domingo, 15 de março de 2020

MAIS CITAÇÕES (73)


Talvez note a polémica sobre os preços dos testes [do coronavírus] em laboratórios privados.
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Decerto pensará no que seria o sistema de saúde a responder a uma pandemia se, de acordo com as propostas entusiásticas de Ventura ou de outros liberais, estivesse privatizado.
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Nos Estados Unidos, a solução de mercado funciona, paga-se 2900 euros por um teste do Covid-19 no hospital.
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Para 2020 estava a ser apreciado um novo corte de 20% nos programas de combate a doenças infeciosas, cortesia de Trump.
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O Estado democrático tem outra solução para uma crise de saúde: assegurar a proteção a toda a gente mobilizando o necessário.
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Quando há uma urgência, só temos mesmo o Estado.
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Só o Estado pode proteger todos na saúde, na educação ou na segurança.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

A crise económica é uma rampa que começámos a descer sem conhecermos a sua extensão.
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O turismo será afetado também no verão, assim como as empresas exportadoras, assim como toda a economia, porque o hemisfério norte está em travagem.
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Mesmo num cenário otimista, será um ano entre o acidente e o desastre.
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É cedo para perceber os efeitos na inflação, no imobiliário, nos bancos, nas PME, mas nãopode ser bom.
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Pela primeira vez na vida escrevo isto: o Estado tem de gastar.
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É para estas alturas que os défices servem.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

É óbvio que se as nossas sociedades não estão preparadas para gerir os riscos que conhecemos, ainda mais impreparadas estão para lidar com riscos novos.
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Com maior fragmentação política, com redobrado ressentimento social e com serviços público depauperados, a crise financeira global deixou-nos à mercê de qualquer pandemia
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

Não estamos preparados porque nenhum Estado, nenhum Governo e nenhum sistema de saúde o está. E o povo também não.
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Num momento em que o medo se instala, muitos disparates se fariam se as autoridades, em matéria de saúde pública, ouvissem “os portugueses” e não os técnicos.
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Exige-se, dentro dos limites do que é recomendável para não disseminar o pânico, que nos contem a verdade.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

Mas mesmo que se siga as orientações das instituições internacionais para minorar a crise de saúde pública, a verdade é que, mesmo nos cenários mais positivos, uma resposta vigorosa na contenção da epidemia não impedirá muitos dos seus impactos económicos.
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Na China, a venda de carros sofreu uma queda de 92% só na primeira metade de Fevereiro.
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Não há nenhuma razão incontornável para que a crise de saúde pública se transforme numa crise económica. Nenhuma, a não ser a obstinação da ortodoxia económica.
José Gusmão e Vicente Ferreira, “Público” (sem link)

[Insensibilidade e de irresponsabilidade] é agora o anátema que se lança incessantemente sobre todos os que apelam a um mínimo de racionalidade contra a epidemia de pânico.
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Na milésima crise, na enésima emergência a que este século assiste, vivemos entre um número crescente de concidadãos que se habituou a viver de medo em medo.
Manuel Loff, “Público” (sem link)

Estamos a viver a mais grave crise do sistema judicial português das últimas quatro décadas, desde que a Revolução do 25 de Abril de 1974 restaurou a democracia após quarenta e oito anos de ditadura.
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Do modo como for superada esta crise depende em boa medida o futuro da democracia portuguesa.
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Nem as perceções dos cidadãos, nem a opinião publicada, revelavam especial preocupação com a independência dos tribunais e ainda menos com a corrupção no judiciário.
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Os factos recentemente conhecidos põem a nu que algo está muito podre no sistema judicial português, evidenciando práticas judiciárias inadmissíveis num Estado de direito democrático.
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Para restaurar a degradação social da justiça é preciso que os poderes, judicial e político, na medida das suas competências, desenvolvam concertadamente um rigoroso programa de ação, atuante em dois planos distintos: individual (…) e sistémico (…).
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É importante não perder de vista que, ao contrário da mensagem dominante na comunicação social, os indícios de práticas corruptivas não foram detetados por qualquer mecanismo de controlo interno, mas no âmbito de um processo-crime: a “operação lex”.
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Quando o problema [de práticas corruptivas] atinge em cheio os tribunais superiores, os órgãos de governo do judiciário têm a obrigação democrática de promover um debate sério e verdadeiramente consequente a esse respeito.
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O poder judicial e os muitos magistrados que com elevada probidade ética e profissional servem o sistema judicial português sem se servirem dele têm exigentes desafios pela frente.
Boaventura Sousa Santos e Conceição Gomes, “Público” (sem link)

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