sábado, 10 de agosto de 2024

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A Associação Para os Direitos Civis em Israel levara já uma petição ao Supremo Tribunal de Justiça para fechar Sde Teiman [base no deserto do Negev, a cerca de 30 quilómetros de Gaza, para onde foram levados cerca de 1400 palestinianos presos sem culpa formada].

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Na quarta-feira, o Supremo tentou discuti-la e uma nova turba perturbou a sessão com protestos. Ben-Gvir protestou nas redes.

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[Sde Teiman é desde 7 de outubro] “centro de detenção”, comparado a Guantánamo por quem de lá saía.

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Em Maio-Junho, relatos de tortura chegaram à CNN e ao The New York Times.

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No fim de Julho, a polícia israelita foi lá buscar nove soldados reservistas, suspeitos de violarem um palestiniano.

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Uma turba de israelitas disparou para Sde Teiman, trepando vedações, empurrando guardas. Talvez a primeira invasão do mundo pelo direito inalienável a violar.

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O mesmo direito que, por sua vez, o deputado Milwidsky (do Likud de Netanyahu) defendia inflamado no parlamento

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Quatro reservistas foram libertados pouco depois. Dos cinco que continuam detidos, dois são suspeitos do mais grave. Passaram pelo polígrafo, deu que mentiam ao negar a violação.

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Terça-feira passada, o Canal 12 da TV israelita revelou um curto vídeo de Sde Teiman com o relato sobre a violação.

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A Associação Para os Direitos Civis em Israel levara já uma petição ao Supremo Tribunal de Justiça para fechar Sde Teiman. Na quarta-feira, o Supremo tentou discuti-la e uma nova turba perturbou a sessão com protestos. Ben-Gvir protestou nas redes.

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Havia dois dias já que a B’Tselem (a mais famosa organização de direitos humanos em Israel) publicara um relatório de 118 páginas, com vídeos, intitulado: “Bem-vindos ao inferno — o sistema prisional israelita como uma rede de campos de tortura.”

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Não só soldados homens. Soldadas que sodomizam detidos e chamam “putas” a palestinianas forçadas a deixar os filhos. Algumas a amamentar. Qual democracia?

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[Provavelmente não há] qualquer família palestiniana que não tenha tido alguém numa prisão de Israel.

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pelo menos 60 palestinianos morreram detidos, de tortura ou negligência, desde 7 de Outubro, muitíssimo mais do que em anos de Guantánamo. Detidos, às vezes, por causa de um post de Facebook.

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Este relatório é uma carta terrível de Israel sobre Israel. Tão terrível que já não pede nem espera resposta de Israel. Pede e espera resposta do mundo: que ponha fim a isto.

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No momento em que este relatório — apelo — carta — chega ao mundo, mais de 9000 palestinianos continuam “prisioneiros de segurança” numa “rede de campos de tortura”, diz a B’Tselem.

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Nunca o horror humano foi tão documentado em tempo real.

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Cada dia em que a Europa não faz nada, mais se afunda - António Costa: também é consigo. Com o Governo português.

Alexandra Lucas Coelho, “Público” (sem link)

 

[As burlas] são já “as grandes responsáveis pelo aumento da criminalidade geral denunciada em 2023”. 

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Hoje, temos a exaltação da vida em sociedade reduzida a um jogo entre indivíduos em que vale tudo para “vencer” - o Homem como ser social é esquecido. 

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O fundamental da vida económica, sustentado na financeirização e em movimentos globais livres, parece organizar-se em nenhures 

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E, em nenhures, as relações sociais são relações entre fantasmas.

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A apropriação indevida da riqueza feita de forma “legal” tem crescido exponencialmente. 

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O digital constitui-se importante instrumento neste processo.

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O comum dos cidadãos está a ser “burlado” em muitas dimensões da sua atividade, da sua vida.

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Entretanto, estamos numa descoincidência entre o espaço da vigência das leis e dos sistemas de regulação e o espaço em que atuamos e vivemos.

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No mundo do trabalho o digital veio criar relações laborais que também ocorrem em nenhures.

Carvalho da Silva, JN

 

A guerra aguardada no grande Médio Oriente, imposta por Telavive (o aliado dependente) a Washington (a superpotência), desafia todos os fundamentos da teoria das grandes potências. 

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[A] grelha [central consiste na generalização da bipolaridade Esparta-Atenas, na Grécia Antiga] de leitura permitiria prever a quase inevitabilidade de uma guerra, em particular, entre os EUA (potência dominante) e a China (potência desafiante).

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O verdadeiro poderio norte-americano não coincide com o período posterior ao desmembramento da URSS (1991), mas ocorreu sim na década posterior à II Guerra Mundial.

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Nessa altura, os EUA detinham cerca de metade do PIB mundial, o exclusivo da arma atómica (até 1949), uma capacidade de construção das infraestruturas institucionais (ONU, FMI, Banco Mundial) que iriam garantir a sua natureza híbrida de “República Imperial.

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O exercício da dominação norte-americana não consistia (apenas) no uso da violência bélica, mas na capacidade de, através de iniciativas como o Plano Marshall, produzir bens públicos acessíveis aos povos que aderiam à sua esfera de influência.

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Os BRICS são a prova deste tempo multipolar, percorrido por profundas e numerosas clivagens.

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Hoje, quem atrai aliados através de bens públicos, expressos na estratégia da Nova Rota da Seda, é a China.

Viriato Soromenho Marques, DN

 

A manipulação mediática a que se tem dedicado [a ministra da Saúde] e o estado em que se encontra o serviço público leva os médicos a exigir uma ministra que sirva ao SNS.

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Os médicos continuam a faltar no SNS devido à inflexibilidade de Ana Paula Martins (APM) em negociar soluções para os fixar.

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No seu invés, somos sujeitos a medidas que destroem o SNS e colocam a segurança dos utentes em risco.

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Quase meio ano depois de tomar posse, A.P.M. sabe que qualquer tragédia que venha a acontecer é da sua inteira responsabilidade.

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Assistimos ainda ao recurso sistemático à prestação de serviço e ao trabalho suplementar com equipas esgotadas e em mínimos.

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Os médicos continuam a sair do SNS para o sector privado e estrangeiro, pois somos dos mais mal pagos da Europa e com condições de trabalho degradadas.

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A Federação Nacional dos Médicos apresentou soluções para garantir mais médicos no SNS, mas ­A.P.M. faz de conta que negoceia e empurra de forma irresponsável a revisão salarial para 2025.

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Sem soluções, a FNAM será obrigada a endurecer a luta por salários justos e condições de trabalho dignas para os 31 mil médicos do SNS.

Joana Bordalo e Sá, “Expresso” (sem link)


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