sábado, 30 de dezembro de 2023

MAIS CITAÇÕES (264)

 
As propostas que colocam a democracia em perigo são as que atentam contra o Estado de direito, como a política penal do Chega e o discurso de ódio a ela associado. 

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Ventura nem precisou de chegar ao poder para criar um ambiente irrespirável no Parlamento, violando sistematicamente regras de civilidade instituídas. 

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Na verdade, a social-democracia clássica, com a economia mista, um Estado forte em sectores-chave e uma regulação apertada do mercado, está interdita pelos dogmas da União. Deixou de ser centrista.

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A deriva securitária associada às políticas anti-imigração é compatível com o pensamento hegemónico em Bruxelas.

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Segundo um estudo de junho da Universidade Católica, 55% dos portugueses apontam o Chega como partido extremista, apenas 13% e 11%, respetivamente, indicam o BE ou o PCP.

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44% escolhem o Chega como um perigo para a democracia, só 6% pensam o mesmo de cada um dos partidos mais à esquerda. 

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[Para os eleitores do PSD] 60% escolhem o Chega como extremista (no PS são 69%), 41% como um perigo para a democracia.

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A experiência da ‘geringonça’ acabou com o fantasma [do extremismo e do perigo para a democracia relacionados com BE e PCP].

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[A questão é] como o PSD se livra do Chega.

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Um Governo do PS dependente do PSD seria a receita para a paralisia do país.

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Já o apelo para o PS viabilizar um Governo minoritário do PSD deixa os eleitores de direita à vontade para votar no Chega. 

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Só teriam a ganhar com isso: impediam o PS de fazer oposição e garantiriam uma maioria à direita em todos os assuntos fraturantes.

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Reverter o avanço de 2015, que determinou que contam as maiorias parlamentares, é atirar o país para bloqueios políticos, com sucessivos Governos minoritários num cenário partidário fragmentado. 

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É de blocos à esquerda e à direita que temos de falar.

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[A “geringonça”] travou o abuso da autossuficiência socialista. Foram os melhores anos de Costa. 

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Um novo entendimento [com Bloco e PCP] será mais fácil e mais difícil. Mais fácil porque já foi experimentado e o novo líder do PS não quer rasteirar os aliados. Mais difícil porque a experiên­cia acabou mal para BE e PCP.

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À direita, a alternativa é o passismo ideológico, já bastante neoliberal, aliado a um partido quase libertário em fase de afirmação e dependente da anuência da extrema-direita.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

À entrada em 2024, uma grande interrogação se coloca aos portugueses e portuguesas que amam a democracia: o que fazer para honrar o 25 de Abril?

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Cuidemos da esperança para evitar que 2024 não seja o ano do mais duro ataque à democracia neste percurso de 50 anos.

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A nossa democracia teve a dupla tarefa de afirmação dos direitos, liberdades e garantias e da construção do seu conteúdo.

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O país era paupérrimo, atrasado em todas as áreas, e o Social era uma miragem. 

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Hoje, a Direita, de braço dado com a extrema-direita, renega esses compromissos transformadores. 

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A campanha sobre a pretensa crise das instituições tem um objetivo: amadurecer a ideia na sociedade para, em momento oportuno, atacar essas mesmas instituições.

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Infelizmente, o modelo de baixos salários não “é passado”; é presente a projetar-se para o futuro.

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A pobreza está ao mesmo nível de 2015, por razões que deviam ser explicadas.

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Não se pode fechar os olhos à dimensão e impactos da emigração dos nossos jovens.

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A imigração é muito bem-vinda, mas está a ser, em parte, tomada como instrumento de políticas de baixos salários.

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Gera-se esperança respondendo aos problemas das pessoas e contribuindo para que sejam elas os principais atores da mudança.

Carvalho da Silva, JN

 

Há uma dolorosíssima crise nos media portugueses e sem um panorama mediático livre, independente, plural, os cidadãos deixam de ter a informação necessária para julgar por si próprios todas as outras crises

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Se o mercado não consegue sustentar projetos editoriais válidos e com uma longa história, a questão é saber se a informação produzida pelos media deve ou não ser considerada um bem de primeira necessidade para a saúde da democracia. A minha resposta é obviamente positiva.

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[O Estado] também deve assegurar que o panorama mediático não se degrada a um ponto em que passamos a ter jornais, rádios e televisões tão fragilizados que sejam determinados por lógicas de poder.

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O que importa é encontrar respostas que a permitam minorar e que assegurem a sustentabilidade a prazo do panorama mediático.

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A crise não é idêntica para todos os media e não pode ser resolvida com as mesmas medidas para jornais, rádios ou televisões.

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A compra de publicidade institucional por parte do Estado deveria tornar-se uma obrigação permanente para defender a liberdade de informação ameaçada pela fragilidade financeira das empresas.

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Para as televisões a crise é mais grave com quebras assinaláveis de audiências e de receitas publicitárias. A procura de novos rendimentos e a redução dos encargos são o alfa e o ómega das administrações.

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As três televisões generalistas – RTP, SIC e TVI – estão a trabalhar para encontrar áreas onde possam aumentar receitas e reduzir custos (…). Contudo, tal significará sempre uma gota de água no oceano das necessidades.

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Haverá quem pense que a crise dos media nada tem que ver consigo, caro leitor e concidadão. Mas tem e muito.

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Quando há crises, pandemias, catástrofes, guerras, quedas de governos, grandes escândalos financeiros é às marcas editoriais credíveis que os cidadãos recorrem.

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Este jornalismo é a seiva da democracia.

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Se ele não existir, a liberdade, que vai agora fazer 50 anos, definhará lenta, mas inexoravelmente, até só restar uma caricatura da sua existência.

Nicolau Santos, “Público” (sem link)

 

O conflito em Gaza é mais uma página tenebrosa de uma guerra que conhece períodos de baixa intensidade e momentos de uma violência extrema.

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É um conflito localizado numa parte do mundo e na sua história densa de ódios, com uma herança violenta de contas a pagar.

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O conflito da Ucrânia é, num certo sentido, muito mais grave, com muito maior possibilidade de consequências.

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É um genuíno conflito mundial, tocando por si só o frágil tecido das relações de força internacionais pelo seu risco de uma “mútua destruição assegurada”.

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Nunca se ouviram com tanta frequência as ameaças de utilização de armas nucleares como as vindas da Federação Russa, uma das grandes potências nucleares
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A guerra da Ucrânia é uma guerra de conquista territorial, de subjugação neocolonial para toda uma região.

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A traição dos republicanos “trumpistas” e dos “cansados europeus” garante tudo menos a paz, garante mesmo a guerra europeia, e isso também diz respeito a Portugal.

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A traição a Gaza retira muito da possibilidade de se usar um argumento de princípio por parte do chamado “Ocidente” e fragiliza qualquer superioridade moral.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)


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