Revolta da
Baixa do Cassange - Em dezembro de 1960, uma explosão de ódio e violência despoletou nos
campos de algodão na Baixa do Cassange, província de Malanje. Acontecimentos
que marcaram o princípio do fim do colonialismo português e que se prolongaram
até março de 1961.
Os camponeses ao serviço da Cotonang (Companhia do Algodão de Angola)
pararam a produção, recusaram pagar impostos, destruíram pontes, cortaram
estradas, incendiaram veículos e edifícios, saquearam lojas, atacaram colonos
brancos, capatazes da Cotonang e forças militares.
A injustiça do regime algodoeiro era assente na cultura obrigatória, que
incitava os camponeses a cultivar algodão em prejuízo das culturas de
subsistência e, nos baixíssimos preços pagos, nos castigos corporais, no
trabalho forçado e na completa desproteção dos trabalhadores.
Em janeiro de 1961 o protesto ganhou força e, em fevereiro, as autoridades
coloniais responderam com o envio de forças militarizadas, execuções sumárias,
vaga de prisões e aldeias bombardeadas com napalm, o que se traduziu num número
indeterminado de mortes.
O regime mesmo tentando encobrir o sucedido, encarou-o como um levantamento
contra a soberania nacional. Estes acontecimentos, precipitar-se-ão com o
assalto às cadeias a 4 de fevereiro e com os massacres das populações brancas e
dos negros que trabalhavam nas fazendas no Norte de Angola pela UPA (União dos
Povos de Angola), em março.
A revolta da Baixa do Cassange viria a ser recuperada como a génese da luta
pela libertação na década e meia seguinte. (Via Museu do Aljube Resistência e Liberdade)
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