(…)
O primeiro-ministro (PM), tendo por objetivo
defender-se da acusação de que o custo previsto de 1500 milhões de euros, para
efetivar as suas propostas de política fiscal, irá beneficiar sobretudo as
grandes empresas, e da fezada de que a descida gradual da taxa de IRC aumentará
o investimento, teve afirmações e omissões que exigem atenção.
(…)
Montenegro devia ter informado que, do total
das empresas com faturação declarada (mesmo nula), grande parte não paga IRC.
(…)
E podia ter acrescentado que, nesse ano, cerca
de 36% das grandes empresas (422 em 1176 empresas) também não pagaram.
(…)
A descida do IRC de 21% para 15% (projetada até
ao fim da legislatura) entregará às grandes empresas a parte de leão do seu
efeito.
(…)
Dar mais lucros às atividades financeira e
imobiliária e à grande distribuição vai beneficiar a industrialização ou a
atividade das PME?
(…)
O neoliberalismo vem desarticulando os
contratos laborais, acantonando as pessoas no individualismo e impingindo a
ideia de que deve ser o mercado a definir a repartição do rendimento.
Esta semana a Air New Zealand tornou-se na
primeira grande companhia aérea a abandonar as metas de descarbornização para
2030.
(…)
Em causa estão as metas de redução de 29% das
emissões até 2030 e de emissões líquidas nulas até 2050.
(…)
Tendo
em conta os argumentos apresentados pela companhia aérea neozelandesa, teme-se
que este seja a primeira de muitas a vir a público anunciar nos próximos meses
o baixar das expectativas quanto à sua pegada ecológica.
(…)
Ir de avião tem um impacto negativo como
nenhuma outra forma de viajar.
(…)
Em 2023, as emissões poluentes causadas pela
aviação comercial na União Europeia aumentaram 10% em relação a 2022.
(…)
Como este ano se espera novamente bater o
recorde de passageiro aéreos, as emissões seguirão em alta.
António Rodrigues, “Público”
(sem link)
Ou por
incúria, indiferença ou malvadez não se preocupam com a suja pegada com que
caminham pelo planeta, nem com o aumento da temperatura ou a subida do nível
das águas.
(…)
Segundo
a Oxfam, entre 1990 e 2019, as emissões poluentes dos mais ricos equivalem a
eliminar todo o milho colhido no espaço da União Europeia em 2022 ou todo o
trigo que os agricultores dos EUA apanharam ou todo o arroz do Bangladesh ou
toda a soja da China.
(…)
No
entanto, em nenhum sector se demonstra a diferença da contribuição dos mais
ricos para destruir o planeta que na aviação.
(…)
Uma elite de passageiros frequentes acumula
milhas de voo enquanto contribui para o aquecimento global.
(…)
São esses multimilionários que vêm alimentando
os partidos e os candidatos anti-sistema.
(…)
Timothy Mellon, um herdeiro dos
caminhos-de-ferro (…) já doou 220 milhões a candidatos e comités
políticos, quase todos de direita ou de extrema-direita (desde 2020).
Não será com certeza pelo bem do povo ou do
planeta.
António Rodrigues, “Público”
(sem link)
Os
países membros do G20, reunidos no Rio de Janeiro na última semana de Julho
deste ano, emitiram pela primeira vez uma Declaração
sobre Cooperação Fiscal Internacional, na qual vêm salientar a relevância
deste instrumento.
(…)
Este
ano, a principal prioridade da presidência brasileira do G20 tem sido abordar a
questão da desigualdade à qual a política fiscal não pode ser alheia.
(…)
[Num
texto também se] reafirma também o compromisso do G20 com a transparência
fiscal e a promoção do diálogo sobre uma tributação justa e progressiva.
(…)
A
tributação progressiva é uma das principais ferramentas para reduzir as
desigualdades internas, fortalecer a sustentabilidade fiscal, facilitar a
consolidação orçamental, promover uma economia forte, sustentável e o Crescimento
Equilibrado e Inclusivo (SSBIG) e facilitar a consecução dos Objectivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS).
(…)
É dada
especial relevância ao facto de que todos os contribuintes, incluindo
indivíduos com património líquido muito elevado, contribuam com a sua parte
justa nos impostos.
(…)
[O G20] procurará colaborar de forma
cooperativa para garantir que indivíduos com património líquido ultra-elevado
sejam efectivamente tributados.
(…)
Sublinha-se
a relevância dos trabalhos sobre a implementação do Pilar Dois do exercício
BEPS com a adopção de uma taxa efectiva de tributação
mínima de 15% para as grandes multinacionais
Clotilde Celorico Palma, “Público” (sem link)
A acelerada e visível degradação do sistema
político de Washington só pode causar preocupação, sobretudo para quem conheça,
sem ficar preso a preconceitos, a história constitucional dos EUA.
(…)
Hoje, a autofagia que reina nas instituições
dos EUA pode contribuir para precipitar um conflito de proporções inauditas,
num prazo de meses ou anos.
(…)
A saída de Biden da corrida presidencial tem
todos os contornos de um golpe palaciano.
(…)
Na verdade, não é difícil deslindar o negócio
que lhe terá sido oferecido: apoiar a candidatura presidencial de Kamala, em
troca da não-declaração da sua incapacidade para o cargo, à luz do 25.º
aditamento constitucional.
(…)
Como foi possível que o Partido Democrata
tivesse ocultado os sintomas, visíveis há anos, da falência mental de Biden?
(…)
O líder do genocídio, em curso em Gaza, [Netanyahu,
perante as duas câmaras do Congresso] falou como se fosse presidente dos
EUA em tempo de guerra.
(…)
Nas circunstâncias atuais, em caso de escalada
bélica no Médio Oriente, o poderio militar dos EUA ficará às ordens de
Netanyahu.
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