sábado, 17 de dezembro de 2022

MAIS CITAÇÕES (211)

 
A vice-presidente do Parlamento Europeu foi suspensa de funções e expulsa do PASOK depois da sua prisão, por acusação de subornos do Catar.

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Eva Kaili (…) não disfarçou e defendeu que o Catar estava na “vanguarda dos direitos laborais”. 

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PS, PSD e CDS recusaram as emendas que condenavam a violação de direitos dos trabalhadores migrantes no Catar enquanto aprovavam a liberalização dos vistos.

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[Estamos perante] um caso em que só faltou exibir o cheque enquanto despachava a encomenda.

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Há 485 ex-eurodeputados a fazer lóbi. Há 13 mil lobistas ou similares inscritos. 115 lobistas do Google são ex-políticos.

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O diretor da Transparência Interna­cional explicou que este não é um incidente isolado, é só o mais flagrante.

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As decisões que mais nos afetam vêm de Bruxelas e é lá que está instalada a maior e mais oleada porta giratória entre interesses públicos e privados.

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50% dos comissários europeus em funções até 2014 foram recrutados por empresas e grupos com fortes interesses na União.

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Recentemente, a Comissão Europeia contratou, para assessorar a elaboração de normas que introduzam o risco climático nas decisões de investimentos financeiros, a BlackRock. É um dos principais investidores em empresas petrolíferas e na banca.

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A Comissão não se limitou a pôr a raposa a tomar conta do galinheiro, deixou que fosse ela a desenhá-lo.

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Para [Von der Leyen] dizer que a UE não está à venda é preciso quase tanto descaramento como para dizer que o Catar lidera os direitos laborais.

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Bruxelas e Estrasburgo são Meca e Medina do tráfico de influências.

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Quanto à democracia europeia, não está sob ataque porque não existe.

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Existem democracias europeias numa União que não cumpre as condições formais básicas para ser uma democracia.

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Maastricht foi o pináculo deste sonho: um federalismo sem povo, reduzindo o seu poder a uma formalidade.

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E se não manda o povo, manda quem sempre mandou.

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Há corrupção em todas as instituições. 

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Com 19 lobistas por cada eleito europeu e metade dos antigos comissários e um terço dos ex-deputados a serem recrutados por empresas, bancos e grupos de interesse, esta corrupção tem raízes profundas.

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Ao mesmo tempo que governa 447 milhões de pessoas, Bruxelas não cumpre mínimos democráticos.

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O problema de Bruxelas não é Eva Kaili. É a cesta [como afirma Marisa Matias].

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

O Parlamento aprovou três vezes a lei que despenaliza a morte assistida.

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O nosso Tribunal Constitucional já se pronunciou, a requerimento do Presidente da República. 

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O Tribunal Constitu­cional entendeu — também por larga maioria — que a despenalização da morte assistida não é, em si mesma, inconstitucional.

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Ao aprovar uma segunda versão da lei, em novembro de 2021, a Assembleia da República satisfez cabalmente esta exigência do Tribunal Constitucional. 

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Sendo formalmente legítimo, um novo pedido de fiscalização preventiva seria, no mínimo, surpreendente e lançaria dúvidas sobre os reais motivos da insistência.

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No plano político, não cabe ao Presidente da República, nem a qualquer outro órgão senão ao Parlamento, decidir qual o âmbito que esta lei deve ter. 

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Não há qualquer nova razão para suscitar a fiscalização preventiva da constitucionalidade. Se ela viesse a suceder, seria no quadro de uma oposição política.

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A promulgação da lei é, por isso, o passo certo. 

José Manuel Pureza, “Expresso” (sem link)

 

Não há qualquer justificação para que se usem os níveis ou a quantidade de luz [artificial à noite] que se têm vindo a usar.

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O fim urgente do uso dos combustíveis fósseis, por que tanto ansiamos, só será possível se vier acompanhado de uma reflexão sobre o que é supérfluo, eliminando os gastos energéticos associados.

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É urgente não só travar o crescimento da luz mas, sobretudo, baixar de forma substancial os níveis actuais.

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As últimas gerações se habituaram a dispor de energia de fácil acesso, fechando os olhos aos seus impactos, quer na sua produção quer no seu uso.

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Mais do que pelo aumento da eficiência de uma tecnologia, o consumo é sempre menor quando se reduz o uso dessa tecnologia.

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De facto, como os LED consomem menos, em vez de se aproveitar para reduzir a luz, tem-se aproveitado para colocar muito mais luz.

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Se se ilumina mais do que antes e com mais fontes de luz não estamos, realmente, a poupar tanto quanto se podia.

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Se o apelo fosse o de desligar o supérfluo e reduzir o resto, garantir-se-ia uma efectiva redução do consumo de energia.

Rui Cerveira Lima e Maria Amélia Martins-Loução, “Público” (sem link)

 

Está a caminho um apoio de 240 euros às famílias com mais baixos rendimentos e com o objetivo de mitigar os efeitos da inflação.

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Trata-se assim de uma liberalidade deste executivo, que entendeu agir em socorro das famílias que mais precisam.

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O Governo insiste em prosseguir políticas que privilegiam a consolidação orçamental e o controlo do défice em detrimento de políticas que estruturalmente atenuem a perda do poder de compra dos portugueses perante o aumento da inflação.

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As contas públicas estão bem e recomendam-se.

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São boas notícias e devem ser reconhecidas como tal. Mas deve igualmente ser perguntado a que custo.

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E a resposta é a diminuição do poder de compra dos portugueses.

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A situação de quem vive dos rendimentos do seu trabalho, ou das famílias como agora tanto se diz, é grave e, em alguns casos, dramática.

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A lógica da filantropia é uma lógica profundamente liberal.

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Tudo o que se reparte tem o caráter de liberalidade, ou seja, representa a vontade de quem o faz.

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[O Governo não prossegue princípios de esquerda] que obrigariam a que se aumentassem os salários dos trabalhadores.

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As famílias irão receber um presente de Natal.

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Mas no mês de janeiro serão confrontadas com as mesmas dificuldades que enfrentam agora e que se prendem com a insuficiência do que recebem pelo seu trabalho.

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Da mesma forma que se critica quem não paga impostos mas faz caridade, também se deve criticar um governo que não aumenta salários e que segue uma lógica de redistribuição com que a caridade se assemelha.

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O eleitor deixa de ser o credor do bom desempenho do governo e passa a ser um eventual bafejado pela sua generosidade.

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Por muito que se diga que esta inflação é extraordinária, ela veio para ficar.

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A única forma consistente de proteger os trabalhadores do impacto da inflação é aumentar-lhes, e atendendo a critérios de proporcionalidade, o salário.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)


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