”.
(…)
É este, pois, um vírus que sintetiza todos os vícios; que obrigará a que a sociedade nova que daqui surgir tenha como base da política internacional o equilíbrio com a natureza.
(…)
Não é possível continuarmos cegos para as desigualdades gritantes: no mundo Ocidental, as periferias dos grandes centros urbanos, os salários astronómicos de gestores e ordenados de miséria de quem faz as indústrias e empresas terem lucros.
(…)
Esta ordem mundial tem que dar lugar a uma classe política ciente do património humano.
(…)
A única pandemia pela qual, todos, de regimes mais totalitários a regimes neoliberais, somos responsáveis foi, e é, a pandemia da cobiça e do lucro.
(…)
O espelho mais cristalino dessa pandemia é o campo da educação dos mais novos, hoje autêntico rebanho de gente com uma mesma concepção de mundo.
(…)
Ao coronavírus não queiramos acrescentar novas estirpes do vírus da alienação de que os sistemas educativos mundiais, visando o mercado de trabalho, criaram.
(…)
Em nome de um ideal de sociedade mais fraterna, as políticas de ensino ancoradas na subserviência, no medo, no resultadismo mais nefando têm de ter um fim.
António Carlos Cortez, “Público” (sem link)

[A nossa] fragilidade não nos impede de poder ser portadores de sentimentos humanistas que nos diferenciam de todas as outras espécies.
(…)
Descobrimos os vírus e isso é muitíssimo mais que um instinto. É conhecimento.
(…)
O homem de negócios que ocupa a Casa Branca não tem estrutura humana para decifrar o humanismo e os melhores sentimentos humanos.
(…)
Precisamos de convocar todo o humanismo que é o melhor que tem a Humanidade.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)