(…)
A
guerra tornou-se o seu instrumento de extermínio e prossegue implacavelmente a
espiral de destruição.
(…)
O
terrorismo tem hoje um farol no mundo, é Netanyahu.
(…)
[Saramago]
talvez não pudesse imaginar os abismos de indignidade a que estamos agora a
assistir.
(…)
A
primeira [vitória que o Governo de Israel conseguiu] tem a atenção dos
produtores de tecnologia militar, é a experimentação de novos instrumentos de destruição.
(…)
Segundo
um estudo da Associated Press, durante a guerra de 2014, que durou 51 dias,
foram atingidos 6 mil objetivos, provocando 89% de mortes de civis, incluindo
em 20 famílias, que perderam mais de 10 membros.
(…)
Agora,
só no primeiro mês de combate foram destruídos 15 mil alvos e, segundo a ONU,
cerca de um quinto das vítimas estão em 312 famílias, que perderam mais de 10
dos seus membros.
(…)
[Os
militares ocupantes] sabem melhor do que ninguém que estão a cometer crimes de
guerra e a matar por um critério xenófobo: o palestiniano deve morrer.
(…)
Netanyahu está a usar o que pode vir a
ser uma das principais armas do futuro, e os comerciantes da guerra estão
maravilhados com a inovação.
(…)
A segunda vitória, talvez uma meia
vitória, é a submissão de alguns governos ocidentais à invocação de um “direito
de defesa” que proclama a legalidade do genocídio.
(…)
Manda a verdade dizer que se impuseram
manifestações em França e que a cultura palestiniana é mais escutada, como um
sinal da resistência à atrocidade.
(…)
Estamos a olhar para a banalização do
terror, à terraplanagem de um país em nome de um objetivo impossível, pois
nenhuma paz dos cemitérios resolverá o conflito do Médio Oriente.
(…)
[Netanyahu] quer a guerra como
forma de sobrevivência no seu julgamento por corrupção.
(…)
Guerra em Gaza, guerra na Ucrânia,
extensão da NATO, tensões no mar do sul da China — este é o paraíso para a
venda de armas.
(…)
Mas nem isso explica que hoje o
investimento em armamento supere o do tempo da Guerra Fria, quando a
confrontação planetária era uma ameaça.
(…)
[O negócio das armas] é um esplêndido
negócio, protegido por um biombo de silêncio e cumplicidades.
(…)
Em 10 anos [os países da NATO]
aumentaram as despesas militares de 145 mil milhões de euros para 215 mil
milhões de euros.
(…)
O problema é que as armas destroem e não
criam.
(…)
Para viver melhor é melhor investir na
vida do que na morte.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Marcelo Rebelo de Sousa
tem responsabilidade no processo que levou à queda do Governo e à dissolução do
Parlamento.
(…)
Não estamos a falar de
um mero espectador não participante.
(…)
Mas não é só Marcelo que assobia para o
lado. A procuradora-geral da República, Lucília Gago, declinou quaisquer
responsabilidades na demissão de António Costa..
(…)
[O presidente do
Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, Adão Carvalho], até
disse que o primeiro-ministro terá usado o célebre parágrafo como pretexto para
apresentar o seu pedido de demissão.
(…)
Acontece que há uma coisa da qual todos
temos a certeza: Costa não queria ter apresentado demissão e se o fez foi
porque se viu sem alternativa.
(…)
Que dizer desta
desresponsabilização institucional coletiva por parte de titulares de cargos
fundamentais no sistema democrático?
Carmo
Afonso, “Público” (sem
link)
Esta
governação não foi para as pessoas. O acesso aos cuidados de saúde,
fundamentais em pleno século XXI, não está assegurado.
(…)
A
confiança no Serviço Nacional de Saúde foi comprometida por um Governo que
dizia ser o maior amigo do SNS. Com amigos destes...
(…)
Esta
governação não foi para as mulheres. O acesso à Interrupção Voluntária da
Gravidez, direito fundamental assegurado em referendo nacional que acabou com a
perseguição a mulheres e a exposição da sua vida em tribunal, está em causa.
(…)
Esta
governação não foi para políticas de esquerda. Ao contrário do que diz a
direita, (…) a realidade é muito diferente: uma parte crescente do Orçamento da
área da Saúde serve para pagar aos privados.
(…)
O
negócio privado bate palmas a Pizarro, ou aos herdeiros de António Costa, tem
ganho imenso com as suas políticas.
(…)
Esta
governação não foi para os profissionais e trabalhadores. O Governo PS fez do
ataque aos profissionais da Administração Pública o paradigma da sua política.
(…)
Enquanto
instalava o caos na escola pública, acusava os professores de abrirem a porta à
Educação privada.
(…)
Na
Justiça, colocou em tribunal os oficiais de justiça quando iniciaram a sua
greve para exigir o que a própria ministra dizia ser uma reivindicação mais do
que justa.
(…)
Enquanto
instala o caos no SNS, atira as culpas para os profissionais que fazem centenas
de horas extraordinárias para garantir o funcionamento normal dos serviços.
(…)
Esta
governação não foi para jovens. A falta de salários decentes que valorizem as
competências dos jovens, o Governo permitiu que o mercado da habitação se
transformasse numa selva em que a especulação é rainha.
(…)
É
no confronto com estas heranças que a alternativa que o Bloco de Esquerda
propõe se constrói.
(…)
Esta
herança não é só do PS, é a execução de políticas que os partidos de direita subscrevem,
na Saúde, na Educação ou na habitação.
A crise institucional é
evidente e não se resume a episódios de arremesso entre instituições, em
sentido abstracto, como se as arestas a limar aparecessem entre organismos
desabitados, inertes, sem ocupação por eleitos.
(…)
Se é indigno o passa
culpas entre Marcelo Rebelo de Sousa e Governo no caso das gémeas, pior é o
silêncio que parece sustentar o fogo de artifício seco e a paz podre
conciliadora entre alguns dos intervenientes.
(…)
Também aqui, as
instituições são as pessoas e a sua incapacidade de resistir às circunstâncias.
(…)
Neste contexto de
crise, a eleição interna no PS, neste fim de semana, assemelha-se a um voto
para primeiro-ministro.
(…)
Se o realismo pagasse
imposto, muitos militantes do PSD aproveitariam para pagar por directas no
imediato.
(…)
A resolução do novelo
do PSD está intimamente ligada à crise na justiça, às notícias ou conclusão
sobre as investigações em curso ou ao crescimento de uma Direita não
democrática que lhe embale um Governo.
(…)
Quando já ninguém
depende de si e depois de criar monstros, sente-se que o PSD olha para os lados
e só encontra o CDS.
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