quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

CITAÇÕES À QUARTA (83)

 
A formação da AD devia ser festejada pela esquerda. Foi a melhor notícia da época natalícia, em que não costuma acontecer nada.

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A fragilidade [do PSD] é evidente e, com a constituição da AD, diz-nos que sabe que nunca lá chegaria sozinho, o que já faz fraca figura.

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É por demais evidente que o CDS não elegeria um único deputado, dado que os seus votos há muito se esvaíram para o Chega.

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É uma combinação de dois partidos que se dizem fracos.

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A segunda boa notícia é que o PSD quer falar a duas vozes e que uma delas terá como alvo o Chega.

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Conhecendo o espírito fanfarrão de Ventura, é de prever que caia na armadilha e faça da luta contra a AD o mote da sua campanha.

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Como as eleitoras e os eleitores não são estúpidos, é por demais perceptível que a fraqueza de dois partidos somados não faz uma força, e que o seu sucesso dependeria unicamente de uma mentira.

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A circunstância de parte da direita se coligar (…) [faz ressaltar] que o PS, que critica o subterfúgio e este fingimento, precisaria de um topete monumental para tentar fazer o mesmo.

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A maior virtude [da coligação de direita] é obrigar o PS a dizer o que quer, com quem, como e para fazer o quê. Estou-lhe grato por isso.

Francisco Louçã, “Expresso” online (sem link)

 

Qualquer conteúdo que envolva pessoas racializadas serve de chamariz para o derramamento de ódio racista por parte de milhares de contas ou perfis que se apresentam como simpatizantes do partido Chega e de André Ventura.

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O racismo e a ausência de sentido crítico em relação ao colonialismo, em Portugal, vêm de longe. Não vale a pena negar que é assim.

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Falo da caracterização de seres humanos como sendo passivos, incapazes de assumir plenamente a condição de sujeitos políticos, e falo da glorificação do colonialismo.

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Da ideia de que chegámos a outros países para lhes levar civilização.

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Graças ao Chega, os racistas em Portugal perderam a vergonha de ser racistas.

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O problema tem tal gravidade que assumir um discurso político racista compensa. Dá votos.

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Foi para esses que André Ventura falou quando, no dia de Natal, criticou o facto de as duas gémeas angolanas terem sido operadas em Portugal.

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É este o veneno que intoxicou o nosso sistema democrático. Ventura continua a distribuí-lo. Quanto mais distribui, mais eleitores conquista.

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As duas gémeas foram operadas ao abrigo de um acordo que prevê a partilha dos custos entre o Estado Português e a República Popular de Angola.

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Não existe um único aspeto atendível nas suspeições levantadas por Ventura. E o próprio é quem melhor sabe disso. 

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Está a aproveitar-se do racismo de muitos portugueses para colher vantagens eleitorais.

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Mais do que propagar mensagem racista, o líder do partido Chega desenvolve a sua atividade política aproveitando-se das fraquezas e falhas de muitos portugueses.

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São pessoas que precisam, como de pão para a boca, de formação em valores democráticos e progressistas ou mesmo em direitos humanos.

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A mensagem racista e xenófoba não precisa de ser verdadeira para ser contrária à lei. E um partido que a usa deve ser extinto.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

Nunca há uma altura certa para nos irmos embora quando o melhor é ficar — e ficar para sempre com quem mais queremos e quem mais nos quer.

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Uma coisa é certa: se fosse hoje o dia de partida, não seria possível partir e esta fuga para a frente não seria senão o regresso à fome.

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Se no pós-"Brexit" já nos era exigido não só a garantia de emprego ao chegar à fronteira, mas também o salário mínimo de 26.200 libras anuais, de acordo com as novas regras para obtenção de visto de trabalho, esse salário mínimo subiu para a casa das 38.700 libras anuais.

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Há áreas de excepção (como as da saúde ou segurança social), mas com um salário inferior a esse valor vem a contramedida de não poderem trazer consigo, agora ou mais tarde, os respectivos cônjuges e dependentes.

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O Reino Unido está cada vez mais fechado sobre si mesmo.

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Há um milhão de postos de trabalho por preencher, resultantes da pandemia e da saída da União Europeia, e é provável que assim se mantenham num país onde o feudalismo impossibilita a mobilidade social e os britânicos são os maiores inimigos de si mesmos.

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O Reino Unido quer o impossível e o melhor dos dois mundos num misto de populismo e areia para os olhos — e o imigrante é o culpado mais à mão.

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O mesmo imigrante que é obrigado a pagar até agora uma anuidade de 624 libras para poder continuar a trabalhar no reino de Sua Majestade (…), a partir de Janeiro, a mesma anuidade passará para a casa das 1035 libras. 

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Conclusão: tivesse eu esta capacidade económica e não teria saído de Portugal. Só quem tem uma boa almofada financeira pode esperar exercer o seu mester no Reino Unido.

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E para os britânicos casados ou em união de facto com um imigrante nada está garantido, estando o cônjuge em risco de não poder ficar caso o outro elemento do casal não ganhe pelo menos 38.700 libras.

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Quando se comemoram os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, não nos esqueçamos do artigo 14.º e do direito a todos as vítimas de perseguição a procurar asilo noutros países.

João André Costa, “Público” (sem link)

 

Os cientistas apontam a produção de energia a partir da combustão de biomassa, essencialmente de madeira e de cereais, como geradora de fortes impactos na biodiversidade, nos solos e recursos hídrico, no acréscimo de emissões de gases com efeito estufa e de poluição atmosférica.

Paulo Pimenta de Castro, “Público” (sem link)


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