(…)
[Para o dito senhor houve] uma tal perda de competitividade
na legislação do trabalho, que aliás pouco mexeu e cuja manutenção foi o motivo
invocado pelo PS para recusar um novo acordo com a esquerda em 2019, e a subida
do salário mínimo, uma “dor de cabeça” para as empresas têxteis.
(…)
A poeira [após a vitória de Pedro Nuno Santos] ainda não
assentou e que o medo é um argumento que move a direita – é o seu “recado”
destas horas.
(…)
A campanha vai ser a mais suja a que já se assistiu no
Portugal pós-25 de Abril.
(…)
[Uma linha] diz respeito à clareza com que a esquerda deve
falar, é tratar do que importa, das razões que têm razão para o
descontentamento, ou seja, a crise da habitação com os juros e as rendas, os
hospitais numa barafunda, alunos sem professores e o adiamento de medidas de
justiça fiscal ou ambiental, e dar-lhes resposta.
(…)
É a linha mobilizadora. E até agora houve pouco dessa
alternativa.
Francisco Louçã, “Expresso” online
(sem link)
[O
Papa Francisco] está a protagonizar uma mudança suave, mas profunda, numa das
instituições mais poderosas e representativas que conhecemos. Falo-vos da
aproximação à causa LGBTQ+.
(…)
[No início de outubro] o Papa respondia a
cinco cardeais, da ala mais conservadora da Igreja, que o tinham desafiado a
afirmar os ensinamentos da Igreja sobre a homossexualidade.
(…)
Em 2016, quando o Papa Francisco permitiu que casais
divorciados recebessem a comunhão, foi confrontado com uma ronda de perguntas.
(…)
[Em 2016] os cardeais signatários estavam então preocupados
com a violação do princípio da indissolubilidade do casamento.
(…)
[Numa decisão histórica soube-se esta semana que o Papa] vai
mesmo permitir aos padres católicos que deem bênçãos a casais do mesmo sexo.
(…)
Falo da plena inclusão dos católicos LGBT na Igreja.
(…)
Os
cinco cardeais que desafiaram Francisco representam milhões de fiéis que teimam
em fazer uma interpretação literal dos ensinamentos originais da Igreja e que,
em nome desse princípio, preferem excluir e discriminar a comunidade LGBT.
(…)
Sucede
que para muitas pessoas LGBT esta é uma questão fundamental. São católicos e
este processo marca a possibilidade da sua aceitação plena na comunidade.
(…)
Na
declaração que anunciou esta decisão pode ler-se que aqueles que pedem uma
bênção “não devem ser obrigados a ter perfeição moral prévia”.
(…)
Observo
que, fora da Igreja e entre nós, está cada vez mais instituída a avaliação do
outro em detrimento da autoavaliação.
(…)
Esta falta de autoavaliação e a acusação do outro, costumam
vir acompanhadas da negação de perdão.
(…)
Ser implacável é um culto.
(…)
Ser moralmente perfeito não pode ser requisito para nada.
Nota positiva à declaração.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
A
abordagem “uma só saúde” reconhece que a saúde humana (incluindo a saúde
mental), a saúde animal e a própria saúde dos ecossistemas, estão
intrinsecamente ligadas.
(…)
[É] claro e imediatamente perceptível a ligação entre um
ambiente “doente” e os seres vivos que nele residiam.
(…)
[Sempre foi] evidente e
de senso comum, por exemplo, que um animal doente poderia originar doenças às
pessoas a ele ligadas.
(…)
A
humanidade foi negando o seu carácter animal e, a par disso, foi-se adensando o
afastamento e a regra da não-partilha, tendo por consequência, durante décadas,
a perda de muita informação de valor capital.
(…)
As
saúdes humana, animal e ambiental constituem aquilo que se chama o núcleo mais
íntimo da “uma só saúde”, mas é na área das ciências sociais e humanas que
ironicamente radica o sucesso da sua implementação.
(…)
A área
da “uma só saúde”, ou “uma só medicina”, é não só fascinante como uma
necessidade dos dias actuais, tornando-se pois obrigatória a sua
operacionalização, concordemos ou não.
(…)
O tema é estruturante demais para ser encerrado num silo
superior.
(…)
A
adopção da abordagem da “uma só saúde” estimula sinergias intersectoriais e a
harmonização de metodologias de trabalho, processamento de dados e modelos para
a avaliação, prevenção e gestão de riscos de origem animal, alimentar,
resistência aos antimicrobianos (RAM) e outras ameaças emergentes.
(…)
Ao
assumirmos o papel de espécie animal dominante, e sem predadores, não nos
compete esta tarefa nesta nossa casa comum?
(…)
A par desta mudança de paradigma que se impõe, o tema deve
ser introduzido em programas educativos desde tenra idade.
Catarina Lavrador, “Público” (sem link)
Testados 6793 alunos de 224 escolas portuguesas, o PISA 2022
confrontou-nos com os piores resultados desde 2006.
(…)
Portugal foi protagonista de um grave retrocesso na
aprendizagem dos seus alunos, caindo em todos os domínios considerados.
(…)
A percentagem de bons alunos diminuiu e a de maus alunos aumentou.
(…)
Portugal integra a lista dos 19 países que baixaram mais de 20 pontos a Matemática, referindo-se o tombo tanto a alunos carenciados como a estudantes de classes privilegiadas.(…)
Se olharmos para a evolução dos resultados do PISA até 2015, vemos Portugal sempre a crescer.
(…)
E não nos venha João Costa com a história da pandemia, porque a trajectória descendente das aprendizagens dos nossos alunos a partir de 2015 não está apenas documentada em sede de PISA.
(…)
Nesse ano, João Costa assumiu funções de secretário de Estado e os resultados não mais pararam de descer, como consequência das suas políticas bizantinas de destruição da escola pública.
(…)
Em recente entrevista à Renascença, [João Costa] disse que, com Pedro Nuno Santos, será possível satisfazer tal reivindicação [contagem integral] do tempo de serviço dos professores], que considerou “justa e legítima”.
(…)
Estamos falados sobre o carácter político falso, demagogo e hipócrita do declarante.
(…)
Foram oito anos a promover devaneios, indecifráveis pelo senso comum, a mirabolantes inovações educacionais.
(…)
João Costa não tem como fugir às suas responsabilidades.
Santana Castilho, Público (sem link)
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