sábado, 8 de julho de 2023

MAIS CITAÇÕES (239)

 
É impossível compreender o que aconteceu em França se pensarmos que as personagens desta tragédia vivem no mesmo lugar.

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[Uma das partes] vive num país onde, depois de a lei sobre uso de armas pela polícia ter sido alterada, são mortos quase 40 cidadãos por ano.

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Só no ano passado houve 13 abatidos em operações stop.

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A maioria negros e magrebinos.

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A polícia francesa mata anualmente 5,5 pessoas por 10 milhões de habitantes. 

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Os Países Baixos 2,7, a Alemanha 1,3, Portugal 1. Os EUA, claro, 30.

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Há uma lei para a maioria, com regras e direitos. E há uma pistola apontada a um miúdo de 17 anos, pronta a disparar uma sentença de morte.

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A França angariou quatro vezes mais dinheiro para ajudar o polícia homicida do que para ajudar a família do adolescente morto.

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Com a extrema-direita infiltrada, a polícia é a única interlocutora que a República quer ter com a racaille (“escumalha”).

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Uma paz sem justiça equivale à tranquilidade superficial dos privilegiados que, como aconteceu agora, explode ao primeiro percalço.

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Porque a justiça não é a generalização do medo que os motins alimentam.

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Os motins são a autodestrui­ção da revolta por falta de direção.

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Sabendo que estes momentos só são bons para quem se alimenta do ódio na política, é do cultivo que temos de tratar.

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Os motins de 2005 até foram piores, mas estes acontecem depois da terraplenagem do sistema político, o que torna tudo mais perigoso.

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Perante a destruição do sistema partidário, Macron alimentou a dicotomia com a barbárie fascista — só sobreviveu, até ver, Mélenchon.

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Quando a democracia falta, sobram o motim e as tropas de choque.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Na semana passada foi entregue à Comissão Europeia uma versão revista do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC).

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O país está a avançar no sentido de criar uma condição energética adequada à grave crise ambiental, económica e política que o último ano acentuou de forma tão ameaçadora em toda a Europa.

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É um bom sinal sobretudo sendo conhecida a boa condição que o país oferece para a geração de energia limpa.

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A seca veio relativizar essa aposta clássica da política energética em Portugal e abrir um campo que tem sido um sucesso a partir da eólica e agora do solar.

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A expansão do fotovoltaico que podia estar a correr tão bem tornou-se um problema a inúmeros títulos.

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As comunidades de energia e as unidades de autoconsumo coletivo que se podem fazer a partir da associação de condomínios ou nas aldeias tardam a arrancar.

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Os painéis que necessitam, a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), que vive em depauperação funcional, não consegue dar vazão aos pedidos que recebe.

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Ao mesmo tempo vemos surgir megacentrais solares, que requerem medidas de ordenamento.

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Já se levantaram protestos contra o abate de árvores protegidas como o sobreiro e azinheira para estender em seu lugar hectares sucessivos de painéis. 

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Noutros lugares queixaram-se as populações de passarem a viver rodeadas de um mar infinito daqueles painéis. 

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O modo como hoje se processa a AIA [Avaliação de Impacto Ambiental] não passa de um proforma sem participação cívica, como era suposto e devido.

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Atropela-se também uma coisa cronicamente em falta em Portugal, que é o planeamento.

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Acresce que a instalação de muitos destes parques solares podia perfeitamente respeitar o coberto vegetal e a vida agrícola.

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É o que, aliás, está a acontecer noutros países, incluindo Espanha.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

Tenho em vários artigos denunciado o pseudojornalismo político que se tornou quase a norma da comunicação social portuguesa.

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A radicalização política torna-se a norma.

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Como escrevi, para tentar derrubar o Governo, estava-se a estuporar a democracia, e é esta a minha principal preocupação.

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A verdade é que poucas vezes se viu um Governo com maior capacidade de infligir a si próprio danos consideráveis.

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A dimensão do problema [de tantas demissões no seio do Governo] deixou de ser conjuntural, para passar a ser estrutural.

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Há qualquer coisa de muito errado no recrutamento governamental de ministros, secretários de Estado e, por extensão, de membros dos gabinetes.

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Há muita coisa de errado nestes governantes, nem sempre com grande gravidade, mas quase sempre seguidas de dolo e mentiras.

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Sabemos que há razões que hoje são estruturais não só no PS, mas nos partidos do poder, como é o caso do PSD, que também não olha para os “seus”.

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Acima de tudo nas carreiras nos partidos como nas carreiras governamentais quando chegam ao poder, há uma considerável indiferença com o “vale-tudo” no plano ético.

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Os partidos de poder são indiferentes à ambição sem princípios, à ganância, aos jogos de poder, e no limite à corrupção.

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[Sócrates] não esteve sozinho, o seu estilo de exercício do poder, dos blogues à manipulação da comunicação, foi mais longe do que qualquer outra coisa, com a cooperação de muitos no PS.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Há um contexto concreto que condiciona as estratégias para a melhoria de formações, qualificações, capacidades de aprendizagem, validação de competências, da utilização dos saberes dentro e fora da Escola e dos locais de trabalho.

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Conceções eurocêntricas (…) e de centralismo “ocidental” que persistem e até estão a ser ampliadas pela guerra na Ucrânia toldam-nos a observação da nova era em que estamos.

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O nosso número de licenciados (e mestres e doutores) aumentou e necessita de continuar a aumentar.

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Urge preparação das pessoas para uma literacia digital inclusiva.

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A história do trabalho sem organização e representação coletivas é uma tragédia. 

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Precisamos de formação séria sobre o trabalho e a organização do trabalho em todos os patamares do ensino e, em particular no Ensino Superior. 

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Todavia, a formação focada no trabalho de forma doentia - para cavar injustiças e desigualdades - nega a formação para o trabalho e para a cidadania.

Carvalho da Silva, JN


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