[A bolsa norte-americana] vai continuar
a cair e será provavelmente o maior colapso bolsista da história. Se houvesse
sensatez as bolsas teriam sido fechadas por vários meses.
(…)
Alguém se lembra do orgulho pomposo dos
ministros que anunciavam superávite, a obra culminante das suas carreiras? foi
isso que nos tramou.
(…)
Vai ser o salve-se quem puder e, como
Lagarde provou ao lançar um ataque pirómano contra a dívida italiana, o BCE
está em estado de negação.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Se então alguma coisa resulta desta
crise, é uma nova dimensão que radicaliza a obrigação democrática contra a
emergência do novo autoritarismo.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Os casos do rei [de Espanha] e do
banqueiro [Jardim Gonçalves] talvez nos mostrem que o problema é mesmo o cabaz
que acolhe, protege e multiplica estes exemplos de como enriquecem e se protegem
os poderosos.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
À medida que a curva suba, a capacidade
do SNS estará nos limites e muitos ficarão exaustos começando (mas não
acabando) pelos profissionais de saúde.
(…)
A recessão será impressionante, como
nunca vivemos em mais de 40 anos.
(…)
As contas públicas vão ser um desastre
este ano, a União Europeia precisa tomar medidas sem precedentes.
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Um princípio basilar do humanismo [é
que] somos na medida em que nos projetamos no outro e cuidamos dele.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
Neste ambiente, a mensagem política é
difícil: temos de nos mobilizar para conter os efeitos da epidemia sem destruir
todos os alicerces da nossa democracia e da nossa economia.
(…)
Ao decretar um estado de exceção para se
der jeito, num momento em que a sociedade olha para a china como modelo,
abriu-se um precedente que políticos menos recomendáveis saberão aproveitar no
futuro.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
Três coisas contam nesta
pandemia: vida, cultura e dinheiro. Infelizmente, estão todas muito mal
distribuídas, em particular a última.
(…)
Quem lê, seja por
obrigação, por interesse ou por gosto, está mais preparado para olhar para a
pandemia, aprendendo sobre ela mais e melhor.
(…)
O problema com a
ignorância arrogante dos nossos dias começa logo no bloqueio de toda a
informação e a sua substituição pela desinformação.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem
link)
[No momento atual] temos
de reconhecer a existência de duas crises simultâneas: a emergência sanitária e
a emergência económica e social.
(…)
[Nas medidas recentemente aprovadas]
parece haver uma enorme omissão na estratégia do Governo, a proteção das
pessoas na economia.
(…)
A proteção do emprego é a
grande omissão das medidas que têm sido apresentadas.
(…)
Ainda não ultrapassamos a
crise de saúde pública (nem teremos chegado ao seu pico), mas tudo indica que a
crise económica e social durará muito mais tempo.
(…)
Num contexto próximo em
que o turismo não será a nossa galinha dos ovos de ouro, deve ser o momento
para finalmente a resposta que tarda: investimento público de qualidade.
(…)
A dor de uma crise
económica é evitável se tivermos a coragem de defender o investimento público
que nos proteja e prepare.
Pedro
Filipe Soares, “Público” aqui
Pode ser que esta crise
provocada pelo coronavírus nos leve a todos a uma profunda reflexão sobre a
sociedade global e que nos faça entender o que de facto é essencial para a
nossa sobrevivência em comunidade.
Alberto
Veronesi, “Público” (sem
link)
Explorou-se até ao limite
o que a Terra tem para dar e nas relações humanas, sobretudo ao nível do
sistema educativo mundial, cai pela base a concepção de um ensino centrado na
formação para o mercado de trabalho.
(…)
Se, com o passar dos
meses, o estado de alarme global se mantiver não haverá hipótese alguma de
confinar milhões de seres humanos nos seus “teletrabalhos”.
(…)
É este, pois, um vírus que
sintetiza todos os vícios; que obrigará a que a sociedade nova que daqui
surgir tenha como base da política internacional o equilíbrio com a
natureza.
(…)
Não é possível
continuarmos cegos para as desigualdades gritantes: no mundo Ocidental, as
periferias dos grandes centros urbanos, os salários astronómicos de gestores e
ordenados de miséria de quem faz as indústrias e empresas terem lucros.
(…)
Esta ordem mundial tem que
dar lugar a uma classe política ciente do património humano.
(…)
A única pandemia pela
qual, todos, de regimes mais totalitários a regimes neoliberais, somos
responsáveis foi, e é, a pandemia da cobiça e do lucro.
(…)
O espelho mais cristalino
dessa pandemia é o campo da educação dos mais novos, hoje autêntico rebanho de
gente com uma mesma concepção de mundo.
(…)
Ao coronavírus não
queiramos acrescentar novas estirpes do vírus da alienação de que os sistemas
educativos mundiais, visando o mercado de trabalho, criaram.
(…)
Em nome de um ideal de
sociedade mais fraterna, as políticas de ensino ancoradas na subserviência, no
medo, no resultadismo mais nefando têm de ter um fim.
António
Carlos Cortez, “Público” (sem
link)
[A nossa] fragilidade não
nos impede de poder ser portadores de sentimentos humanistas que nos
diferenciam de todas as outras espécies.
(…)
Descobrimos os vírus e
isso é muitíssimo mais que um instinto. É conhecimento.
(…)
O homem de negócios que ocupa a Casa
Branca não tem estrutura humana para decifrar o
humanismo e os melhores sentimentos humanos.
(…)
Precisamos de convocar
todo o humanismo que é o melhor que tem a Humanidade.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)