quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

CITAÇÕES À QUARTA (82)

 Mais valia ter continuado o governo Costa, concluiu [o empresário presidente da AEP], o que quer dizer que não põe muitas fichas numa eventual vitória do PSD ou no seu governo com o Chega.

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[Para o dito senhor houve] uma tal perda de competitividade na legislação do trabalho, que aliás pouco mexeu e cuja manutenção foi o motivo invocado pelo PS para recusar um novo acordo com a esquerda em 2019, e a subida do salário mínimo, uma “dor de cabeça” para as empresas têxteis.

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A poeira [após a vitória de Pedro Nuno Santos] ainda não assentou e que o medo é um argumento que move a direita – é o seu “recado” destas horas.

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A campanha vai ser a mais suja a que já se assistiu no Portugal pós-25 de Abril. 

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[Uma linha] diz respeito à clareza com que a esquerda deve falar, é tratar do que importa, das razões que têm razão para o descontentamento, ou seja, a crise da habitação com os juros e as rendas, os hospitais numa barafunda, alunos sem professores e o adiamento de medidas de justiça fiscal ou ambiental, e dar-lhes resposta. 

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É a linha mobilizadora. E até agora houve pouco dessa alternativa. 

Francisco Louçã, “Expresso” online (sem link)

 

[O Papa Francisco] está a protagonizar uma mudança suave, mas profunda, numa das instituições mais poderosas e representativas que conhecemos. Falo-vos da aproximação à causa LGBTQ+.

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[No início de outubro] o Papa respondia a cinco cardeais, da ala mais conservadora da Igreja, que o tinham desafiado a afirmar os ensinamentos da Igreja sobre a homossexualidade.

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Em 2016, quando o Papa Francisco permitiu que casais divorciados recebessem a comunhão, foi confrontado com uma ronda de perguntas.

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[Em 2016] os cardeais signatários estavam então preocupados com a violação do princípio da indissolubilidade do casamento.

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[Numa decisão histórica soube-se esta semana que o Papa] vai mesmo permitir aos padres católicos que deem bênçãos a casais do mesmo sexo.

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Falo da plena inclusão dos católicos LGBT na Igreja.

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Os cinco cardeais que desafiaram Francisco representam milhões de fiéis que teimam em fazer uma interpretação literal dos ensinamentos originais da Igreja e que, em nome desse princípio, preferem excluir e discriminar a comunidade LGBT.

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Sucede que para muitas pessoas LGBT esta é uma questão fundamental. São católicos e este processo marca a possibilidade da sua aceitação plena na comunidade.

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Na declaração que anunciou esta decisão pode ler-se que aqueles que pedem uma bênção “não devem ser obrigados a ter perfeição moral prévia”.

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Observo que, fora da Igreja e entre nós, está cada vez mais instituída a avaliação do outro em detrimento da autoavaliação.

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Esta falta de autoavaliação e a acusação do outro, costumam vir acompanhadas da negação de perdão.

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Ser implacável é um culto.

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Ser moralmente perfeito não pode ser requisito para nada. Nota positiva à declaração.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

A abordagem “uma só saúde” reconhece que a saúde humana (incluindo a saúde mental), a saúde animal e a própria saúde dos ecossistemas, estão intrinsecamente ligadas.

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[É] claro e imediatamente perceptível a ligação entre um ambiente “doente” e os seres vivos que nele residiam.

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[Sempre foi] evidente e de senso comum, por exemplo, que um animal doente poderia originar doenças às pessoas a ele ligadas. 

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A humanidade foi negando o seu carácter animal e, a par disso, foi-se adensando o afastamento e a regra da não-partilha, tendo por consequência, durante décadas, a perda de muita informação de valor capital.

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As saúdes humana, animal e ambiental constituem aquilo que se chama o núcleo mais íntimo da “uma só saúde”, mas é na área das ciências sociais e humanas que ironicamente radica o sucesso da sua implementação.

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A área da “uma só saúde”, ou “uma só medicina”, é não só fascinante como uma necessidade dos dias actuais, tornando-se pois obrigatória a sua operacionalização, concordemos ou não.

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O tema é estruturante demais para ser encerrado num silo superior. 

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A adopção da abordagem da “uma só saúde” estimula sinergias intersectoriais e a harmonização de metodologias de trabalho, processamento de dados e modelos para a avaliação, prevenção e gestão de riscos de origem animal, alimentar, resistência aos antimicrobianos (RAM) e outras ameaças emergentes.

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Ao assumirmos o papel de espécie animal dominante, e sem predadores, não nos compete esta tarefa nesta nossa casa comum?

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A par desta mudança de paradigma que se impõe, o tema deve ser introduzido em programas educativos desde tenra idade.

Catarina Lavrador, “Público” (sem link)

 

Testados 6793 alunos de 224 escolas portuguesas, o PISA 2022 confrontou-nos com os piores resultados desde 2006.

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Portugal foi protagonista de um grave retrocesso na aprendizagem dos seus alunos, caindo em todos os domínios considerados.

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A percentagem de bons alunos diminuiu e a de maus alunos aumentou.

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Portugal integra a lista dos 19 países que baixaram mais de 20 pontos a Matemática, referindo-se o tombo tanto a alunos carenciados como a estudantes de classes privilegiadas.(…)

Se olharmos para a evolução dos resultados do PISA até 2015, vemos Portugal sempre a crescer.

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E não nos venha João Costa com a história da pandemia, porque a trajectória descendente das aprendizagens dos nossos alunos a partir de 2015 não está apenas documentada em sede de PISA.

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Nesse ano, João Costa assumiu funções de secretário de Estado e os resultados não mais pararam de descer, como consequência das suas políticas bizantinas de destruição da escola pública.

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Em recente entrevista à Renascença, [João Costa] disse que, com Pedro Nuno Santos, será possível satisfazer tal reivindicação [contagem integral] do tempo de serviço dos professores], que considerou “justa e legítima”.

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Estamos falados sobre o carácter político falso, demagogo e hipócrita do declarante.

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Foram oito anos a promover devaneios, indecifráveis pelo senso comum, a mirabolantes inovações educacionais.

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João Costa não tem como fugir às suas responsabilidades.

Santana Castilho, Público (sem link)


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