(…)
Eva
Kaili (…) não disfarçou e defendeu que o Catar estava na “vanguarda dos
direitos laborais”.
(…)
PS,
PSD e CDS recusaram as emendas que condenavam a violação de direitos dos
trabalhadores migrantes no Catar enquanto aprovavam a liberalização dos vistos.
(…)
[Estamos
perante] um caso em que só faltou exibir o cheque enquanto despachava a
encomenda.
(…)
Há 485
ex-eurodeputados a fazer lóbi. Há 13 mil lobistas ou similares inscritos. 115
lobistas do Google são ex-políticos.
(…)
O diretor
da Transparência Internacional explicou que este não é um incidente isolado, é
só o mais flagrante.
(…)
As
decisões que mais nos afetam vêm de Bruxelas e é lá que está instalada a maior
e mais oleada porta giratória entre interesses públicos e privados.
(…)
50%
dos comissários europeus em funções até 2014 foram recrutados por empresas e
grupos com fortes interesses na União.
(…)
Recentemente,
a Comissão Europeia contratou, para assessorar a elaboração de normas que
introduzam o risco climático nas decisões de investimentos financeiros, a
BlackRock. É um dos principais investidores em empresas petrolíferas e na banca.
(…)
A
Comissão não se limitou a pôr a raposa a tomar conta do galinheiro, deixou que
fosse ela a desenhá-lo.
(…)
Para [Von
der Leyen] dizer que a UE não está à venda é preciso quase tanto
descaramento como para dizer que o Catar lidera os direitos laborais.
(…)
Bruxelas
e Estrasburgo são Meca e Medina do tráfico de influências.
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Quanto
à democracia europeia, não está sob ataque porque não existe.
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Existem
democracias europeias numa União que não cumpre as condições formais básicas
para ser uma democracia.
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Maastricht
foi o pináculo deste sonho: um federalismo sem povo, reduzindo o seu poder a
uma formalidade.
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E se
não manda o povo, manda quem sempre mandou.
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Há
corrupção em todas as instituições.
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Com 19
lobistas por cada eleito europeu e metade dos antigos comissários e um terço
dos ex-deputados a serem recrutados por empresas, bancos e grupos de interesse,
esta corrupção tem raízes profundas.
(…)
Ao
mesmo tempo que governa 447 milhões de pessoas, Bruxelas não cumpre mínimos
democráticos.
(…)
O
problema de Bruxelas não é Eva Kaili. É a cesta [como afirma Marisa Matias].
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
O
Parlamento aprovou três vezes a lei que despenaliza a morte assistida.
(…)
O
nosso Tribunal Constitucional já se pronunciou, a requerimento do Presidente da
República.
(…)
O
Tribunal Constitucional entendeu — também por larga maioria — que a
despenalização da morte assistida não é, em si mesma, inconstitucional.
(…)
Ao
aprovar uma segunda versão da lei, em novembro de 2021, a Assembleia da
República satisfez cabalmente esta exigência do Tribunal Constitucional.
(…)
Sendo
formalmente legítimo, um novo pedido de fiscalização preventiva seria, no
mínimo, surpreendente e lançaria dúvidas sobre os reais motivos da insistência.
(…)
No
plano político, não cabe ao Presidente da República, nem a qualquer outro órgão
senão ao Parlamento, decidir qual o âmbito que esta lei deve ter.
(…)
Não há
qualquer nova razão para suscitar a fiscalização preventiva da
constitucionalidade. Se ela viesse a suceder, seria no quadro de uma oposição
política.
(…)
A
promulgação da lei é, por isso, o passo certo.
José Manuel Pureza, “Expresso” (sem link)
Não há
qualquer justificação para que se usem os níveis ou a quantidade de luz [artificial
à noite] que se têm vindo a usar.
(…)
O fim
urgente do uso dos combustíveis
fósseis, por que tanto ansiamos, só será possível se
vier acompanhado de uma reflexão sobre o que é supérfluo, eliminando os gastos
energéticos associados.
(…)
É urgente não só travar o crescimento da luz mas, sobretudo,
baixar de forma substancial os níveis actuais.
(…)
As
últimas gerações se habituaram a dispor de energia de fácil acesso, fechando os
olhos aos seus impactos, quer na sua produção quer no seu uso.
(…)
Mais
do que pelo aumento da eficiência de uma tecnologia, o consumo é sempre menor
quando se reduz o uso dessa tecnologia.
(…)
De
facto, como os LED consomem menos, em vez de se aproveitar para reduzir a luz,
tem-se aproveitado para colocar muito mais luz.
(…)
Se se
ilumina mais do que antes e com mais fontes de luz não estamos, realmente, a
poupar tanto quanto se podia.
(…)
Se o
apelo fosse o de desligar o supérfluo e reduzir o resto, garantir-se-ia uma
efectiva redução do consumo de energia.
Rui Cerveira Lima e Maria Amélia Martins-Loução, “Público”
(sem link)
Está a
caminho um apoio de 240 euros às famílias com mais baixos
rendimentos e com o objetivo de mitigar os efeitos da inflação.
(…)
Trata-se assim de uma liberalidade deste executivo, que
entendeu agir em socorro das famílias que mais precisam.
(…)
O
Governo insiste em prosseguir políticas que privilegiam a consolidação
orçamental e o controlo do défice em detrimento de políticas que
estruturalmente atenuem a perda do poder de compra dos portugueses perante o
aumento da inflação.
(…)
As contas públicas estão bem e recomendam-se.
(…)
São boas notícias e devem ser reconhecidas como tal. Mas deve
igualmente ser perguntado a que custo.
(…)
E a resposta é a diminuição do poder de compra dos
portugueses.
(…)
A
situação de quem vive dos rendimentos do seu trabalho, ou das famílias como
agora tanto se diz, é grave e, em alguns casos, dramática.
(…)
A lógica da filantropia é uma lógica profundamente liberal.
(…)
Tudo o que se reparte tem o caráter de liberalidade, ou seja,
representa a vontade de quem o faz.
(…)
[O Governo não prossegue princípios de esquerda] que
obrigariam a que se aumentassem os salários dos trabalhadores.
(…)
As famílias irão receber um presente de Natal.
(…)
Mas no
mês de janeiro serão confrontadas com as mesmas dificuldades que enfrentam
agora e que se prendem com a insuficiência do que recebem pelo seu trabalho.
(…)
Da
mesma forma que se critica quem não paga impostos mas faz caridade, também se
deve criticar um governo que não aumenta salários e que segue uma lógica de
redistribuição com que a caridade se assemelha.
(…)
O
eleitor deixa de ser o credor do bom desempenho do governo e passa a ser um
eventual bafejado pela sua generosidade.
(…)
Por muito que se diga que esta inflação é extraordinária, ela
veio para ficar.
(…)
A única
forma consistente de proteger os trabalhadores do impacto da inflação é
aumentar-lhes, e atendendo a critérios de proporcionalidade, o salário.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
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