José Manuel Pureza, fb
No continente, o PS acusa um
partido com que não se entende de trair a esquerda; nos Açores, parece procurar
uma aliança com o CDS.
(…)
Uma relação em que há um
perdedor não é uma aliança.
(…)
Portugal bem dispensa
manobras que nos desviem do essencial da resposta às pandemias sanitária e
social.
(…)
Nenhum desses tabus [as leis
laborais e a gestão das regras financeiras] foi beliscado [pelo
governo PS]e as desastrosas vendas do Banif e do Novo Banco demonstram-no, tal
como o reforço das normas da troika na lei do trabalho.
(…)
O Governo não aceitará, por
razões ideológicas e de aliança social, mexer no essencial desses tabus.
(…)
Veja-se o caso do pagamento
à Lone Star em 2021. Depois da revelação das vendas a desconto de centenas de
milhões de euros, e ainda está por saber o montante das comissões destas
operações e quem as recebeu, é impossível que a esquerda aceite o pagamento
desse prejuízo.
(…)
O Governo tornou cristalino
que não aceita mexer nas leis laborais da troika.
(…)
Se a caducidade [das
convenções coletivas] fragiliza a parte mais fraca, porque haverá de ser
restabelecida como uma guilhotina dentro de dois anos?
(…)
No entanto, é o SNS que é a
questão mais importante de todas, porque a pressão é gigantesca e pode crescer
nos próximos meses.
(…)
[O Governo] não cumpriu o
compromisso de os recrutar [cerca de 8400 profissionais de saúde], o que
certamente pesa na desconfiança nas negociações, mas talvez agora seja só tempo
de cuidar do futuro.
(…)
O primeiro-ministro, mais
solto em relação aos factos, insiste triunfantemente em que há mais médicos,
mesmo que o portal do SNS dê os números exatos: em finais de setembro, são
menos 918 do que em janeiro.
(…)
É simplesmente a questão
decisiva do SNS. Sem médicos e outros técnicos os hospitais param.
(…)
A solução está no programa
do PS: carreiras atrativas e com condições de exclusividade.
(…)
Parecerá insólito que [o PS]
não aplique o seu programa, que tem a resposta estrutural a uma dificuldade
estrutural.
(…)
Sempre que fechar uma
urgência, [Costa] será lembrado que não quis os meios para ir buscar os médicos
necessários.
Francisco
Louçã, “Expresso” Economia (sem
link)
O caos acontecerá se os
hospitais não tiverem camas e equipas médicas suficientes.
(…)
O Bloco tem razão quando diz
desconfiar de promessas que o Governo orçamenta mas não cumpre: cativações,
investimento não realizado, despesa social e no SNS não efetuada, ajudas de
custo a professores que não avançam.
Pedro
Santos Guerreiro, “Expresso” (sem
link)
À imagem do que tem ocorrido
um pouco por toda a Europa do sul, a votação combinada dos partidos que
governaram nas últimas décadas foi decrescendo.
(…)
Na Assembleia da República,
à esquerda, a relação entre PS e BE parece ter-se tornado irremediavelmente
tóxica.
Pedro
Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
[Usando as suas votações no
Parlamento, um informático] descobriu que o PS está muito mais próximo
do PSD do que dos restantes partidos de esquerda.
(…)
Nesta legislatura, o PS
votou mais vezes ao lado do PSD, do CDS e do IL do que do BE ou do PCP.
(…)
Quero um PS condicionado à
esquerda, seja por acordos, seja por oposição ativa.
(…)
Costa não queria parceiros,
queria reféns.
(…)
Não chega aumentar o
orçamento para a saúde, é preciso aumentar as transferências para o SNS. Este
OE não o faz.
(…)
A alternativa [do Bloco] era
ficar amarrado a um OE que está a léguas do que é preciso, ser responsabilizado
por isso.
(…)
Costa queria fazer ao BE,
pelo bullying que esta semana atingiu proporções insultuosas, o que anda a
fazer ao PCP, pela lisonja condescendente.
(…)
E para
o que virá este OE é uma fantasia.
Daniel
Oliveira, “Expresso” (sem link)
Recentemente o Alentejo —
muito além das transformações — tem sido alvo de autênticos atos de
vandalização da sua biodiversidade, das suas paisagens culturais e do seu
património arqueológico.
(…)
Em pano de fundo, claro,
temos a debilidade do Estado, esvaído de meios jurídicos e policiais para fazer
cumprir funções mínimas de defesa do bem comum.
(…)
As dificuldades práticas e
também a negligência com que se conduz a débil fiscalização das atividades
agrícolas tornou-se proverbial entre nós.
(…)
O que se assiste é à
expansão de mais e mais regadio superintensivo com a instalação de novas
culturas ainda mais consumidoras de água e de agroquímicos, como é o caso do
amendoal.
(…)
Não há desenvolvimento que
resista à boçalidade e à ganância, nem futuro possível que se construa sobre a
destruição dos bens comuns naturais e culturais.
Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)
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