sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

CITAÇÕES

 [Os cenaristas e os que comentam como se fosse a sério] têm uma agenda que nada espera dessas imaginárias eleições e só aposta na pantanização.

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Ninguém melhor contribui para esta lenta degradação do que o primeiro-ministro, que permite tudo na expectativa de que o caso seguinte apague o anterior.

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Não aplaudo que agentes da justiça façam chamar “buscas” à recolha de atas de uma assembleia municipal.

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Essas técnicas alimentam a irritação dos magistrados que querem justiça e também as teorias de conspiração.

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Os problemas estão mesmo no Governo. Do uso de 300 mil euros para pagar a renda de um pavilhão inexistente em terreno inexistente só é responsável o autarca que foi escolhido para braço direito de Costa na coordenação do Governo. 

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De uma deputada portuguesa, secretária nacional do PS, ter ao mesmo tempo atuado como lobista oficial da REN no Parlamento Europeu.

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[Costa] antecipa que outros membros do Governo serão arguidos em processos e está a prevenir o prejuízo. Isto vai piorar.

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Estava escrito: é assim mesmo uma maioria absoluta.

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É o sistema mais instável e perigoso, pois revela imediatamente como funcionam estes partidos e retira baias aos seus governantes.

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Uma maioria absoluta acha-se a palavra absoluta.

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E a imposição autoritária do empobrecimento.

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Governo não quer resolver o problema da educação, só cede nos escalões aos professores precários por ser obrigado por Bruxelas.

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[O Governo] resiste a um SNS com carreiras profissionais dignas e basta-se com remendar os rombos que vai criando.

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[O Governo] destrói qualquer política de habitação promovendo a especulação. 

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Ou seja, a maioria absoluta, no discurso e na política, é um perigo.

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[Onde há um problema, o questionário que é uma farsa resolve], foi sempre tudo uma farsa para afogar em moralismo a crise do dia anterior.

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Assim, a maioria absoluta já só se disfarça para deixar passar o tempo.

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A maioria absoluta, como tinha que ser, serviu para paralisar o país. 

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[Mas] o que há de novo em 2023 é que o choque da realidade traz multidões para a rua.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

Um palco que custa mais de cinco milhões de euros, por amor de Deus.

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É muito dinheiro, sobretudo para construir um palco que se destina à realização de um evento num país que não é certamente rico e em que uma parte significativa da população vive mal.

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Esta semana, Carlos Moedas afirmou que a responsabilidade pelo custo do palco é da Igreja.

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Mas como pode ser responsabilidade da Igreja, se é o erário público a pagar? 

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[O patriarcado] negou ter quaisquer responsabilidades na solução encontrada.

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Também informou que Marcelo Rebelo de Sousa estava a par da situação, ao contrário do que o próprio tinha avançado.

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Existiu um primeiro esboço, do anterior executivo camarário, que tinha um custo estimado de pouco mais de um milhão de euros.

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Ainda em maio do ano passado, a CML tinha um projeto para o palco em questão com uma estimativa de custos de três milhões.

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Está tudo a postos. Como já não há tempo para concursos, terá de ser mediante ajuste direto e assim daremos início a mais uma construção megalómana.

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As pessoas não estão contentes com estes números e os políticos sacodem a água do capote. 

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Arrisco dizer que este Papa não seria favorável a um despesismo desta natureza num contexto em que milhões de pessoas vivem dificuldades para pagar a renda, ou a prestação, da casa, a fatura da eletricidade e a própria alimentação.

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O documento [Evangelii Gaudium] é o programa do Papa Francisco para a Igreja e foi o próprio que o considerou assim. 

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Trata de reformas dentro da Igreja e de mudanças na sociedade, capitalista e de consumo, que o Papa critica duramente.

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[Escreveu Jorge Mario Bergoglio que] não estamos aqui perante a habitual visão assistencialista aos pobres, mas sim perante uma proposta revolucionária dirigida a todos os crentes: a de se posicionarem ao lado dos pobres.

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[O Papa vai pousar numa estrutura] cujo custo serviria para fazer a diferença na vida de muitas pessoas e que representa o paradigma oposto àquele que o mesmo defende.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

A parcimónia veste muitos sinais e materializa-se em diversas formas. Uma delas, na dimensão do exemplo.

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O que está em causa no custo do palco [onde o Papa celebrará a missa final da Jornada Mundial da Juventude] ultrapassa em muito o acessório: funda-se no absurdo.

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Não há argumento que sustente um despesismo deste tipo numa estrutura funcional e (por mais que o neguem) não permanente, muito menos num palco, lugar de nobreza e arte, trabalho e representação do Mundo.

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Tal como está a ser encarado, [o altar-palco] é um bem supérfluo ou de ostentação, a própria jóia da coroa que se sobrepõe ao título e, que se sabe, a dimensão espiritual do Papa Francisco não permite usar.

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Curiosamente, a Igreja Católica parece ser a menos culpada de uma escolha que se reconduz a uma opção eminentemente política e económica.

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Que se envolva, tanto quanto possa, na identificação de contradições insanáveis entre o exemplo e a demonstração.

Miguel Guedes, JN

 

[Em pleno século XXI], o grande exército dos negacionistas de tudo (de Darwin a Galileu, dos factos à democracia) inventou no século XXI a “morte súbita” como orgasmo argumentativo para a sua sanha contra as vacinas.

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Segundo os rumorejar das redes sociais, a morte súbita de gente mais ou menos jovem sem problemas de saúde seria em resultado das vacinas contra a covid.

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São tantos os arautos das conspirações, messias só de nome, que houve até um que chegou a Presidente no Brasil para combater a invasão comunista que ele próprio inventou.

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Não viesse um ressuscitado cefalópode político [leia-se Lula da Silva] para o tirar do cargo e quem teria morrido era a democracia brasileira: subitamente e com estrondo.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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