quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

CITAÇÕES À QUARTA (32)

 
Em maio deste ano, Portugal descia cinco lugares no ranking europeu dos Direitos das pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo (LGBTI).

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Sete meses depois, não há novidades: o nosso país passou todo o ano de 2022 sem plano político para a proteção das pessoas LGBTI.

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É perigoso deixar na mão de apenas um partido qualquer agenda parlamentar que implique Direitos Humanos.

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Os avanços preocupantes e usurpadores do espaço democrático por parte da extrema-direita implantam o medo dos danos reputacionais sobre as minorias e os partidos que as defendem.

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Desde janeiro deste ano já deram entrada na Assembleia da República várias propostas determinantes para o reforço dos direitos e da proteção das pessoas LGBTI em Portugal.

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Mas falta agendar, discutir, aprovar e garantir a implementação da maioria destas propostas.

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E falta ultrapassar a tentação de construir Direitos Humanos aos solavancos da agenda mediática.

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Nesta configuração parlamentar de maioria absoluta, serão, justamente, os partidos afastados do poder governamental aqueles que terão maior capacidade de serem agentes impulsionadores dos direitos das pessoas LGBTI.

Ana Aresta, “Expresso” online

 

70% dos postos de trabalho perdidos na pandemia, em 2020, eram ocupados por jovens

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Os jovens portugueses foram os que, na UE, saíram mais tarde da casa dos pais.

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PIB per capita romeno irá ultrapassar o português em 2024.

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Portugal tem um desemprego jovem superior à média europeia e, segundo o Livro Branco sobre o tema, a causa está no abuso dos contratos a termo.

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Em 2021, 54% dos jovens trabalhadores tinham contratos a prazo enquanto na população total eram 14%.

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Em todas as campanhas, PS e PSD prometem travar a fuga de jovens baixando-lhes o IRS.

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Não haverá muitos jovens a dizer que se vão embora ou não têm filhos por causa dos impostos. 

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Só que o discurso público é dirigido aos jovens de uma bolha social. 

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Também não é por causa do IMT que os jovens saem de casa dos pais aos 33,6 anos, quando a média europeia é 26,5. 

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É, entre outras coisas, porque apenas 2% do parque habitacional português faz parte de soluções públicas a preços controlados, enquanto a média europeia é de 12%.

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Por cá, em vez de parque público, insiste-se nos “vistos gold” e nos regimes fiscais favoráveis para não residentes ou nómadas digitais.

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Os jovens apanharam em cheio com os efeitos da “liberdade” que nos andam a prometer há décadas.

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É neste caldo político que aparece o exemplo da Roménia. O seu PIB per capita é quase metade do português, mas foi medido em paridades de poder de compra.

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[A Roménia] tem mais 4% risco de pobreza do que Portugal; o salário médio é quase metade e bem mais baixo em paridade de poder de compra; a esperança média de vida é oito anos mais baixa; a mortalidade infantil é o dobro; a desigualdade é superior à portuguesa, que já é bastante alta. 

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[A Roménia] está atrás de Portugal (16º) em todos os indicadores, menos no fiscal.

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Foi o desmantelamento de um Estado Social incipiente que sacrificou os jovens [portugueses].

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A flexibilização laboral não garantiu melhores empregos e salários. 

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A liberalização do mercado de habitação não lhes garantiu casa. 

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[Os jovens] são vítimas da “libertação” que lhes foi prometida há décadas e que hoje é paga com uma vulnerabilidade total.

Daniel Oliveira, “Expresso” online

 

[As autoridades esbracejam] uma diligência que faltou quando foi mais necessária e cuja exibição pretende ocultar anos de promessas calculistas e indiferença cínica sobre obras urgentes nunca concluídas ou sequer começadas.

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As águas procuram a sua história e marcham pelos leitos de ribeiras entretanto sepultados em alcatrão, pelo que, sem surpresa, inundam caves e túneis. Como sempre fizeram.

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[Em Lisboa], autarcas, ministros e demais entidades se sucederam ao longo de décadas anunciando tranquilizantes prazos e engenharias que sabiam inutilmente destinadas a uma gaveta.

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A melhor solução continua a ser formar uma comissão.

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[Estes autarcas] esperam que [o seu povo] seja desmemoriado e aceite o próximo enlevo eleitoral como se não houvesse ontem.

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A culpa é de outro ou, pela certa, das conjugações cósmicas que nos atraiçoam. 

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Quando não há explicações, prometem o que sempre prometeram.

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Numa palavra, [Eduardo Lourenço] resumia, estamos sempre à espera do “milagre”. 

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Também no caso deste dia cinzento, o milagre era um projeto aprovado, orçamentado e calendarizado, que ficou enigmaticamente para as calendas.

Francisco Louçã, “Expresso” online

 

O maior desafio para o restauro da natureza é a nossa capacidade de imaginar um novo estado selvagem, tal é a escala de destruição, simplificação e degradação do mundo natural.

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Primeiro, é preciso conhecer o passado: a Península Ibérica é rica em vida selvagem, mas já foi riquíssima, tanto em diversidade como em abundância.

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Em Portugal há várias espécies que podem regressar ou chegar, ou porque estão localmente extintas, ou porque a sua abundância é uma sombra do passado, ou porque a função está ausente, ou ainda por causa da rapidez das alterações climáticas.

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Existem muitas zonas de norte a sul, que, devido ao abandono agrícola de terras marginais, estão a ficar livres, sem uso e que são bons espaços para devolver à natureza.

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Existem muitas zonas de norte a sul, que, devido ao abandono agrícola de terras marginais, estão a ficar livres, sem uso e que são bons espaços para devolver à natureza.

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As decisões que forem tomadas nos próximos anos e décadas vão ecoar nos próximos séculos e milénios.

Daniel Veríssimo, “Público” (sem link)


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