quarta-feira, 31 de agosto de 2022

CITAÇÕES À QUARTA (18)

 Durante a pandemia, o SNS demonstrou ser a única verdadeira resposta de saúde pública

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Mas [o SNS] foi de tal forma posto à prova que todas as suas fragilidades vieram ao de cima. 

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As empresas que fornecem estes serviços [externos], muitas delas criadas por médicos saídos do SNS, tendem a falhar quando todo o sistema passa a depender delas. 

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É preciso dar autonomia para os hospitais contratarem e aumentar de forma permanente e muito substancial os médicos que escolham a exclusividade.

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Deixar o SNS morrer porque reforça-lo (e à escola pública, e à segurança social) é “preconceito ideológico”.

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A demissão de Marta Temido, num sistema que está a demonstrar brutais insuficiências, acaba por acontecer num caso em que ele até não falhou

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Falhas é quando a rede não pode responder. Não era o caso.

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Seja como for, no que dependia do sistema, tudo esteve preparado. 

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Mas quem tem memória há de se lembrar dos nascimentos em ambulâncias que deixaram de ser notícia no dia em que um ministro contestado caiu. 

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Se há área onde se movem interesses poderosos e muito dinheiro é esta. 

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O seu pecado, e é por causa dele que a sua demissão era inevitável, foi não ter aproveitado a força política que ganhou durante a pandemia.

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Marta Temido deixou-se inebriar pelo galanteio politicamente vazio de António Costa.

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[Marta Temido] não fez o mais urgente: exigir, depois da brutal pressão da pandemia, apoios absolutamente excecionais para a recuperação de um sistema que já acumulara dificuldades.

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Os agradecimentos de vários dirigentes do PS pelos serviços prestados, sem uma critica à falta de apoio dos últimos meses, são de um cinismo revoltante. 

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[O substituto] sobreviverá se ceder sempre a quem tenha poder de pressão. 

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Foi Costa que criou condições para esta demissão.

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Ambos [PCP d Bloco] avisaram que depois da Covid o sistema iria colapsar.

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Mas o tempo deu razão aos dois partidos: de nada serve abrir vagas para mais médicos que inevitavelmente ficariam vazias. 

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Marta Temido foi um cordeiro sacrificial e o isolamento para a queda seguiu o padrão habitual de Costa.

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Só a cedência a esses interesses [de sempre] compra a paz junto dos lóbis privado e corporativo mais fortes neste país.

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António Costa só quer poucas ondas.

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Estes quatro anos são para preparar outros voos. Os seus. O resto vai-se gerindo. Sem lealdades, como exigem os grandes voos.

Daniel Oliveira, “Expresso” online (sem link)

 

São as políticas que aplicam [o conhecimento] que promovem essa dignidade [à vida].

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É a utilização que dele [conhecimento] se faz que promove justiça ou desigualdade, bem-estar ou indignação, harmonia ou conflito.

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A secretária de Estado Patrícia Gaspar invocou um algoritmo para concluir que a Serra da Estrela devia ter ardido mais.

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Em segunda versão cheia de incongruências, [João Costa] adoçou o disparate inicial, sem que tenha deixado de corporizar mais um menoscabo pelo ensino do Português.

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A carência [de professores] não deve abrir portas à diminuição da exigência, porque existem formas de a superar sem baixar a qualidade da docência.

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Estamos a assistir ao gradual esboroar da qualidade do sistema de ensino.

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Estamos a pagar o preço de reformas que não se fizeram e de estratégias mal pensadas.

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Os próprios sindicatos assemelham-se a laboratórios de conformismo.

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Muitos [professores] estão desesperançados e saber como reagrupá-los para operar a mudança é o desafio do momento.

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A decidir, temos um ministro insuportavelmente doutrinário do ponto de vista pedagógico.

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Um ministro perito em ignorar a realidade para criar expectativas, cujo conceito de inclusão foi criar uma escola de exigências mínimas, obrigatória para todos, aprendam ou não.

Santana Castilho, “Público” (sem link)

 

[Marta Temido] foi amplamente aplaudida durante a pandemia e chegou a ser considerada uma potencial sucessora de António Costa

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A sua popularidade atingiu um pico — linguagem de pandemia  que vimos ser prontamente capitalizado pelo PS.

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Depois da tempestade costuma vir a bonança, mas é um clássico que quem tem habilidade para brilhar durante a tempestade não tem talento para a bonança.

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A pasta da saúde, no regresso à normalidade, revelou-se uma verdadeira granada.

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Pela oposição à esquerda, foi vista como não tendo força para impor a sua vontade às limitações orçamentais de António Costa e sobretudo à visão ideológica de um PS liberal.

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Num governo de maioria absoluta, não foi certamente a direita e também não foi a oposição à esquerda que a fizeram cair.

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Morreu uma grávida.

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Mas será que esta morte se deveu a uma falha do sistema e, por isso, a uma falha atribuível a Marta Temido?

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Houve um problema, e que terminou numa tragédia, mas ele não parece resultar de uma falha do SNS enquanto sistema.

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Também neste final ninguém terá sentido a mão do primeiro-ministro a segurar Marta Temido. 

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[Marta Temido] apresentou demissão na sequência de um caso, relativamente ao qual não tem “culpa”.

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O tratamento jornalístico que deverá ser dado a estes factos é outra coisa: é obrigatório que, nesse âmbito, se investigue a morte da mulher grávida.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)


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