(…)
Leem-se os ecos de uma enorme
fragilidade do setor cultural e criativo.
(…)
Como sublinham vários dos textos, muitas
dos problemas que a pandemia expôs de forma violenta vêm de longe.
(…)
Na realidade, na cultura, o que vemos hoje
é um território devastado pelos efeitos da pandemia e pelas enormes lacunas de
proteção desse mar de “trabalhadores independentes”, “freelancers” ou
“emprecários”.
É falso que não venha a haver dinheiro
público para o Novo Banco no próximo ano orçamental.
(…)
O Fundo de Resolução está obrigado a
injetar dinheiro no Novo Banco sempre que haja necessidadesde capital para
imopedir que novos prejuízos ponham em causa os rácios obrigatórios.
(…)
E o Estado está obrigado a financiar até
850 milhões de euros por ano sempre que, para fazer essas injrções, o Fundo não
tenha recursos próprios ssuficientes.
(…)
Deve um contrato ser cegamente cumprido quando
há indícios mais que fortes de que uma das partes tem um comportamento típico
de administração ruinosa?
José Manuel Pureza,
“Visão” (sem link)
Ao discutirmos serviços
públicos e apoios sociais fica à margem quem for incapaz de apresentar qualquer
alternativa para o futuro que não seja o regresso a um passado de má memória.
(…)
O Governo, que continua
agarrado a metas artificiais de défice, tentou transformar as diferenças numa
guerra de números, passando a semana a tentar desmentir as análises que tinham
como fonte o Relatório do OE2021.
(…)
As peças jornalísticas que
se debruçaram sobre a verdade dos números concluíam a cada análise que os dados
do Governo não batiam certo com o que o ministro das Finanças tinha entregue no
Parlamento.
(…)
Não sei se há
arrependimentos ou algumas consciências pesadas, mas o país sabe que foi a
arrogância pós eleitoral do PS que levou à rejeição de qualquer acordo escrito
com o Bloco de Esquerda.
(…)
No total, e com base na
informação do Governo, teremos, na melhor das hipóteses, apenas 1500 pessoas a
entrar no SNS e a maioria só no último trimestre de 2021.
(…)
Depois de ter reconhecido
que a atual lei laboral desprotege os trabalhadores, o primeiro-ministro não
consegue explicar porque quer enfrentar esta crise com as regras definidas pela
troika e PSD/CDS.
(…)
Estamos a assistir a uma
enorme onda de despedimentos e o Governo prefere deixar as leis da troika em vigor do que
defender o emprego.
(…)
As políticas fortes à
esquerda continuam a ter uma maioria no Parlamento, tenha o PS vontade de se
juntar a elas e o orçamento não falhará ao país.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
Nenhum Orçamento de
esquerda assumiria o objetivo de baixar o défice em tempos de crise económica.
Este Governo não só o fez como escolheu a consolidação num ano em que não existe
qualquer pressão europeia.
(…)
Este Orçamento falha no
compromisso político sobre a legislação laboral que ainda impõe as regras da
troika e sobre a proteção dos trabalhadores perante uma nova vaga de
despedimentos.
(…)
Mesmo sabendo que há
milhões de exames, consultas e cirurgias por recuperar, o Governo continua a
anunciar contratações que correspondem às necessidades identificadas numa outra
vida, pré-covid.
(…)
Uma coisa é certa, se não
houver recursos para o SNS, a resposta à pandemia transformar-se-á num negócio
de milhões para os privados e no dia seguinte sobrará muito pouco do SNS para
responder pelo país.
Não é estranho o
surgimento de contradições políticas e de medos, ou o aumento de preocupações
das pessoas.
(…)
Entretanto, sabemos que as
audiências de grandes meios de comunicação se alimentam deste lamaçal tão
propício à engorda de projetos políticos antidemocráticos.
(…)
Os medos vencem-se quando
se assumem e se adotam comportamentos ofensivos que lhes vão fechando portas de
entrada.
(…)
Para enfrentar velhos
problemas estruturais da economia, da organização e eficácia da Administração
Pública e os impactos da pandemia, o Governo precisa de um apoio político que
não pactue com políticas de encanar a perna à rã.
(…)
[No SNS] é imprescindível
investimento em recursos humanos e técnicos e responsabilizar alguns atores do
setor privado.
(…)
[O apoio para aprovação do
OE] impõe compromissos para negociações estratégicas com os parceiros e jamais
encostá-los à parede.
(…)
As forças políticas à
Esquerda do PS têm de fazer cedências, mas não podem fazê-lo abdicando de
valores, da capacidade de agir em favor dos desprotegidos e da afirmação do
valor e da dignidade do trabalho.
A Direcção-Geral da Saúde
(DGS) usou para o desporto de elite [Fórmula 1] o desleixo inversamente
proporcional ao zelo com que cuida de manter os espectadores afastados dos
estádios de futebol.
(…)
Com um impacto de 30
milhões de euros na economia, a "DGS dos popós" deu o pior exemplo
possível para aqueles que ainda acreditavam que as regras são iguais para todos
e para cumprir.
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