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Sete meses depois, não há novidades: o nosso país passou todo o ano de 2022 sem plano político para a proteção
das pessoas LGBTI.
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É perigoso
deixar na mão de apenas um partido qualquer agenda parlamentar que implique
Direitos Humanos.
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Os avanços preocupantes e usurpadores do espaço democrático
por parte da extrema-direita implantam o medo dos danos reputacionais sobre as
minorias e os partidos que as defendem.
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Desde janeiro deste ano já deram entrada na Assembleia da
República várias propostas determinantes para o reforço dos direitos e da proteção das
pessoas LGBTI em Portugal.
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Mas falta
agendar, discutir, aprovar e garantir a implementação da maioria destas
propostas.
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E falta ultrapassar a tentação de construir Direitos Humanos
aos solavancos da agenda mediática.
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Nesta configuração parlamentar de maioria absoluta, serão,
justamente, os partidos afastados do poder governamental aqueles que terão
maior capacidade de serem agentes impulsionadores dos direitos das pessoas LGBTI.
70%
dos postos de trabalho perdidos na pandemia, em 2020, eram ocupados por jovens
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Os jovens portugueses foram os que, na UE, saíram mais tarde da casa dos pais.
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O PIB per capita romeno irá ultrapassar o português em 2024.
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Portugal tem um desemprego jovem superior à média europeia e,
segundo o Livro Branco sobre o tema, a causa está no abuso dos contratos a termo.
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Em 2021, 54% dos jovens trabalhadores tinham contratos a
prazo enquanto na população total eram 14%.
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Em todas as campanhas, PS e PSD prometem travar a fuga de
jovens baixando-lhes o IRS.
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Não haverá muitos jovens a dizer que se vão embora ou não têm
filhos por causa dos impostos.
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Só que o discurso público é dirigido aos jovens de uma bolha social.
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Também não é por causa do IMT que os jovens saem de casa dos pais aos 33,6 anos, quando a média europeia é 26,5.
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É, entre outras coisas, porque apenas 2% do parque
habitacional português faz parte de soluções públicas a preços controlados, enquanto a média europeia é de
12%.
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Por cá, em vez de parque público, insiste-se nos “vistos
gold” e nos regimes fiscais favoráveis para não residentes ou nómadas digitais.
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Os jovens apanharam em cheio com os efeitos da “liberdade”
que nos andam a prometer há décadas.
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É neste caldo político que aparece o exemplo da Roménia. O
seu PIB per capita é quase metade do português, mas foi medido em paridades de poder de compra.
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[A Roménia] tem mais 4% risco de pobreza do que Portugal; o salário médio é quase metade e bem mais
baixo em paridade de poder de compra; a esperança média de vida é oito anos mais
baixa; a mortalidade infantil é o dobro; a desigualdade é superior à portuguesa, que já é bastante alta.
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[A Roménia] está atrás de Portugal
(16º) em todos os indicadores, menos no fiscal.
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Foi o desmantelamento de um Estado Social incipiente que
sacrificou os jovens [portugueses].
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A flexibilização laboral não garantiu melhores empregos e salários.
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A liberalização do mercado de habitação não lhes garantiu casa.
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[Os jovens] são vítimas da “libertação” que lhes foi prometida há décadas e que hoje é paga com
uma vulnerabilidade total.
Daniel Oliveira, “Expresso” online
[As
autoridades esbracejam] uma diligência que
faltou quando foi mais necessária e cuja exibição pretende ocultar anos de
promessas calculistas e indiferença cínica sobre obras urgentes nunca
concluídas ou sequer começadas.
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As águas procuram a sua história e marcham pelos leitos de
ribeiras entretanto sepultados em alcatrão, pelo que, sem surpresa, inundam
caves e túneis. Como sempre fizeram.
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[Em Lisboa], autarcas, ministros e demais entidades se
sucederam ao longo de décadas anunciando tranquilizantes prazos e engenharias
que sabiam inutilmente destinadas a uma gaveta.
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A melhor solução continua a ser formar uma comissão.
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[Estes autarcas] esperam que [o seu povo] seja desmemoriado e
aceite o próximo enlevo eleitoral como se não houvesse ontem.
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A culpa é de outro ou, pela certa, das conjugações cósmicas
que nos atraiçoam.
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Quando não há explicações, prometem o que sempre prometeram.
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Numa palavra, [Eduardo Lourenço] resumia, estamos sempre à
espera do “milagre”.
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Também no caso deste dia cinzento, o milagre era um projeto
aprovado, orçamentado e calendarizado, que ficou enigmaticamente para as
calendas.
Francisco Louçã, “Expresso” online
O
maior desafio para o restauro da natureza é a nossa capacidade de imaginar um novo estado selvagem, tal é a
escala de destruição, simplificação e degradação do mundo natural.
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Primeiro,
é preciso conhecer o passado: a Península Ibérica é rica em vida selvagem, mas
já foi riquíssima, tanto em diversidade como em abundância.
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Em
Portugal há várias espécies que podem regressar ou chegar, ou porque estão
localmente extintas, ou porque a sua abundância é uma sombra do passado, ou
porque a função está ausente, ou ainda por causa da rapidez das alterações
climáticas.
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Existem
muitas zonas de norte a sul, que, devido ao abandono agrícola de terras
marginais, estão a ficar livres, sem uso e que são bons espaços para devolver à natureza.
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Existem
muitas zonas de norte a sul, que, devido ao abandono agrícola de terras
marginais, estão a ficar livres, sem uso e que são bons espaços para devolver à natureza.
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As decisões que forem tomadas nos próximos anos e décadas vão
ecoar nos próximos séculos e milénios.
Daniel Veríssimo, “Público” (sem link)
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