domingo, 8 de novembro de 2020

MAIS CITAÇÕES (106)

 
Não foi uma onda azul, as sondagens cru­ciais enganaram-se outra vez e os resultados confirmam um país irremediavelmente polarizado. 

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[EUA] é uma democracia que distorce a representação popular, mas sempre foi assim.

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Como mestre na bufonaria, Trump procura sempre ocupar obsessivamente o espaço público, multiplicando provocações e insultos que o tornem o centro das atenções. 

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As empresas das redes sociais e mesmo a sua televisão favorita, a Fox News, lhe tiraram o tapete para a sua fanfarra. 

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O erro que [Trump] cometeu foi acreditar que quem o colocou no pedestal o ia apoiar sempre. 

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A sua televisão, a Fox News, tomou a decisão espantosa de não apoiar a sua reivindicação de vitória e mesmo de informar sobre o avanço de Biden.

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[A Fox, o Facebook e o Twitter] temem o efeito boomerang da sua instrumentalização política, mesmo que sempre a tenham permitido.

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O Facebook reconhece que anula agora 17 milhões de contas falsas por dia, o dobro do que ocorria há três anos. 

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Em 2020 já terão sido retirados 22 milhões de posts por discurso de ódio, dez vezes mais do que em 2017. 

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Zuckerberg e a oligarquia das redes estão com medo, e Trump passou a ser um fardo excessivo. 

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

A vulnerabilidade das redes sociais a esta ecologia da morte é um dos factos marcantes na sociedade do medo: o crime sai do segredo para exibir uma justificação, torna-se um poder público.

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A densa campanha de responsabilização das empresas que gerem as redes sociais está a fazer alterar o seu comportamento.

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Dois terços da população norte-americana reconhecerão agora que as redes podem ser perigosas.

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O Facebook, a mais agressiva dessas redes, começa a temer a viragem da opinião pública. 

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Como qualquer outro órgão de comunicação, a rede social deve ser responsabilizável pela informação que veicula, bem como a pessoa que a emite. 

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Mais do que mentiroso, ele [Trump] revela-se antidemocrata.

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O seu incêndio na contagem de votos visa destruir, pela vitimização e propagação da mentira, o sistema.

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Os nossos sistemas estão ameaçados porque falham na resposta à desigualdade e de falta de futuro pressentida pelas sociedades.

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Portugal não tem hoje autonomia suficiente para se emancipar sozinho contra a desigualdade do sistema económico. 

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Não basta proclamar os valores da democracia se se relativiza a antidemocracia e se normaliza a aberração. 

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[A democracia] regenera-se ou esmaece através do combate às desigualdades e da inclusão do povo.

Pedro Santos Guerreiro “Expresso” (sem link)

 

O que se tem passado nas últimas décadas, com um ímpeto imparável de criação de ordens para profissões que não são exercidas em regime liberal, é do domínio do absurdo. 

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As ordens detêm um privilégio que só pode prejudicar os mesmos utentes que, alegadamente, se pretende defender.

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

A justiça não é eficaz se as pessoas se convencerem que é injusta. A comunicação social é inútil se a maioria achar que ela mente.

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A democracia tem formas de lidar com a suspeita e a irregularidade, não tem como combater a convicção previamente fabricada de uma fraude por parte de quem sente que pode perder.

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É evidente que as eleições serão a próxima vítima dos ataques da extrema-direita às instituições democráticas. 

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A desinformação a uma escala nunca vista, com a definição quase científica dos seus alvos, permite uma fanatização que se transformou na mais poderosa arma contra a democracia. 

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Dantes, os autoritários usavam os militares para se imporem à vontade popular. Agora, usam zombies fanatizados pelas redes sociais. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Se em vez de ser causa, ele [Trump] fosse o efeito e a prova definitiva de que estamos a viver no interior de um sistema em putrefacção, com uma dinâmica destrutiva, que é capaz de produzir figuras que fazem perigar as democracias?

Victor Belanciano, “Público” (sem link)

 

Em 2018, o número de 180 violações por dia foi um recorde no Brasil. Em Portugal, em 2017, a violação foi o crime violento que mais aumentou.

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Nos crimes de violação, mais do que uma presunção de inocência do agressor, assistimos muitas vezes a uma presunção de culpabilidade da vítima.

Sara Miguéns Porteira, “Público” (sem link)

 

Um estudo do Pew Research Center, divulgado em Setembro, mostra que o número de países com uma opinião favorável dos Estados Unidos desceu para o seu nível mais baixo desde que o centro começou a realizar sondagens sobre o assunto há quase duas décadas.

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A ideia dos EUA como líder do mundo livre, uma ideia modelada pelo ensaio O Século Americano, de Henry Luce, de 1941, está “a dissolver-se rapidamente” e com ele o excepcionalismo americano.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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