sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

CITAÇÕES

 
O PS teve uma maioria absoluta, derrotando os partidos à sua esquerda e toda a direita, mais fragmentada e radicalizada.

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Foi uma noite difícil para muitas pessoas de esquerda.

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A votação do Orçamento do Estado para 2022 assumiu um papel principal na campanha.

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Já em 2020 ameaçava com crise política no pico do verão e repetiu o guião em 2021.

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As negociações não falharam, António Costa pura e simplesmente não quis negociar a viabilização do OE 2022 com os partidos à sua esquerda.

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Não se podem colocar as convicções de lado no momento da votação, nem negar o mandato popular que se representa - são os vínculos mais importantes da democracia.

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A proposta de OE22 apresentada pelo Governo é má - falha [rotundamente em inúmeras áreas].

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Porventura não fomos capazes de mostrar todos os erros e as formas de os ultrapassar, creio que se deve reconhecer.

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António Costa começou esta campanha a afastar os partidos que em 2015 o tornaram primeiro-ministro, os “empecilhos” que não deixaram o PS fazer o que queria.

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Em 2015, sabendo dos custos eleitorais que em algum momento teria de suportar, o Bloco de Esquerda tomou a decisão certa ao contribuir decisivamente para a criação da “geringonça”.

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Conquistámos avanços concretos para um povo que havia muitos anos que só conhecia retrocessos.

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As sondagens também ajudaram para o desfecho de domingo.

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O certo é que as sondagens levaram a que muitos votos no PS fossem escritos pelo medo do regresso da direita ao poder, agravado pela possibilidade de trazer como apêndice a extrema-direita.

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Basta ouvir alguns comentários na praça pública para perceber como muitos votos foram ao engano para uma maioria absoluta que não queriam.

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As maiorias absolutas têm maus cartões de visita, nos atropelos a direitos democráticos e à cidadania, na permeabilidade aos poderes económicos instalados, na corrupção.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

[A vitória do PS] beneficia, desde já, de um sonoro aplauso, de um Presidente manietado, de um Parlamento submetido, e de um consenso que, melhor do que ninguém, as poderosas agências de notação indicaram ao mundo.

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O que diz a finança já tinha sido adivinhado por uma direita que se desbarreta, numa comovente homenagem ao vencedor.

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Perante tal clamor, talvez os vencedores não se devessem iludir com o espelho.

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A vida difícil começa agora, e o poder absoluto será um dos seus problemas.

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A lei tem sido que nenhuma maioria absoluta seja lembrada como um progresso para Portugal.

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Foi o medo da última semana que deu ao PS a maioria absoluta.

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[Os eleitores] concederam ao Governo um período de graça, mas terminou o seu medo.

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O medo foi provocado pelas sondagens da última semana.

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Há cerca de um quinto dos eleitores que se decide na última semana, portanto mais de um milhão de votos

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As eleições foram decididas nesse tempo.

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Houve o medo da vitória do PSD com a IL e o Chega pendurados, que decidiu a votação de muitos eleitores.

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Foram eleitores de esquerda temerosos de um governo PSD ancorado na extrema-direita.

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As empresas [de sondagens] foram as primeiras a levantar esta questão: as sondagens do último dia – sabemos agora que o erro foi de 1 para 7 – influenciaram os resultados.

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A maioria absoluta formou-se na última semana pelo medo de um governo de direita e na presunção de que o PS não teria poder absoluto.

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Não é de somenos que voltemos a um poder absoluto que só pode ser temido.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

"Foi o povo português" deverá ser sempre um sinal de maturidade democrática e nunca um ajuste de contas ou um passa-responsabilidade. 

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Se aqui chegámos, foi por responsabilidade de muitos dos que não conseguem perceber ou explicar a vontade do povo. 

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Atribuindo maioria absoluta ao PS, o povo português acreditou na narrativa de António Costa e não na dos partidos que lhe permitiram constituir governo após perder eleições.

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O povo entregou a maioria absoluta ao PS quando o próprio já dela tinha desistido e enfraqueceu quem, nos últimos anos, garantiu políticas de Esquerda.

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A falsa bipolarização das sondagens foi uma falácia e um embuste que entregou a Esquerda do PS às mãos do fantasma absoluto da utilidade do voto. 

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A pressão pelo voto útil foi transversal a toda a Esquerda, sem excepção. 

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Foi a falta de lucidez do PSD em ser absolutamente claro e consequente relativamente a alianças com a extrema-direita que deu ao voto útil no PS a fatal pressão final.

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A narrativa de vampirização socialista foi clara desde o primeiro dia e executada com foco.

Miguel Guedes, JN

 

Todos nos lembramos da África do Sul do apartheid (…) onde existia um sistema de opressão e dominação de um grupo de seres humanos sobre outro.

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É isto que acontece hoje em Israel e nos Territórios Palestinianos Ocupados (TPO) - o apartheid.

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[Aos palestinianos] é negada participação pública, tal como definido na Convenção do Apartheid, aprovada em Assembleia Geral da ONU em 1973.

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Em maio de 2021, o mundo indignou-se com o desalojamento forçado de famílias palestinianas das suas casas em Jerusalém Oriental.

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Nas restrições à movimentação, existem vários tipos de cartão de identidade para palestinianos e cada um confere maior ou menor mobilidade, maior ou menor opressão.

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Os agricultores da palestina veem frequentemente as suas estufas e culturas serem arrasadas por bulldozers militares, relegando-os para a fome.

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Também o acesso à água e ao gás é controlado pelo Estado de Israel, limitando o fornecimento aos palestinianos.

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A sua liberdade de expressão é também condicionada. 

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A Amnistia Internacional publicou um extenso relatório que documenta estas e outras violações de direitos humanos e que, no seu conjunto, correspondem a apartheid.

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O Tribunal Penal Internacional deve investigar e julgar os que, concretamente, são responsáveis por manter o apartheid

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É o Estado de Israel que pode dar passos firmes neste caminho de paz, reparação e desmantelamento do apartheid.

Pedro A. Neto, “Público” (sem link)


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