Fez anteontem 38 anos que se calou uma das vozes que tantas vezes cantou a
Liberdade.
No entanto, o Adriano e os seus ideais de justiça e de liberdade continuam
bem vivos dentro de todos aqueles que resistem e dizem “não” à sua eliminação.
No aniversário da sua morte, soneto de Manuel Alegre dedicado a Adriano Correia de Oliveira:
"Não era só a voz o som a oitava
que ele queria sempre mais acima
nem sequer a palavra que nos dava
restituída ao tom de cada rima.
Era a tristeza dentro da alegria
era um fundo de festa na amargura
e a quase insuportável nostalgia
que trazia por dentro da ternura.
O corpo grande e a alma de menino
trazia no olhar aquele assombro
de quem quer caber e não cabia.
Os pés fora do berço e do destino
alguém o viu partir de viola ao ombro.
Era Outubro em Avintes. E chovia."
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