quarta-feira, 19 de julho de 2023

CITAÇÕES À QUARTA (60)

 
Hoje serão votados projetos de lei do Bloco de Esquerda e do PAN para introduzir quotas de género na composição do Tribunal Constitucional.

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Em 41 anos de história, o TC teve 81 juízes, 66 foram homens e apenas 15 mulheres, equivalente a apenas 19% do número total.

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Até hoje nenhuma mulher chegou à presidência.

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Atualmente, as mulheres são apenas 25% do Tribunal Constitucional.

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A oposição mais aguerrida [a projetos de representação paritária apareceram] chegou de onde menos se esperava – do interior do próprio Partido Socialista. 

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Argumentam os deputados socialistas que a introdução de quotas de género interferiria com os requisitos de acesso ao Tribunal Constitucional previstos no artigo 222.º da CRP.

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Num habilidoso salto quântico, os deputados concluem que a introdução de outros requisitos – como a paridade – estaria sujeita a uma revisão constitucional.

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Se não há dúvida de que as quotas são uma regra que define a representatividade de homens e mulheres, mas nunca as suas características individuais, em que é que a introdução de quotas de género alteraria os requisitos de acesso ao TC?

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Estranhei que tivesse vindo do PS a ideia de que a paridade pode ser inconstitucional.

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[Não é possível] ignorar a revisão constitucional de 1997 e a introdução da promoção da igualdade entre homens e mulheres como tarefa do Estado;

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A prova de que o Tribunal Constitucional tem uma natureza profundamente política, marcada a ferro na forma de escolha dos seus conselheiros, é precisamente o facto de permanecer um clube de homens.

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Quanto aos deputados do Partido Socialista que assinaram a posição contrária à paridade no TC, podem ter começado pela (in)constitucionalidade, mas depressa lhes fugiu a caneta para a política.

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Bem sei que nem sempre é fácil conciliar posições, mas hoje temos a oportunidade de fazer história neste longo caminho que é a igualdade de género.

Joana Mortágua, “Público” (sem link)

 

O episódio da busca a Rui Rio, com a grotesca comunicação prévia às televisões, suscitou um intenso debate. 

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Os funcionários partidários desempenham cargos de confiança política e, por isso, estão sujeitos às regras próprias que o seu partido defina.

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A utilização do financiamento público é, também como tem de ser, sujeita a verificação por um tribunal, que tem detetado e punido faltas na documentação ou no uso de verbas. 

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É implausível que este [caso Rui Rio] venha sequer a dar lugar a algum outro procedimento judicial que não seja o tão discutido direto das televisões sobre a perigosa varanda do ex-líder do PSD.

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E é aqui que o Ministério Público precisa de ser defendido.

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O episódio da varanda é uma machadada no respeito por esta magistratura [independente do Ministério Público].

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[Correspondendo a práticas de divulgação de procedimentos e outras], alguns agentes judiciários, e em não poucos casos serão magistrados, procuram uma condenação imediata na opinião pública.

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[Este processo] não permite o contraditório e a defesa da pessoa apontada.

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Para quem realizou a fuga ao segredo de justiça, parece que o resultado é compensatório, a condenação na praça pública é adquirida antes e mesmo sem julgamento.

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O Ministério Público precisa de se defender destas práticas e é como corpo da justiça que o deve fazer.

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É dessas pessoas [magistrados que prosseguem um trabalho cuidadoso e moroso de defesa da lei] que devemos esperar a mais enérgica defesa da sua magistratura.

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É a elas que se deve fazer o apelo mais empenhado para a defesa da justiça em Portugal.

Francisco Louçã, “Expresso” online (sem link)

 

Brevemente, teremos António Costa a transformar uma carcaça em decomposição numa educação e numa escola pública que não existem.

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Já são cinco os acórdãos do Tribunal da Relação de Lisboa que decretaram ilegais os serviços mínimos com que o ministro da Educação anulou as greves dos professores.

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Na piolheira em que se movem, ministro e directores colaboracionistas não mexeram uma palha para anular, no mínimo ainda possível, as injustiças que cometeram.

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Um projecto de decreto-lei volta a baixar as habilitações necessárias para se ser professor, ainda que só nos casos de contratação pelas escolas.

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Em vez de aumentar os incentivos para fazer retornar à docência milhares de professores que a abandonaram, apesar de terem habilitação profissional completa, o Governo escolheu a via mais fácil: desqualificou a profissão, reduzindo os requisitos.

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As creches vão poder funcionar noites adentro, ao fim-de-semana, com mais duas crianças por sala, nas salas destinadas a crianças até aos dois anos, e… em contentores.

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As escassas palavras que se referem às crianças, porque acompanhadas de decisões visando apenas a protecção do trabalho, são pura hipocrisia.

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Admitir que a grandeza da nossa língua possa ser espartilhada por jogos de azar [na prova de escolha múltipla de Português] é um triste e redondo disparate.

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Na prova final de Matemática do 9.º ano, numa escala em que o valor mínimo é 0% de respostas certas e o máximo é 100%, a média nacional ficou-se nos 43%, cifra que expressa uma regressão aos indicadores de há dez anos.

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Houve 3131 alunos que não acertaram uma só resposta.

Santana Castilho, “Público” (sem link)

 

Se é raro encontrar um músico portuense que não tenha, pelo menos uma vez, passado pelo lendário STOP, também é raro encontrar um frequentador regular que não tenha ouvido falar da longa novela que há anos se arrasta a respeito do fecho do espaço.

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A insaciável voracidade da especulação imobiliária há muito que cobiça meter as garras no STOP para fazer o que faz de melhor: transformar pólos culturais autênticos e efervescentes em mais um empreendimento turístico sem alma.

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Anos arrastaram-se nesse vai e vem de ameaças e incertezas [sobre o encerramento do STOP]. Até à manhã desta terça-feira.

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Mas o que está neste momento a acontecer à porta do STOP [a existência de um cordão policial a impedir a entrada no edifício] ultrapassa a questão do seu encerramento.

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Acredito que se possa medir o grau de civilização de uma cidade pela forma como ela trata a cultura, e quem faz a cultura.

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Hoje, a cidade do Porto tratou uma das suas maiores jóias culturais com o desprezo de bárbaros.

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Escrevo este texto enquanto os meus colegas de trabalho se reúnem à entrada do STOP para cobrar às autoridades um tratamento com o mínimo de dignidade que merecemos.

Luca Argel, “Público” (sem link)


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