Francisco Louçã, “Expresso” online
terça-feira, 31 de janeiro de 2023
FRASE DO DIA (1998)
VIVA A ESCOLA PÚBLICA UNIDA!
Protesto de
professores junto à Escola Júlio Dantas em Lagos. (via Manuela Goes)
A REALIDADE DE QUEM CUIDA SUPERA TODAS AS DECLARAÇÕES
Não podemos continuar a enfiar a cabeça na areia. As pessoas que cuidam
prestam um serviço não reconhecido, não remunerado e no limite das suas
capacidades. Esta tem de ser uma responsabilidade de todos nós. (Marisa Matias)
https://www.publico.pt/2036943
BRASIL DIANTE DE UMA TRAGÉDIA HUMANITÁRIA NA TERRA YANOMANI, RORAIMA
Na última semana, o #Fantástico entrou na Terra Yanomami, em Roraima,
cenário de uma tragédia humanitária. Os repórteres Sônia Bridi e Paulo Zero
acompanharam de perto a distribuição de remédios e alimentos - e mostram o
resgate de mulheres e crianças doentes. (via Fantástico – o Show da Vida)
Povo
indígena Yanomami vítima do descaso criminoso e da cobiça de
garimpeiros invasores. Tem de haver um severo castigo para os responsáveis por
este crime.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2023
EUTANÁSIA: A PEQUENA QUESTÃO…
A pequena questão que o Tribunal Constitucional levanta é
"surpreendente", porque se refere a uma única alínea, que será
facilmente resolvida pela Assembleia da República. O país quer consagrar na lei
o direito a morrer com dignidade.
José Manuel Pureza
FRASE DO DIA (1997)
Tiago Roque, “Público”
domingo, 29 de janeiro de 2023
28 JANEIRO, LISBOA: NOVA E GIGANTESCA MANIFESTAÇÃO DE PROFESSORES
O Governo
comete um tremendo erro se fizer orelhas moucas às atuais manifestações de
descontentamento por parte dos professores. É grave a situação que, neste
momento, se vive na escola pública.
HÁ MUITO QUE A SITUAÇÃO DE ENVELHECIMENTO DOS DOCENTES SE VEM AGRAVANDO
Portugal é o 2º país da UE com o Índice de envelhecimento dos docentes do
ensino básico e secundário mais elevado.
https://www.pordata.pt/.../%c3%8dndice+de+envelhecimento...
FRASE DO DIA (1996)
Graça Castanheira, “Público”
SOLIDARIEDADE COM LULA E COM A DEMOCRACIA
Os ataques contra a democracia no Brasil, de 8 de Janeiro de 2023, foram um
dos temas da agenda da mais recente sessão plenária do Parlamento Europeu.
A partir de Estrasburgo reafirmámos a maior solidariedade com o povo brasileiro,
com o presidente Lula e com a democracia.
Também deste lado do mar estamos prontos para ajudar a arrancar as raízes
do bolsonarismo e continuar a semear o alecrim. (Marisa Matias)
sábado, 28 de janeiro de 2023
MAIS CITAÇÕES (217)
(…)
Isso
acontecia, não por opções artísticas, mas por discriminação.
(…)
É
natural a revolta de quem é empurrado para a invisibilidade e, mais relevante,
para a falta de oportunidades.
(…)
Mas
subir a um palco a meio de uma peça é prepotência e censura.
(…)
Sou
solidário com a luta contra a transfobia e pelo direito à conquista do espaço
público.
(…)
Ao
contrário do que acontece na política, há irredutibilidade na criação.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
A
classificação e desclassificação de documentos tem regras, mas elas estão longe
de ser aplicadas. Existe uma cultura de ocultação corporativa.
(…)
A esta situação de fundo acrescenta-se uma legislação
europeia transcrita para Portugal sobre protecção de dados absolutamente
absurda e excessiva.
(…)
Não estão em causa os direitos de autor, menos protegidos do
que se pensa, mas a comercialização do passado.
(…)
Um
exemplo clássico no mundo partidário é a atitude do PCP em relação aos seus arquivos,
cujo acesso é muito restrito e discriminatório.
(…)
O PCP
criou uma história “oficial” e tem muita dificuldade em sair dela, o que
significa que tem de ocultar muita coisa.
(…)
[Há] igualmente incómodos na
história dos outros partidos, como seja, por exemplo, no PPD/PSD, o papel
fundamental que Sá Carneiro dava à entrada na Internacional Socialista.
(…)
A proposta do Bloco de abrir os documentos
militares do período da Guerra Colonial recebeu uma resposta péssima mas muito
significativa, com os votos contra do PS, PSD, Chega, a abstenção da Iniciativa
Liberal e os votos a favor do Bloco, PCP, PAN e Livre.
(…)
Todos
os que votaram contra desculparam-se, com excepção do Chega, que assumiu
claramente a sua posição de “combatente” de um dos lados da guerra.
(…)
As
desculpas são todas hipócritas, a começar pela abstenção da IL que acaba por
aceitar a forma tradicional da direita ver a guerra colonial como assunto tabu,
e escolheu o seu lado.
(…)
A Guerra Colonial tem uma autoria política, o colonialismo
rácico, com todos os colonialismos, da ditadura de Salazar e Caetano.
(…)
Porém,
uma das fontes de legitimidade do 25 de Abril, fundadora da nossa democracia, é
exactamente considerar essa guerra como injusta.
(…)
As razões dos votos contra são inaceitáveis e mais do lado
injusto da guerra do que do 25 de Abril.
(…)
Um
caso recente, a que já me referi inutilmente várias vezes, é o do registo que
deveria ter sido feito das relações do Governo português com a troika.
(…)
Esse
registo é importante historicamente para se saber que medidas foram iniciativa
própria do Governo Passos-Portas-Troika
e quais as exigidas pela troika.
(…)
Uma
das coisas que o dinheiro e poder podem pagar ou obrigar é ao segredo e à
discrição. E quem o tem usa-o – por isso, quanto mais se fala de transparência
mais se oculta.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
[Os
apoios concedidos às famílias em 2022, não foram] concebidos como verdadeiros
direitos, mas como doações fortuitas do Governo.
(…)
Tudo
se resumiu a decisões pontuais do Governo.
(…)
Todos
os apoios foram concedidos quase como liberalidades para serem depositados na
conta bancária pela Segurança Social.
(…)
Como
se a política de pobreza pudesse ser ditada ao sabor de esmolas fortuitas,
aleatoriamente decididas pelo Governo em função de folgas orçamentais.
(…)
Os
diplomas por meio dos quais se definem as condições de concessão destes apoios (…)
expõem a incongruência do tratamento jurídico do tema da pobreza em Portugal.
(…)
O
Estado ainda não desenvolveu uma perspetiva unitária e igualitária para lidar
com todas as situações de carência.
(…)
O
Estado nem sequer tem uma visão clara acerca do que é necessário fazer para
acabar com a pobreza.
(…)
Esta
generosidade do Governo apenas foi possível pela conjugação da inflação com a
insistência do mesmo em não baixar os impostos sobre o consumo.
(…)
Estes
apoios apenas foram possíveis porque o Governo andou em 2022 a viver acima das
nossas possibilidades.
(…)
O
Governo demonstrou preferência pela constituição de reservas para alguns “bodos
aos pobres” inconsequentes, ao invés de construir algo mais sólido e benéfico
para todos.
Maria d’Oliveira Martins, “Expresso” (sem link)
Toda a sociedade portuguesa e todos os sindicatos de
trabalhadores, de qualquer sector, são chamados a tomar posição sobre a decisão
ontem decretada – “serviços mínimos” – que aniquila o direito democrático à
greve e reforça socialmente a extrema-direita.
(…)
O mais grave é que nunca foram decretados serviços mínimos
desta natureza na educação pública na história da democracia portuguesa.
(…)
Agora vamos falar a sério entre adultos: nunca devia ter
havido qualquer serviço mínimo.
(…)
Engana-se quem pensa que [que este golpe de força] está
dirigido unicamente para os professores ou funcionários públicos. É contra o
país.
(…)
Em países e momentos de baixos salários o Estado, em vez de
ceder em direitos básicos, aumenta o nível de repressão política.
(…)
Democracia formal, com ditadura nos locais de trabalho, e
restrição de direitos na luta por direitos.
(…)
Sabemos por documentos oficiais e pela investigação
jornalística do Portal 74 que a extrema-direita tem força nos aparelhos
repressivos do Estado – PSP e GNR – os mesmos aparelhos usados para obstar as
greves.
(…)
[A nova extrema-direita em Portugal] nasceu do ventre do PSD
e CDS.
A invocação de crises serve para justificar políticas oportunistas que
vão sendo adotadas, com destaque para as que mais sacrifícios impõem aos
trabalhadores e aos povos.
(…)
Infelizmente, viveremos tempos de
emergências de variado tipo: altera-se a Constituição da República sempre que
for declarada uma?
(…)
O enfraquecimento dos poderes do
Parlamento, em regra, significa maior desproteção dos cidadãos.
(…)
Constitucionalistas consagrados, diversos
atores políticos e institucionais têm colocado fortes reservas a esta revisão
constitucional.
(…)
Falta análise fundamentada sobre o papel
da Constituição, a necessidade e oportunidade desta revisão, e o que se deve fazer
para diminuir violações de princípios e normas constitucionais.
PROFESSORES A CAMINHO DE LISBOA, HOJE
A luta vale sempre a pena quando a causa é
justa! (Via Celeste Santos)
sexta-feira, 27 de janeiro de 2023
CITAÇÕES
(…)
Ninguém melhor
contribui para esta lenta degradação do que o primeiro-ministro, que permite
tudo na expectativa de que o caso seguinte apague o anterior.
(…)
Não aplaudo que agentes
da justiça façam chamar “buscas” à recolha de atas de uma assembleia municipal.
(…)
Essas técnicas
alimentam a irritação dos magistrados que querem justiça e também as teorias de
conspiração.
(…)
Os problemas estão
mesmo no Governo. Do uso de 300 mil euros para pagar a renda de um pavilhão
inexistente em terreno inexistente só é responsável o autarca que foi escolhido
para braço direito de Costa na coordenação do Governo.
(…)
De uma deputada
portuguesa, secretária nacional do PS, ter ao mesmo tempo atuado como lobista
oficial da REN no Parlamento Europeu.
(…)
[Costa] antecipa que
outros membros do Governo serão arguidos em processos e está a prevenir o
prejuízo. Isto vai piorar.
(…)
Estava escrito: é assim
mesmo uma maioria absoluta.
(…)
É o sistema mais
instável e perigoso, pois revela imediatamente como funcionam estes partidos e
retira baias aos seus governantes.
(…)
Uma maioria absoluta
acha-se a palavra absoluta.
(…)
E a imposição
autoritária do empobrecimento.
(…)
Governo não quer
resolver o problema da educação, só cede nos escalões aos professores precários
por ser obrigado por Bruxelas.
(…)
[O Governo] resiste a
um SNS com carreiras profissionais dignas e basta-se com remendar os rombos que
vai criando.
(…)
[O Governo] destrói
qualquer política de habitação promovendo a especulação.
(…)
Ou seja, a maioria
absoluta, no discurso e na política, é um perigo.
(…)
[Onde há um problema, o
questionário que é uma farsa resolve], foi sempre tudo uma farsa para afogar em
moralismo a crise do dia anterior.
(…)
Assim, a maioria
absoluta já só se disfarça para deixar passar o tempo.
(…)
A maioria absoluta,
como tinha que ser, serviu para paralisar o país.
(…)
[Mas] o que há de novo
em 2023 é que o choque da realidade traz multidões para a rua.
Francisco
Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
Um
palco que custa mais de cinco
milhões de euros, por amor de Deus.
(…)
É muito dinheiro,
sobretudo para construir um palco que se destina à realização de um evento num
país que não é certamente rico e em que uma parte significativa da população
vive mal.
(…)
Esta
semana, Carlos Moedas afirmou que a responsabilidade pelo custo do
palco é da Igreja.
(…)
Mas
como pode ser responsabilidade da Igreja, se é o erário público a pagar?
(…)
[O
patriarcado] negou ter quaisquer responsabilidades na solução encontrada.
(…)
Também
informou que Marcelo
Rebelo de Sousa estava a par da situação, ao contrário do que o próprio
tinha avançado.
(…)
Existiu um primeiro
esboço, do anterior executivo camarário, que tinha um custo estimado de pouco
mais de um milhão de euros.
(…)
Ainda em maio do ano
passado, a CML tinha um projeto para o palco em questão com uma estimativa de
custos de três milhões.
(…)
Está tudo a postos.
Como já não há tempo para concursos, terá de ser mediante ajuste direto e assim
daremos início a mais uma construção megalómana.
(…)
As
pessoas não estão contentes com estes números e os políticos sacodem a água do
capote.
(…)
Arrisco dizer que este
Papa não seria favorável a um despesismo desta natureza num contexto em que
milhões de pessoas vivem dificuldades para pagar a renda, ou a prestação, da
casa, a fatura da eletricidade e a própria alimentação.
(…)
O
documento [“Evangelii Gaudium”] é o programa do Papa Francisco para a Igreja e foi o
próprio que o considerou assim.
(…)
Trata
de reformas dentro da Igreja e de mudanças na sociedade, capitalista e de
consumo, que o Papa critica duramente.
(…)
[Escreveu Jorge Mario Bergoglio
que] não
estamos aqui perante a habitual visão assistencialista aos pobres, mas sim
perante uma proposta revolucionária dirigida a todos os crentes: a de se
posicionarem ao lado dos pobres.
(…)
[O Papa vai pousar numa estrutura] cujo custo serviria para fazer
a diferença na vida de muitas pessoas e que representa o paradigma oposto
àquele que o mesmo defende.
Carmo
Afonso, “Público” (sem link)
A parcimónia veste muitos sinais e materializa-se em diversas
formas. Uma delas, na dimensão do exemplo.
(…)
O que está em causa no custo do palco [onde o Papa celebrará
a missa final da Jornada Mundial da Juventude] ultrapassa em muito o acessório:
funda-se no absurdo.
(…)
Não há argumento que sustente um despesismo deste tipo numa
estrutura funcional e (por mais que o neguem) não permanente, muito menos num
palco, lugar de nobreza e arte, trabalho e representação do Mundo.
(…)
Tal como está a ser encarado, [o altar-palco] é um bem
supérfluo ou de ostentação, a própria jóia da coroa que se sobrepõe ao título
e, que se sabe, a dimensão espiritual do Papa Francisco não permite usar.
(…)
Curiosamente, a Igreja Católica parece ser a menos culpada de
uma escolha que se reconduz a uma opção eminentemente política e económica.
(…)
Que se envolva, tanto quanto possa, na identificação de
contradições insanáveis entre o exemplo e a demonstração.
[Em pleno século XXI], o grande exército dos negacionistas de
tudo (de Darwin a Galileu, dos factos à democracia) inventou no século XXI a
“morte súbita” como orgasmo argumentativo para a sua sanha contra as vacinas.
(…)
Segundo os rumorejar
das redes sociais, a morte súbita de gente mais ou menos jovem sem problemas de
saúde seria em resultado das vacinas contra a covid.
(…)
São tantos os arautos
das conspirações, messias só de nome, que houve até um que chegou a Presidente
no Brasil para combater a invasão comunista que ele próprio inventou.
(…)
Não viesse um ressuscitado
cefalópode político [leia-se Lula da Silva] para o tirar do cargo e quem teria
morrido era a democracia brasileira: subitamente e com estrondo.
António
Rodrigues, “Público” (sem link)