(…)
A fragilidade [do PSD] é evidente e, com a constituição da
AD, diz-nos que sabe que nunca lá chegaria sozinho, o que já faz fraca figura.
(…)
É por demais evidente que o CDS não elegeria um único
deputado, dado que os seus votos há muito se esvaíram para o Chega.
(…)
É uma combinação de dois partidos que se dizem fracos.
(…)
A segunda boa notícia é que o PSD quer falar a duas vozes e
que uma delas terá como alvo o Chega.
(…)
Conhecendo o espírito fanfarrão de Ventura, é de prever que
caia na armadilha e faça da luta contra a AD o mote da sua campanha.
(…)
Como as eleitoras e os eleitores não são estúpidos, é por
demais perceptível que a fraqueza de dois partidos somados não faz uma força, e
que o seu sucesso dependeria unicamente de uma mentira.
(…)
A circunstância de parte da direita se coligar (…) [faz
ressaltar] que o PS, que critica o subterfúgio e este fingimento, precisaria de
um topete monumental para tentar fazer o mesmo.
(…)
A maior virtude [da coligação de direita] é obrigar o PS a
dizer o que quer, com quem, como e para fazer o quê. Estou-lhe grato por isso.
Francisco Louçã, “Expresso” online
(sem link)
Qualquer
conteúdo que envolva pessoas racializadas serve de chamariz para o derramamento
de ódio racista por parte de milhares de contas ou perfis que se apresentam
como simpatizantes do partido Chega e de André Ventura.
(…)
O racismo e a ausência de sentido crítico em
relação ao colonialismo, em Portugal, vêm de longe. Não vale a pena
negar que é assim.
(…)
Falo
da caracterização de seres humanos como sendo passivos, incapazes de assumir
plenamente a condição de sujeitos políticos, e falo da glorificação do
colonialismo.
(…)
Da ideia de que chegámos a outros países para
lhes levar civilização.
(…)
Graças ao Chega, os racistas em Portugal
perderam a vergonha de ser racistas.
(…)
O problema tem tal gravidade que assumir um
discurso político racista compensa. Dá votos.
(…)
Foi
para esses que André Ventura falou quando, no dia de Natal, criticou o facto de
as duas gémeas angolanas terem sido operadas em Portugal.
(…)
É este o veneno que intoxicou o nosso sistema
democrático. Ventura continua a distribuí-lo. Quanto mais distribui, mais
eleitores conquista.
(…)
As
duas gémeas foram operadas ao abrigo de um acordo que prevê a partilha dos
custos entre o Estado Português e a República Popular de Angola.
(…)
Não existe um único aspeto atendível nas
suspeições levantadas por Ventura. E o próprio é quem melhor sabe disso.
(…)
Está a aproveitar-se do racismo de muitos
portugueses para colher vantagens eleitorais.
(…)
Mais
do que propagar mensagem racista, o líder do partido Chega desenvolve a sua
atividade política aproveitando-se das fraquezas e falhas de muitos
portugueses.
(…)
São
pessoas que precisam, como de pão para a boca, de formação em valores
democráticos e progressistas ou mesmo em direitos humanos.
(…)
A
mensagem racista e xenófoba não precisa de ser verdadeira para ser contrária à
lei. E um partido que a usa deve ser extinto.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
Nunca
há uma altura certa para nos irmos embora quando o melhor é ficar — e ficar
para sempre com quem mais queremos e quem mais nos quer.
(…)
Uma
coisa é certa: se fosse hoje o dia de partida, não seria possível partir e esta
fuga para a frente não seria senão o regresso à fome.
(…)
Se no
pós-"Brexit" já nos era exigido não só a garantia de emprego ao
chegar à fronteira, mas também o salário mínimo de 26.200 libras anuais, de
acordo com as novas regras para obtenção de visto de trabalho, esse salário
mínimo subiu para a casa das 38.700 libras anuais.
(…)
Há
áreas de excepção (como as da saúde ou segurança social), mas com um salário
inferior a esse valor vem a contramedida de não poderem trazer consigo, agora
ou mais tarde, os respectivos cônjuges e dependentes.
(…)
O Reino Unido está cada vez mais fechado sobre
si mesmo.
(…)
Há um
milhão de postos de trabalho por preencher, resultantes da pandemia e da saída
da União Europeia, e é provável que assim se mantenham num país onde o
feudalismo impossibilita a mobilidade social e os britânicos são os maiores
inimigos de si mesmos.
(…)
O
Reino Unido quer o impossível e o melhor dos dois mundos num misto de populismo
e areia para os olhos — e o imigrante é o culpado mais à mão.
(…)
O
mesmo imigrante que é obrigado a pagar até agora uma anuidade de 624 libras
para poder continuar a trabalhar no reino de Sua Majestade (…), a partir de Janeiro, a mesma anuidade
passará para a casa das 1035 libras.
(…)
Conclusão:
tivesse eu esta capacidade económica e não teria saído de Portugal. Só quem tem
uma boa almofada financeira pode esperar exercer o seu mester no Reino Unido.
(…)
E para
os britânicos casados ou em união de facto com um imigrante nada está
garantido, estando o cônjuge em risco de não poder ficar caso o outro elemento
do casal não ganhe pelo menos 38.700 libras.
(…)
Quando
se comemoram os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, não nos
esqueçamos do artigo 14.º e do direito a todos as vítimas de perseguição a
procurar asilo noutros países.
João André Costa, “Público” (sem link)
Os
cientistas apontam a produção de energia a partir da combustão de biomassa,
essencialmente de madeira e de cereais, como geradora de fortes impactos na
biodiversidade, nos solos e recursos hídrico, no acréscimo de emissões de gases
com efeito estufa e de poluição atmosférica.
Paulo Pimenta de Castro, “Público” (sem link)
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