domingo, 25 de dezembro de 2022

MAIS CITAÇÕES (212)

 
Agora, depois de a pandemia ter duplicado a riqueza dos principais milionários, vai-se ao espaço, constroem-se iates do tamanho de navios de guerra e estoira-se um valor superior à riqueza produzida anualmente na Letónia para comprar uma pequena rede social.

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Com a aquisição [do Twitter], Elon Musk consegue condicionar a política. Este é um negócio de poder, e o interesse da direita americana é compreensível.

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Ao contrário de carros e foguetes espaciais, gerir uma rede social é gerir uma complexa teia de interações humanas.

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Para distrair da incompetência e da censura, Elon Musk lançou um inquérito aos utilizadores para saber se queriam que deixasse de ser o CEO. O “sim” venceu.

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A apologia do “jornalismo-cidadão” esconde a dificuldade de Musk lidar com o escrutínio do jornalismo profissional. 

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No dia seguinte à publicação dos “Twitter Files”, Musk condenou o silêncio dos principais jornais.

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Num país polarizado e com uma longa história de violência política, Musk espalha as teorias de conspiração que Trump adorava com o mesmo efeito pavloviano nas massas que o veneram.

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Musk é tão perigoso como Trump para a democracia. Mas a uma escala global.

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Depois de chamar “marionetas sem vergonha” aos reguladores que apontam o dedo às suas práticas empresariais, Musk suspendeu contas de meia dúzia de jornalistas que há vários anos escreviam sobre ele.

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Em poucas semanas, Musk passou de intransigente defensor da liberdade de expressão para a suspensão de jornalistas, proibição de links para outras plataformas.

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Sabemos que a concentração de poder político leva à tirania. Passa-se o mesmo com o poder económico. 

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Quando os bilionários falam de liberdade, defendam as democracias. Porque só a sua própria liberdade, sem limites, os preocupa.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

O Gabinete de Estatísticas da União Europeia disponibilizou dados que colocam Portugal em 17.º lugar no ranking dos salários brutos médios anuais de quem trabalha a tempo inteiro.

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Os nossos 19 300 euros anuais ficam a mais de 52 000 do salário mais alto, o do Luxemburgo (72 200 euros).

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Continuaremos a disputar o campeonato dos últimos.

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Os nossos salários são muito baixos para o custo de vida que temos.

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Ao mesmo tempo, alguns dos nossos direitos sociais fundamentais estão a minguar.

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O fundamental das causas que transformam a vida de milhões de portugueses num pesadelo situa-se nas contradições profundas entre o que o Governo e outras instituições do poder anunciam como objetivos e as políticas que adotam.

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A 31 de dezembro de 2023 os salários reais dos portugueses, nos setores público e privado, serão piores que os de hoje.

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[A política de baixos salários] é um problema cada vez mais estrutural que condicionará no pior sentido a resolução da sensível questão demográfica.

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[Em Portugal é precisa] uma política salarial e laboral que não favoreça o aumento de atividades de baixo valor acrescentado.

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[O Governo] desconsidera as organizações sindicais e incentiva o marasmo na contratação coletiva.

Carvalho da Silva, JN

 

A migração não é crime, contudo, tendemos a criminalizar as pessoas que migram, rotulamos os que nos chegam irregulares como “ilegais”, enquanto lhes negamos os seus direitos e lhes renunciamos passagens seguras.

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A migração irregular acontece tantas vezes porque as pessoas não têm outra escolha a não ser utilizar canais irregulares.

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Não há vidas ilegais. Nenhum ser humano é ilegal.

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Utilizarmos a palavra ilegal ameaça também a solidariedade e origina a criminalização da ajuda humanitária.

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[O] mar Mediterrâneo, a fronteira mais mortífera do mundo. E quando aqui chegaram, retirámos-lhes a igualdade de direitos.

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Criminalizámos e criminalizamos a migração, com políticas que repudiam a mobilidade enquanto direito humano consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Patrícia Caeiros, “Público” (sem link)

 

Desde Setembro, o regime prendeu mais de 14 mil pessoas. Muitos são rapazes e raparigas. Há estudantes universitários e empregados de mesa, médicos e operários.

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Estão na rua a protestar contra o regime e não querem que a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, seja em vão.

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E Mahsa Peyravi, de 25 anos, presa em Outubro por ter tirado o lenço da cabeça e tê-lo rodado no ar, que acaba de ser condenada a dez anos de prisão por “incentivo à corrupção, depravação” e “imoralidade”, está a ser torturada?

Bárbara Reis, “Público” (sem link)

 

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados estima que o “deslocamento forçado global” tenha atingido 103 milhões de pessoas em meados de 2022.

Graça Castanheira, “Público” (sem link)

 

No Afeganistão as mulheres foram proibidas de frequentar o ensino universitário.

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Desde que os taliban assumiram a governação do Afeganistão em Agosto de 2021, é um novo arranque da luta feminista.

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Neste momento muitas mulheres afegãs estão nas ruas e manifestam-se contra a opressão taliban. Olhar para a sua coragem e rebeldia é absolutamente comovente.

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Há quem defenda que, durante os 20 anos de ocupação do país pelos Estados Unidos e seus aliados, a causa feminista viveu um grande momento porque mais mulheres frequentaram estabelecimentos de ensino, e chegaram mesmo a formar-se.

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Os direitos e liberdades são conquistas, não costumam ser oferecidos às mulheres.

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Sobretudo os direitos das mulheres não devem chegar acompanhados de bombardeamentos.

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A narrativa de guerra dos Estados Unidos tem um enorme talento e no caso do Afeganistão este destacou-se. A libertação das mulheres foi, desde o início daquela ação militar, invocada para a legitimar.

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Obviamente que aquela invasão militar [do Afeganistão pelos EUA] não teve nada a ver com a vontade de libertar as mulheres afegãs e a sua opressão pelos taliban foi usada contra ela.

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Como é que ainda não aprendemos que a ocupação de países por forças militares externas gera o aparecimento, e o fortalecimento, de grupos e movimentos extremistas como se fossem um gás irredutível?

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A luta feminista está a acontecer no Afeganistão. Mulheres que resistiram a quase tudo não desistem de conquistar o seu espaço.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)


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