sábado, 28 de janeiro de 2023

MAIS CITAÇÕES (217)

 
Tenho, no entanto, de reconhecer que já é raro um homem representar o papel de mulher e um branco representar o papel de um negro.

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Isso acontecia, não por opções artísticas, mas por discriminação.

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É natural a revolta de quem é empurrado para a invisibilidade e, mais relevante, para a falta de oportunidades.

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Mas subir a um palco a meio de uma peça é prepotência e censura. 

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Sou solidário com a luta contra a transfobia e pelo direito à conquista do espaço público.

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Ao contrário do que acontece na política, há irredutibilidade na criação.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A classificação e desclassificação de documentos tem regras, mas elas estão longe de ser aplicadas. Existe uma cultura de ocultação corporativa.

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A esta situação de fundo acrescenta-se uma legislação europeia transcrita para Portugal sobre protecção de dados absolutamente absurda e excessiva.

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Não estão em causa os direitos de autor, menos protegidos do que se pensa, mas a comercialização do passado.

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Um exemplo clássico no mundo partidário é a atitude do PCP em relação aos seus arquivos, cujo acesso é muito restrito e discriminatório.

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O PCP criou uma história “oficial” e tem muita dificuldade em sair dela, o que significa que tem de ocultar muita coisa.

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[Há] igualmente incómodos na história dos outros partidos, como seja, por exemplo, no PPD/PSD, o papel fundamental que Sá Carneiro dava à entrada na Internacional Socialista.

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A proposta do Bloco de abrir os documentos militares do período da Guerra Colonial recebeu uma resposta péssima mas muito significativa, com os votos contra do PS, PSD, Chega, a abstenção da Iniciativa Liberal e os votos a favor do Bloco, PCP, PAN e Livre.

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Todos os que votaram contra desculparam-se, com excepção do Chega, que assumiu claramente a sua posição de “combatente” de um dos lados da guerra.

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As desculpas são todas hipócritas, a começar pela abstenção da IL que acaba por aceitar a forma tradicional da direita ver a guerra colonial como assunto tabu, e escolheu o seu lado.

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A Guerra Colonial tem uma autoria política, o colonialismo rácico, com todos os colonialismos, da ditadura de Salazar e Caetano.

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Porém, uma das fontes de legitimidade do 25 de Abril, fundadora da nossa democracia, é exactamente considerar essa guerra como injusta.

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As razões dos votos contra são inaceitáveis e mais do lado injusto da guerra do que do 25 de Abril.

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Um caso recente, a que já me referi inutilmente várias vezes, é o do registo que deveria ter sido feito das relações do Governo português com a troika.

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Esse registo é importante historicamente para se saber que medidas foram iniciativa própria do Governo Passos-Portas-Troika e quais as exigidas pela troika.

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Uma das coisas que o dinheiro e poder podem pagar ou obrigar é ao segredo e à discrição. E quem o tem usa-o – por isso, quanto mais se fala de transparência mais se oculta.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

[Os apoios concedidos às famílias em 2022, não foram] concebidos como verdadeiros direitos, mas como doações fortuitas do Governo.

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Tudo se resumiu a decisões pontuais do Governo.

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Todos os apoios foram concedidos quase como liberalidades para serem depositados na conta bancária pela Segurança Social.

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Como se a política de pobreza pudesse ser ditada ao sabor de esmolas fortuitas, aleatoriamente decididas pelo Governo em função de folgas orçamentais.

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Os diplomas por meio dos quais se definem as condições de concessão destes apoios (…) expõem a incongruência do tratamento jurídico do tema da pobreza em Portugal.

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O Estado ainda não desenvolveu uma perspetiva unitária e igualitária para lidar com todas as situações de carência. 

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O Estado nem sequer tem uma visão clara acerca do que é necessário fazer para acabar com a pobreza.

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Esta generosidade do Governo apenas foi possível pela conjugação da inflação com a insistência do mesmo em não baixar os impostos sobre o consumo.

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Estes apoios apenas foram possíveis porque o Governo andou em 2022 a viver acima das nossas possibilidades.

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O Governo demonstrou preferência pela constituição de reservas para alguns “bodos aos pobres” inconsequentes, ao invés de construir algo mais sólido e benéfico para todos.

Maria d’Oliveira Martins, “Expresso” (sem link)

 

Toda a sociedade portuguesa e todos os sindicatos de trabalhadores, de qualquer sector, são chamados a tomar posição sobre a decisão ontem decretada – “serviços mínimos” – que aniquila o direito democrático à greve e reforça socialmente a extrema-direita.

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O mais grave é que nunca foram decretados serviços mínimos desta natureza na educação pública na história da democracia portuguesa.

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Agora vamos falar a sério entre adultos: nunca devia ter havido qualquer serviço mínimo.

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Engana-se quem pensa que [que este golpe de força] está dirigido unicamente para os professores ou funcionários públicos. É contra o país.

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Em países e momentos de baixos salários o Estado, em vez de ceder em direitos básicos, aumenta o nível de repressão política.

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Democracia formal, com ditadura nos locais de trabalho, e restrição de direitos na luta por direitos.

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Sabemos por documentos oficiais e pela investigação jornalística do Portal 74 que a extrema-direita tem força nos aparelhos repressivos do Estado – PSP e GNR – os mesmos aparelhos usados para obstar as greves. 

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[A nova extrema-direita em Portugal] nasceu do ventre do PSD e CDS.

Raquel Varela, Jornal i

 

A invocação de crises serve para justificar políticas oportunistas que vão sendo adotadas, com destaque para as que mais sacrifícios impõem aos trabalhadores e aos povos. 

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Infelizmente, viveremos tempos de emergências de variado tipo: altera-se a Constituição da República sempre que for declarada uma?

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O enfraquecimento dos poderes do Parlamento, em regra, significa maior desproteção dos cidadãos.

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Constitucionalistas consagrados, diversos atores políticos e institucionais têm colocado fortes reservas a esta revisão constitucional.

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Falta análise fundamentada sobre o papel da Constituição, a necessidade e oportunidade desta revisão, e o que se deve fazer para diminuir violações de princípios e normas constitucionais.

Carvalho da Silva, JN


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