quarta-feira, 7 de agosto de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (115)

 
[Para a maioria dos governos europeus] o mandato de Donald Trump terá constituído um ataque continuado contra a “ordem internacional fundada em regras”, construída após a Segunda Guerra Mundial.

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Um olhar atento sobre os factos mostra como governos que se inflamam na defesa retórica da ordem internacional fundada em regras frequentemente violam as regras mais elementares dessa ordem.

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Vejam o que se está a passar com o Sara Ocidental.

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Em fins de 2020, a Administração Trump declarou reconhecer a soberania do ocupante marroquino sobre aquele território, violando flagrantemente as regras básicas do direito internacional.

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Dois anos depois, o Governo de Madrid decidiu seguir os passos de Trump.

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A regra elementar do direito dos povos à autodeterminação foi flagrantemente preterida pelas conveniências do jogo político e da diplomacia dos negócios.

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Dois anos mais e temos agora Macron a imitar Sánchez.

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Defesa inflamada no caso da Ucrânia, silêncio cúmplice no caso da Palestina, alinhamento com o trumpismo no caso do Sara Ocidental.

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O Sara Ocidental é a última colónia que ainda não alcançou a sua liberdade e o único caminho para cumprir as regras básicas do direito internacional é levar a cabo um referendo de autodeterminação.

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Vai o Governo português defender coerentemente a ordem internacional fundada em regras ou vai afinar pelo diapasão trumpista de Madrid e de Paris?

José Manuel Pureza, “Público” (sem link)

 

Joe Biden será, possivelmente, o presidente dos E.U.A. que mais dissabores acumulou num curto espaço de tempo.

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A sua saída de cena vai deixar um país e o mundo muito mais perigosos para viver, onde o espetro da catástrofe espreita no horizonte.

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A sua vergonhosa retirada da corrida presidencial a um segundo mandato (…) foi fruto das enormes pressões por parte da elite de alto escalão e de doadores proeminentes do Partido Democrata.

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Joe Biden assistiu no início do seu mandato, sem nada poder fazer, a uma das maiores derrotas política, militar e ideológica do império que tutelava. A queda de Cabul para os obscurantistas talibãs, em 15 de agosto de 2021.

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A velocidade com que os talibãs ocuparam o país foi impressionante, conduzindo ao colapso em poucos dias do exército afegão.

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Nenhum dos objetivos “libertadores” anunciados pelos EUA com a invasão do Afeganistão foram cumpridos: liberdade e democracia, direitos iguais para as mulheres e destruição dos talibãs.

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Desde 2001 o número de soldados norte-americanos que lutaram no Afeganistão ascendeu a 775.000.

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O número de refugiados situou-se nos 2,7 milhões, enquanto que 4 milhões tiveram de se deslocar internamente.

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Os gastos com a invasão e ocupação do Afeganistão foram colossais, atingindo 2.226 milhões de dólares segundo o Projeto Custo de Guerra. 

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Putin deu início, em fevereiro de 2022, à invasão ilegal e criminosa da Ucrânia.

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Os EUA e a NATO aproveitaram o acontecimento para se refazerem da derrota sofrida no Afeganistão e para se reforçarem. 

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Passaram a apostar numa derrota estratégica da Federação Russa, sem importar o preço a pagar. 

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Joe Biden assumiu-se como o timoneiro desta frente guerreira a caminho do Armagedão, o que ainda não foi afastado.

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Um dos legados de Joe Biden é deixar um mundo mais perigoso, incluindo o reforço da extrema-direita, em particular na Europa.

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O outro legado de Joe Biden – dramático, terrível e bárbaro – tem a ver com o que se passa no Médio Oriente, mais propriamente nas terras da Palestina. 

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O objetivo [do estado criminoso de Israel] é o extermínio da população de Gaza (e depois de toda a Palestina) visando a criação de um super-Estado sionista.

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O apoio e incentivo [de Biden] tem sido total e continuou a fornecer a Israel todo o tipo de armamento.

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[Os governos europeus] são co-responsáveis e têm as mãos sujas de sangue, tal como Biden e o governo dos EUA, pela tragédia que se vive em Gaza.

João Vasconcelos Esquerda.net

 

A atual crise das urgências obstétricas vinca no espaço público uma forte pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que não é nova.

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Acompanhando esta desqualificação simbólica do SNS, assiste-se, em paralelo, a um crescimento exponencial dos seguros de saúde. 

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Adivinha-se a contração do SNS até ao ponto de se tornar um sistema de saúde apenas para indigentes.

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[Há que] defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS), provavelmente a mais extraordinária instituição pública que, sem o 25 de abril de 1974, não teria sido criada.

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O SNS tem de ser protegido das forças mercantis que, direta e indiretamente, propulsionam a sua conversão numa “oferta de práticas clínicas limitada para indigentes”.

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Há gente que resiste de dentro do sistema a esta doce revolução mercantil.

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Resistamos também de fora, procurando-o quando precisamos, em vez de investirmos em seguros de saúde que subordinam a saúde pública a interesses privados de grandes grupos económicos.

João Sedas Nunes, “Público” (sem link)


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