(…)
Nos
primeiros cinco anos que vivam no país, mesmo contribuindo com impostos e para
a segurança social, os imigrantes não têm direito a benefícios e apoios.
(…)
Franceses
com dupla nacionalidade (mesmo nascidos no país) que sejam condenados por
homicídio perdem a nacionalidade.
(…)
Se
forem condenados por um crime, filhos de imigrantes nascidos em França não se
podem naturalizar.
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O
ministro da Saúde já se demitiu e outros devem-lhe seguir o exemplo. 27
deputados macronistas votaram contra e 32 abstiveram-se.
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Com
17% da população mundial, África contribuía, em 2021, com apenas 4% das
emissões globais de carbono.
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Apesar
de ser o continente com menos contribuição per capita (sete vezes menos do que
a Europa), é quem mais sentirá os seus efeitos.
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Mas,
na Europa, é quem mais se opõe ao combate às alterações climáticas que lidera o
discurso xenófobo.
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Os
imigrantes têm garantido o crescimento económico europeu que financia o Estado
social. E, no entanto, quer-se limitar o seu acesso aos benefícios deste Estado
social.
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Não
são os portugueses que sustentam quem chega, é quem chega que garante as
reformas de quem está.
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De
acordo com o relatório do Observatório das Migrações, “sem os imigrantes,
alguns sectores económicos entrariam em colapso”.
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Por
essa envelhecida Europa (…) São os falhanços da integração, que gerou
conflitos graves com a segunda geração.
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Se
tratam os filhos de imigrantes que nunca viveram noutro lugar como nacionais de
segunda, para quem os direitos são condicionais desde o dia em que nascem, como
querem que se sintam franceses por inteiro?
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[Este
“liberalismo xenófobo”] É uma nova fase do sistema, onde a
extrema-direita conquistou um lugar à mesa.
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E a UE
chegou ontem a um acordo histórico, onde até socialistas participaram,
institucionalizando a violação de direitos fundamentais e do direito de asilo e
tratando países terceiros como aterro de humanos e a imigração como um crime.
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Perante
os efeitos humanos do desastre global climático, a Europa prepara-se para ser
uma fortaleza, sinal da sua decadência cultural, política, moral e económica.
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A
infame lei da imigração francesa não foi criada ou aprovada pela
extrema-direita. Foi assumida pela direita e pelo centro.
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Os
cordões sanitários de que precisamos não são com os partidos da
extrema-direita, são com as suas ideias e soluções.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
A verdade aleija e quem a serve arrisca o pescoço.
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O
jornalista é abelhudo por defeito profissional, tende a falar quando os outros
calam, abre os olhos entre pálpebras cerradas – pergunta, analisa, noticia. É incómodo.
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Em alguns lugares, a violência física é vista como a única
forma de superar essa coceira incómoda. As Filipinas é um desses países
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Diz a
organização Repórteres Sem Fronteiras que “milícias privadas, muitas vezes
contratadas por políticos locais, silenciam jornalistas com total impunidade”.
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E, mesmo assim, a imprensa resiste, prospera, é vigorosa.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
[A crise da democracia] é o tema mais discutido de sempre e, que se
saiba, dessas discussões nunca nasceu uma solução.
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O Global Media Group (…) está a levar a cabo um
processo de despedimento coletivo que determinará a cessação dos vínculos
laborais de cerca de centena e meia de jornalistas.
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O jornalismo deixou de ser uma atividade lucrativa.
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O jornalismo quer-se livre e faz sentido que os leitores questionem essa liberdade quando uma publicação, ou órgão de comunicação social, é detido por grandes empresas.
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Com o acesso à Internet, tornou-se banal aceder gratuitamente à informação.
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Não admira que os jornais estejam cada vez mais descapitalizados.
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Isto significa que quem trabalha na imprensa é mal pago e esta situação em nada contribui para a melhoria da qualidade do jornalismo.
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Aqui, como em quase todos os problemas coletivos, é utópico pensar em resolvê-lo apenas com uma mudança nos comportamentos individuais.
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A solução tem de passar por apoio do Estado. Existe aqui um interesse público a proteger.(…)
Não podemos viver em democracia sem jornalismo livre, sério e rigoroso.
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Estão certamente reunidas as condições que exigem uma intervenção do Estado neste sector e falo de apoio e de financiamento.
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É cómodo darmos por garantido que o futuro não se atreverá a por em causa aquilo que damos por adquirido, mas reparem que é uma ilusão.
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Se deixar de existir quem faça o relato rigoroso da atualidade e uma reflexão crítica sobre esses factos, entraremos numa fase autodestrutiva de todos os direitos e liberdades que conquistámos e assistiremos à vitória do populismo.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
Nas suas mensagens aos portugueses [Montenegro] parece a madrasta perante o espelho de magia malévola: “espelho meu, espelho meu”, quem é capaz de aumentar o salário mínimo, os complementos sociais e as pensões mais do que eu?
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Na identificação dos perigos que resultariam de uma vitória da Direita nas próximas eleições legislativas, não basta analisar o que fez quando esteve no Governo; é imprescindível ver bem o que são hoje os seus verdadeiros programas.
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O último Governo PSD/CDS promoveu a tese de que “os portugueses viviam acima das suas possibilidades”, legislou para concretizar a maior transferência de rendimentos do trabalho para o capital, incentivou os jovens portugueses a emigrar.
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Passos Coelho (…) é hoje o grande promotor do branqueamento e normalização da extrema-direita.
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Durão Barroso impôs, em 2003, o Código de Trabalho que havia de se tornar instrumento decisivo para a desvalorização salarial, promoveu uma lei regressiva na Segurança Social e aumentou o IVA.
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Agora pede aos portugueses que ponham o PS em “cura de oposição”, para que as políticas que defende sejam postas em prática.
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Por mais que perguntem ao espelho, eles não deixam de ser quem são.
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